quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A Desconstrução do Trabalhismo pela Esquerda Pos-Moderna / Progressista

 

A esquerda nunca teve relevância eleitoral, com sua expressão política reduzida ao trotskismo universitário, à medida que os trabalhadores viam melhorias e reivindicavam seus direitos com o trabalhismo getulista, no qual eram representados e tinham poder real, o getulismo era o governo dos trabalhadores. A transformação descrita por Erriguel não só aconteceu à esquerda, mas também se conforma com movimentos de terceira posição, como o trabalhismo que realizou um processo semelhante. Tentaremos dar uma breve descrição do processo de "desconstrução" do trabalhismo com o PT e na atualidade o PDT com Ciro Gomes, que passou de um partido de libertação nacional para um instrumento de poder transnacional: transformação para o trabalhismo politicamente correto, que incorpora agendas globais e hoje tem tomado as minorias como um novo "sujeito político".

A imposição de anti-valores

"Coisas que todos sabem, mas ninguém cantou."

-Martin Fierro

 

A legalização do aborto tem sido a vitória do progressismo sobre os princípios e valores do trabalhismo, que abriga uma filosofia de vida profundamente humanista e cristã. A ideologia de gênero e o relativismo dos valores destruíram mais fortemente o trabalhismo do que qualquer outra, ideologia econômica do livre comércio ou da ideologia sociocultural dos direitos humanos, e tem sido a mais prejudicial porque vai diretamente ao coração de sua doutrina, atacando a família, a vida e a cultura brasileira.

A ideologia de gênero consuma uma colonização pedagógica inédita, adotada por praticamente todas as lideranças políticas e por grande parte dos militantes políticos. A desconstrução do trabalhismo envolve a destruição de grande parte da cultura nacional. Se havia uma coisa que protegia o trabalhismo brasileiro, ainda era a expressão política que representava as raízes na cultura popular e nos valores nacionais de um Brasil popular. Os interesses transnacionais representados pela maçonaria, corruptos, ateísmo e classe política de vanguarda prevaleceram diante dos valores e da vontade de um povo nobre, crente e trabalhador.

Mas como um movimento que lutou e promoveu uma cultura de vida, defendendo os direitos do feto e da velhice hoje legisla o contrário? Em que ponto o trabalho, crianças e aposentados para assistência social e minorias histéricas não são mais valorizadas? Como foi que os sindicatos, com um modelo global e reconhecidos pela luta pelo trabalho, foram deslocados por movimentos sociais anti-trabalhistas, clientelistas e parasitas? Como o "nacionalismo cultural" se a caminhou das agendas globais e do cosmopolitismo liberal? Como o atual "trabalhismo" mente a buscar o bem comum, a ver o poder como um fim em si mesmo, esquecendo a máxima de que a política é um meio para um propósito social? De uma alternativa superada ao comunismo ao capitalismo para fazer parte do "internacional progressista". Da rebelião ao politicamente correto. São algumas das muitas perguntas que dentro do atual trabalhismo preferem não ser feitas e seguir com uma lógica que leva à agonia e a destruição, e se pondo como um grupo de apoio do progressismo.

A Ideologização de um Trabalhismo sem ideología

Vamos fazer um pequeno tour histórico. Rios de tinta se espalharam quando essa deformação começou sob o nome de "infiltração" e outros, durante o processo de redemocratização, há vários livros e autores que falam da infiltração marxista e do terrorismo que foi exercido contra um governo democrático, e não apenas de uma criação deliberada, sob influência estrangeira, de uma esquerda (PT), mas também de uma direita (PSDB). Poderíamos arriscar que a primeira tentativa de "desconstrução" (destruição) do trabalhismo, a partir de suas próprias fileiras, comece com o próprio surgimento do PDT. 

O PDT nunca se conformou como um partido 100% Trabalhista, como outrora o PTB de Vargas, Pasqualini e do próprio Brizola, mas sim como uma espécie de frente ampla em torno do nome de Brizola. Daí vermos de comunistas a monarquistas em suas fileiras, como toda sorte de outras ideologias exóticas. Isso porque a unidade do partido girava em torno do Brizola. E muito dessas adesões eram de oportunistas, como farto é a história de traições de nomes que se fizeram no PDT e abandonaram o partido por pura conveniencia política, sempre corroborando para seu enfraquecimento. Esse era o proceder comum, infiltrava-se, angariava base de apoio se utilizando o nome do Brizola e depois pulava-se fora, levando consigo essa base e esvaziando o partido. Outros ficavam internamente para provocar distençoes internas. 

Mas não é nosso objetivo aqui fazer o revisionismo histórico, nossa jornada começará nos anos 2000, que iniciará o trabalhismo sem Brizola, pós Brizola, ou “pós-brizolismo”, onde começa a degradação ética e cultural seguida pela destruição econômica iniciada pela ditadura e continuada pelos governos neoliberais que lhe seguiram. A redução do trabalhismo a um partido e a aceitação do sistema representativo liberal. 

Com a morte de Brizola, o trabalhismo virou uma sigla eleitoral qualquer, sujeita a coalizões políticas conforme as conveniencias do momento. Um mês antes de falecer, Brizola havia rompido com o governo Lula e por desiderato com o PT, poucos meses depois, o PDT voltava a integrar a base de apoio do PT. 

Com as eleições 2018, com o ingresso de Ciro Gomes, o PDT é tomado pela ideologia identitária, e com ela, a agenda de gênero dos últimos anos como eixos da “batalha cultural” mencionada pela nova esquerda global. No vão de um modelo economico claramente liberal, que tentam maquiar como "nacional-desenvolvimentismo". 

Cães do Globalismo e a raiva progressista

“Tem que dize-lo? Pois que diga.”.

-Kierkegaard

O progressismo criou uma cultura da censura, do “cancelamento”, aonde haveria coisas que estão proibidas de dizer e se alguém os diz o totalitarismo progressista o cancela, e exige o arrependimento como redenção. E o faz, por meio de dois grandes meios, o judiciário e a imprensa, duas instituições fortemente infiltradas por maçons. Braços do globalismo.

Os Direitos Humanos foram distorcidos pelo judiciário para abrigar a ideologia de gênero, e assim perseguir aqueles que se opõe.

O trabalhismo fez dos direitos humanos uma ideologia que assumiu como sua. Mas onde essas “causas nobres”, como os direitos humanos, surgem e são promovidas? Paradoxalmente, foi e é promovido pelos Estados Unidos, primeiro durante a presidência de Carter, sob a influência de Brzezinski, primeiro diretor da Comissão Trilateral, criada por David Rockefeller. E hoje sob ONGs com sede em Nova York, como Human Right Watchs ou Amnistia Internacional, com sede em Londres, mas a última grande expoente dos "Direitos Humanos" foi Hillary Clinton (a mesma que apoiou a invasão do Iraque, atentados na Síria e Líbia, etc.) que, graças ao lobby de diferentes fundações e dessas ONGs globais, tem levado a Organização das Nações Unidas (ONU) a considerar as reivindicações do LGTB e do coletivo feminista, neste último especialmente de práticas abortivas, como “direitos humanos ".

As organizações de direitos humanos estão longe de defender os direitos humanos hoje, começando pela vida ou pela liberdade. O caso paradigmático desses organismos ideológicos parasitas é o Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (CELS) comandado por Horacio Verbitzky, “o cão do poder”, que funciona como um Think Tank encarregado de difundir a ideologia e as garantias de gênero . Curiosamente, o CELS é financiado pela Ford Foundation, Planned Parenthood e Open Society Foundation, entre outras. Acaso ou causalidade? Os partidos de esquerda reproduzem a agenda do Partido Democrata dos EUA, claro que numa versão piorada, com toda submissão economica que decorre de um país centro para um periférico em situação colonial. Curiosamente, quem se diz contrário ao imperialismo é financiado a partir daí, recebendo fundos, e também promovendo a agenda global do establishment norte-americano, replicada em seus meios hegemônicos relacionados.

Por quase duas décadas, o trabalhismo PTista, com Lula, gerenciou dois monstros que agora o estão devorando: o feminismo com ideologia de gênero e os movimentos sociais com assistência social. Por um lado, a "desconstrução" da ética e da cultura das pessoas e, por outro, a destruição do valor do trabalho. 

Isso se repete em outros países, como na Argentina, o “Movimiento Evita” é talvez o símbolo, a síntese perfeita da degradação lá do peronismo, de um movimento que passou da dignificação dos trabalhadores à gestão da pobreza com gestores como Grabois, Persico ou Navarro, os maiores expoentes dos movimentos sociais, que vivem da os pobres e as políticas que levam a Argentina à miséria. Poderia ocorrer a alguém que Eva Perón distribuiria o “derramamento” do Estado ou migalhas para garantir “estabilidade social”? A substituição do sindicalismo por "movimentos sociais" é a passagem do sublime ao ridículo. Tal como se operou aqui sob o governo do PT, e que o PDT durante todo seu curso foi apoiador.

Desconstrução ou Barbarie.

“A fúria da indignação”.

-Hegel

Esse "desconstrucionismo" nada mais é do que um ato negativo, para usar as palavras de Hegel, um mascaramento da destruição de nossa cultura, uma cultura da vida, do trabalho e da fé. A desconstrução consiste em eliminar a verdade para instalar a mentira, destruir a realidade para impor a ideologia. A desconstrução é a destruição, a imposição da anticultura, pois a esquerda pós-moderna desconstruir é civilizar. "Desconstrução ou barbárie" clamam os novos sarmientinos. A desconstrução é o ópio dos progressistas.

Vale dizer que hoje o conceito "desconstrução" é um neologismo utilizado pelo feminismo inspirado na filosofia de Judith Butler, em uma degeneração do conceito "destruktion" utilizado pelo mais importante filósofo do século 20, Martin Heidegger. Em seu estudo do Ser, o filósofo alemão fez uso do termo em um sentido ontológico em relação à destruição da metafísica, dos conceitos de metafísica ao longo da história, "da linguagem da metafísica" que é o único sentido aceitável do expressão como Hans Gadamer aponta. Em seguida, o filósofo francês Jacques Derrida o levará para seu estudo da escrita em "De La Gramatología", onde faz uma crítica à organização do pensamento ocidental e seu "logocentrismo" marcando a diferença entre fala e escrita, enfatizando "desconstruir" essa oposição , propondo como estratégia a desconstrução do texto.

A filósofa feminista Butler fará da “desconstrução” o cerne da “Teoria Queer”, agora, embora possa parecer delirante, a desconstrução não será mais aplicada ao texto e à escrita como estratégia gramatical, mas como um método para desconstruir corpos, para "desfazer gênero", para uma "subversão cultural", a questão biológica deixará de ter importância, mas a construção social e a" imposição cultural ". Diz Butler: “Talvez essa construção chamada 'sexo' seja tão culturalmente construída quanto o gênero; na verdade, talvez sempre tenha sido o gênero, com a conseqüência de que a distinção entre sexo e gênero não existe como tal". Para o feminismo, sexo é uma "construção cultural". Essa ilusão, e a fúria contra a biologia ou "determinismo biológico", como eles a chamam, é o mantra e a ideologia feminista a que o trabalhismo progressista em sua correção política é subjugado e aceito com silêncio cúmplice, com argumentos anticientíficos, muito distantes. Totalmente real e senso comum nessa colonização ideológica, o “poder da convicção reside exclusivamente no da propaganda”, conforme explica Jauretche.

Assim como o apoio econômico ao progressismo vem do Reino Unido e dos grandes especuladores financeiros, o apoio ideológico vem dos Estados Unidos da mão de Butler e dos intelectuais do establishment, ou da intelectualidade sediada na Europa, como os Laclau em seu momento ou os alemães hoje.

A revolução burguesa, das minorías para as minorias. Ao socialismo burgues.

“A socialdemocracia… ála esquerda da burguesia”

-A. Gramsci 

A substituição dos trabalhadores como "sujeitos políticos" pelas minorias é postulada sob os pressupostos teóricos de Ernesto Lacla. Os “intelectuais” marxistas, como longa manus da oligarquia financeira mundial, que sempre foram, diante da impossibilidade de levar a cabo a luta de classes após a derrocada do comunismo, vai reconverter a tática na forma de antagonismo social, dois pólos que se enfrentam na sociedade, opressores e oprimidos.

A estratégia globalista de construção da hegemonia, longe da unidade nacional, inspira-se no antagonismo entre os pólos, que divide a sociedade, necessário para uma “democracia radical”. E aqui o ponto importante, a cidade para a teoria populista de Laclau não é algo concreto, a cidade não existe, a cidade é construída, é um “significante vazio”, não é o resultado da história com valores, costumes e uma cultura compartilhada no tempo, falta uma ontologia, para Laclau o povo não tem um Ser, aqui não se trata de um povo ligado à nação, à pátria ou às tradições, é um povo sem raízes, desenraizado. É uma construção social, ou como Chantal Mouffe melhor define, uma narrativa, uma construção discursiva. Essa construção ocorre por meio da articulação de demandas em uma "cadeia de equivalências" com um "significante vazio", em espanhol, associando as diferentes demandas de diferentes grupos em torno de uma mesma causa. Esses grupos de pós-marxismo serão minorias raciais, LGTB, ambientalistas, feministas, etc.

O trabalhismo getulista  é esse significante vazio, não tem sentido segundo a teoria de Laclau e, portanto, pode ser preenchido de acordo com as demandas do momento mesmo com um conteúdo que está em seus antípodas. Como a sociedade é líquida, os interesses e os valores mudam, não são permanentes, segundo esse "pensamento débil" da esquerda pós-moderna, a desconstrução encontra sua justificativa no progresso constante. Isso é algo que o progressismo fez com perfeição, ressignificando o trabalhismo e fazendo uma apropriação cultural de seus símbolos. Daí a importância de sua batalha cultural, já que sua construção passa pelo simbólico e não pela racionalidade da realidade, mas pela imposição da ideologia.

O “povo”, para a esquerda pós-marxista, são as minorias que têm seus opressores como inimigos, homens, brancos, heterossexuais, quem come carne, quem não aceita sua construção narrativa artificial de “povo” e seu discurso hegemônico .

É assim que a democracia se torna uma democracia minoritária. Longe de ser o “poder do povo”. Foi-se a ideia do império das maiorias nos governos democráticos, estes hoje se tornaram democracias minoritárias e seu império em tudo, contendo uma nova forma de tirania. A essência da Democracia, segundo Tocqueville, está no império moral das maiorias, hoje bem poderia denunciar o perigo da onipresença das minorias, algo que vemos claramente, então se as minorias governam sem respeitar a maioria, não existe qualquer democracia, escondendo assim o exercício do poder das minorias sob um partido, uma encenação.

A “revolução cultural” avança com sucesso e penetrou todo o arco político, praticamente sem oposição à agenda de gênero. Deve ser a primeira vez na história que os “oprimidos” têm o apoio do capital financeiro e têm ao seu lado o “aparato repressivo e ideológico do Estado”, onde desde os media e universidades criam consensos e com as forças de segurança e justiça (com uma “perspectiva de gênero”) coerção, punitivismo. Somente a partir do normativismo eles podem impor suas ideias estranhas à ética do povo. Uma "revolução" feita de cima, de minorias para minorias.

Mas a revolução cultural é apenas um exemplo de revolução antropológica cujo objetivo é um novo homem, um servo alienado não da terra, mas do capital. Sem Deus, sem terra, sem trabalho, sem identidade. Se, como postulou Hegel, na “Fenomenologia do Espírito”, só através do trabalho se descobre a consciência livre, reconhece o Ser, ao eliminar o trabalho, os “Senhores” das finanças eliminam a nossa liberdade. É o não reconhecimento da vontade, da condição humana, da escravidão ao Dinheiro com maiúscula como diz De Prada. Um sistema neofeudal que destrói o trabalho e a liberdade, para servir ao Dinheiro.

Do “fim da historia” ao “The Great Reset”. O giro da esquerda global.

“Estos son mis principios, si no les gustan tengo otros”.

-Groucho Marx

No final do século passado, prevalecia a ideia de um fim da história, a última grande história, um resquício da modernidade. Com a queda do muro de Berlim e o fim do comunismo, a ideologia globalizante torna-se dominante, em sua primeira fase de "globalização neoliberal", hoje "globalismo progressista", sob os lemas de construção de uma sociedade mais "inclusiva" e "igualitária" . ”De acordo com o discurso hegemônico.

Se nos anos 90 o capitalismo era de direita, neoliberal e privatizado sob as premissas do “Consenso de Washington”, valorizando a iniciativa privada, comandada pelos Estados Unidos, hoje trinta anos depois sofreu uma mutação, tornou-se um “Alter-capitalismo”, um capitalismo de esquerda, progressista e estatista sob as premissas da “Agenda 2030” das Nações Unidas e seus “Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável” (ODS) do “consenso progressista”, valorizando a ação do Estado em todas as ordens de vida, a capitalismo de estado cujo modelo é comandado pela China.

Capitalismo, dinheiro e poder não têm princípios ideológicos. Aqueles que hoje se dizem lutando contra uma “direita neoliberal” lutam contra um fantasma, são os melhores defensores de um capitalismo financeiro que se voltou para a esquerda. O capitalismo hoje bem poderia ser definido como um “socialismo burguês”. Estados com base em interesses privados. Governos gerenciais que abandonam a política para focar na “polícia”, como Schmitt a definiu, mera administração.

Laclau, o pensador mais influente do pós-marxismo em termos políticos e o cérebro da "nova esquerda" na Argentina, por muito tempo levantou, como mencionado acima, a ideia de uma "democracia radical" sem questionar, e já Aristóteles ensinou-nos que “da democracia radical e da oligarquia extrema, surge a tirania”. Da democracia radical e seu igualitarismo, como da concentração da riqueza em uma oligarquia política global, nada mais se pode esperar do que a radicalização dessas minorias em uma tirania global que não reconhece mais cidadãos, mas escravos.

A ideia de “nova normalidade” trazida sob a pandemia é a destruição da ordem ética em que um povo está fundado, suas tradições e costumes, e os valores que constituem nossa cultura. A normalidade com que o progressista servil às finanças quer acabar é a norma do povo instalar a anormalidade de uma elite com anti-valores. Por uma nova ordem técnico-científica sem limites éticos e uma nova moralidade, a moralidade do escravo, diria Nietzsche. As ideias centrais estão fixadas em um "novo contrato social", a "renda básica universal", os direitos civis e a "diversidade" cultural, que é a agenda do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) em Davos, os "cavalos de Tróia ”Do mundo das finanças: uma nova ordem ética e moral, mais flexibilidade, destruição de empregos e um novo sujeito, novas identidades. Políticas financiadas por bancos e transnacionais, e promovidas, como podemos ver, por universidades e pela mídia.

Um modelo de governança global inspirado nas medidas econômicas da Grande Reinicialização do Fórum Econômico Mundial e nas políticas da Agenda 2030 da ONU. Agora, que legitimidade e legalidade eles têm para impor essas medidas e políticas às nações soberanas? Nenhum. Os burocratas da ONU não são eleitos pela vontade popular e seus programas políticos não passam pelos congressos nacionais, como acontece com o grupo de bilionários de Davos. Eles são uma classe global plutocrática que deseja impor suas políticas ao mundo por meio de burocracias e cipaios.

O trabalhismo tem sido uma filosofia de vida e, portanto, superior em sua visão de mundo e concepção política aos sistemas capitalista e socialista, que são formas de organizar a produção e um pensamento economista antagônico ao peronismo, que é claramente um pensamento político. Portanto, cair como caiu, assumindo primeiro um capitalismo de direita (globalização neoliberal) e depois um capitalismo de esquerda (globalismo progressista), comprometendo-se sem meias medidas com as agendas internacionalistas de interesses estrangeiros, foi um grave erro , quando a sua superioridade consistia no seu decisório político, em colocar o capital a serviço da economia e esta em função do interesse nacional, não do Estado ou do mercado, mas do bem comum.

A socialdemocracia de consenso.

“A ideia de consenso não é neutra, se não ideológica”.

-Alberto Buela

 

Com o partido, estabeleceu-se o magnífico negócio político de ter construído uma coalizão de centro-esquerda e outra de centro-direita que representam o mesmo interesse, o do Dinheiro. Tudo é permitido exceto discordar, tudo é combinado a qualquer preço, literalmente esses acordos têm o preço de mercado. Sem dissimulação, eles realizam o que comanda o poder global, as mesmas políticas econômicas, sociais, culturais e de política externa: endividamento, previdência e globalismo.

Enquanto simulam antagonismo, quando suas políticas medíocres se reproduzem alternadamente, as pessoas são descartadas por gotejamento, sejam elas empresários, PMEs ou trabalhadores, todas são expulsas do sistema. Com os principais partidos cooptados, os sindicatos enfraquecidos e deslocados pelos “movimentos sociais”, criou-se um grande consenso. Consenso para destruir a família, último baluarte que resiste à destruição e nisso trabalham a ideologia de gênero para finalmente criar uma sociedade de indivíduos, isolados e medrosos, sem laços comunitários. Consenso para destruir direitos sociais em troca de caprichos individuais. Consenso para sustituir soberanía por “multilateralismo”, de tal modo que hoje as decisões políticas são tomadas por organismo internacionais e os governos só as executam, a política econômica é a que ordena o fundo Monetário Internacional e a política sanitária a ditada pela Organização Mundial da Saúde.

A resistência e a tempestade

“O inferno esta vazio! Aquí estão os demonios!”

-Shakespeare

Fica claro que hoje o globalismo progressista é a ideologia dominante e que a partidocracia criou um consenso para a administração em torno da cultura e economia, da esquerda a direita na defesa desse pensamento posmoderno: trans-nacional, trans-econômico e trans-gênero, sem pátria, sem trabalho e sem identidade.

Em tempos em que querem destruir todos os valores comunitários, substituindo-os pela lógica utilitária individualista, e de ataque permanente a família, aos laços de amor de mãe e filho, e a família como unidade, união comum natural, que hoje são a resistência ao intento de um novo ordenamento social inspirado no isolamento e no medo.

Durante a últimas décadas, como mencionamos antes, após a queda do muro, os povos também caíram sob o domínio absoluto de um poder global, o qual não encontrou resistência alguma, depois da letargia e do adormecimento consumista essa passividade, que pressagia ser a calma que antecede a tempestade.

Nos fica a esperança e o último alento de que como sentenciou Heidegger:

“Tudo oque é grande esta em meio a tempestade”


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