quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A SUPOSTA PERDA DE COMPETITIVIDADE EM UM REGIME PROTECIONISTA

Friedriech List
Friedriech List, economista alemão e responsável pelo modelo econômico que desenvolveu a Alemanha, rechaça a tese liberal de que as barreiras alfandegárias constituiriam monopólios privilegiados supostamente diminuindo a competitividade dos bens ali eventualmente produzidos. List, com base no Tratado das Manufaturas de Alexander Hamilton, mostra que, em um primeiro momento esse fenômeno tende, sim, a aumentar os preços dos produtos beneficiados pelas tarifas, contudo, ao longo do tempo, com o desenvolvimento da atividade manufatureira, os preços das mercadorias produzidas pelo mercado interno tendem a cair, tornando-se mais baratos e de melhor qualidade do os importados:

"Os manufaturados produzidos no regime de altas tarifas alfandegárias são melhores e mais baratos do que os estrangeiros. A competição interna e a garantia contra a concorrência destrutiva do exterior produziu esse milagre. Que a escola popular (liberal) desconhece totalmente e do qual nada quer saber. Portanto, não é verdade o que afirma a escola popular, ou seja, que as taxas protecionistas aumentam o preço dos produtos nacionais na mesma proporção que a porcentagem da respectiva taxa alfandegária. Por algum tempo, as taxas de importação podem aumentar o preço, mas em toda nação que estiver qualificada para possuir uma atividade manufatureira própria a conseqüência do protecionismo será que a competição interna logo reduzirá os preços a um nível abaixo do vigente quando a importação era livre." (LIST, 1986, p.262).

Assim, o sacrifício de valor causado pela proteção alfandegária, em um primeiro momento, é compensado pela obtenção da força produtiva que não apenas assegura à nação uma quantidade muito maior de bens, mas também a torna independente. Somente por meio da independência industrial e da prosperidade interna dela decorrente, uma nação tem condições de, com sucesso, engajar-se no comércio internacional.


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2 comentários:

  1. Concordo. Nada fou mais pernicioso para este país do que o governo collor, de triste memória!

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