terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Arcadismo Como Embrião do Nacionalismo Literário Brasileiro


No séc. XVIII, o Brasil atingiu um momento decisivo da sua história. É a época da criação da consciência histórica no brasileiro. A descoberta e posse da terra, as façanhas bandeirantes, a defesa contra o invasor, deram lugar a uma consciência comum, a um sentimento da figura do ‘brasileiro’.

A descoberta das minas, transferiu o eixo econômico, no Brasil, a província de Minas Gerais, onde se desenvolveu uma sociedade dada ao fausto e à cultura, máxime em Vila Rica, capital da província. Os recursos econômicos e as riquezas aumentaram, a população cresceu, a vida das cidades melhorou, a cultura se difundiu. Aí a fermentação econômica e cultural deu lugar a que se reunisse um grupo de intelectuais e artístas, a Arcádia Ultramarina. De assinalar que a obra "De Gestis" (A Saga) do Padre José de Anchieta, de 1563, é uma obra precursora de características clássicas, anterior ao "Os Lusíadas" de Camões, sendo o primeiro poema épico das Américas! Seguindo o espírito Renascentista da época.

Antes, o Arcadismo surge em Portugal em  1746 inspirado pelas ideias racionalistas de Luís António Verney, que publica as cartas que compõem o  "Verdadeiro Método de Estudar", obra que critica o ensino tradicional e propõe reformas visando colocar a cultura portuguesa a par com a do resto da Europa. Feito que será implementado por Marquês de Pombal (1750-1777).

Thomas Cole - O Curso do Império, Arcadiano.

O Arcadismo é difundido no Brasil em  1768 com a fundação da “Arcádia Ultramarina”, também chamado grupo plêiade ou “escola mineira” em Vila Rica, e a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa. Dentre outros autores estão Basílio da Gama e seu O UruguaiSanta Rita Durão com Caramuru , como também o poema Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa, além de Tomás Gonzaga, que constituem a primeira escola literária brasileira.
Tomás de Gonzaga. dedicou se
"Tratado de Direito Natural" 
ao Marquês de Pombal.

Constituem eles o início do lirismo brasileiro, ´pela transformação do veio nativista e da exaltação da natureza, pela adaptação da temática clássica ao ambiente e homens locais, com sentimentos e emoções peculiares; em suma, fundindo o individualismo, sempre subordinado ao interesse nacional, ao sentimento da natureza e o ideal clássico. Até o desabrochar do romantismo, foi justamente graças ao espírito arcádio que se manteve o ideal nativista, contrabalançando a tendência passadista do neoclassicismo, cuja marca exterior mais forte foi o gosto da linguagem arcaizante, quinhentista, dita ‘clássica’. E isso se deve também ao fato de, pela primeira vez, se reunirem grupo de artistas conscientes de seu oficio e superiormente dotados de valor.

De todas as formas neoclássicas, a corrente arcádica foi a que maior influência assumiu no Brasil. O espírito nacionalista desabrochava por toda parte.  O espírito neoclássico que se infiltrou nas mentes luso-brasileiras, procurou combater o barroquismo em nome dos ideais de precisão, lógica e medida e da restauração das normas clássicas em oposição ao tradicionalismo medieval e religioso. Esse ideal neoclássico dominou o final do séc. XVIII e princípios do séc. XIX, aparecendo em alguns escritores tingidos de elementos pré-romanticos, como o sentimentalismo e o nacionalismo.

A reação clássica com o arcadismo significava uma volta à simplicidade e pureza dos antigos, numa identificação com a natureza, aonde residiria o bem e o belo, em contraposição aos centros urbanos corrompidos pelo espírito mercantil. Daí, a valorização da vida pastoril, pura e pacífica. A procura das qualidades clássicas da medida, conveniência, disciplina, simplicidade e delicadeza,.uma sensualidade inocente libertadora da castidez medieval, aonde a mitologia pagã é a fonte de inspiração e refúgio desse ideal, a ‘Arcádia’. 



poesia épica do Arcadismo brasileiro trouxe inovações, que a diferenciou em muitos aspectos do modelo europeu. Enquanto que na Europa o arcadismo se distancia das questões políticas, imergindo em um idílico êxta-se alheio a realidade, às portas da Revolução Francesa. Oque evidencia de forma muito clara, a alienação, a vida a parte que levava sua elite. No Brasil, os árcades se encontravam em plena ebulição política, herdeiros da pregação republicana de Felipe dos Santos com a Revolta de Vila Rica (1720) e eles próprios: inconfidentes mineiros. De ressaltar ainda que os temas da história colonial são valorizados, pondo a colônia como centro das atenções em meio à descrição da paisagem tropical do país e a inserção do índio como herói, mesmo que ainda coadjuvante do homem branco. São as novas perspectivas que começam a delinear uma literatura nacionalista, que terá sua maturidade com o Romantismo.


Ver Também:

Dia de Todos os Santos, o Culto aos Mortos, uma Fé Celto-Católica

domingo, 11 de dezembro de 2016

A Operação "Lava Jato" Conduzida Por Sergio Moro, Como Plano de Destruição Da Petrobrás e da Indústria Nacional.

Em fevereiro de 2007 a Petrobrás anunciava estar pronta para extrair petróleo abaixo da camada de sal a 7 mil metros de profundidade, o mundo ficou perplexo. O espanto foi ainda maior, quando em novembro do mesmo ano, anunciou-se que a bacia de Tupi em Santos tratava-se de uma mega jazida, interligada em um só bloco, que se estendia do litoral norte do Espirito Santo até Santa Catarina, cobrindo uma área 160 mil quilômetros quadrados, com capacidade para produzir de 70 a 100 bilhões de barris de petróleo. Um patrimônio de US$ 9 trilhões (dólares!), quase o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Um ano após esse anuncio, o Governo George W. Bush, por meio do Departamento de Estado dos EUA, reativou a IV Frota no Atlântico Sul (12 de julho de 2008).

A crise política no Brasil se instala logo após a descoberta da espionagem na Petrobras. A ação da mídia capitaneada pelas Organizações Globo e o Grupo Abril, somados com as ações de parte do judiciário, da polícia federal, dos especuladores da bolsa de valores, se completa com as do parlamento, com o Projeto de Lei - PL 131/15 que desobrigou a participação mínima da Petrobras no consórcio de exploração do pré-sal pela “condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação das instalações de exploração e produção”. De autoria do senador do PSDB, José Serra, para entregar a Petrobrás às “7 irmãs do petróleo” a preço de banana.




No afã de anunciar supostos prejuízos recuperados, que não houve, e a fim de impressionar a sociedade com o intuito de justificar o espetáculo-circense midiático, os promotores e o juiz Moro fizeram contas truncadas estipulando multas que, no caso de empresas que não fizeram delação premiada, ascendem, como mencionado, a dez vezes o prejuízo apurado. É uma forma de abalar a situação econômica das empresas e, portanto, a economia brasileira, a Petrobrás e o emprego.

Noticiavam (falsamente) que os recursos recuperados ascendiam a R$ 7 bilhões, com um esclarecimento de pé de página segundo o qual o valor real é dez vezes menor, pois multas sem precedentes são aplicadas acima do valor efetivo do suposto prejuízo, totalizando os R$ 7 bilhões. (J. Carlos de Assis - Economista, doutor pela Coppe-UFRJ.)

Assim, os prejuízos efetivos são de R$ 700 milhões, não R$ 7 bilhões.

As multas extravagantes arbitradas por Moro contornam de maneira abusiva a lei de leniência. Com o propósito de esgotar e liquidar as empresas financeiramente.

Sobre a atuação de Sergio Moro, a frente da operação "Lava Jato", eis oque expõe Moniz Bandeira:

Moniz Bandeira
"O juiz Sérgio Moro, condutor do processo contra a Petrobras e contra as grandes construtoras nacionais, realizou cursos no Departamento de Estado (Americano), em 2007. No ano seguinte, em 2008, o juiz Sérgio Moro passou um mês num programa especial de treinamento na Escola de Direito de Harvard, em conjunto com sua colega Gisele Lemke. E, em outubro de 2009, participou da conferência regional sobre “Illicit Financial Crimes”, promovida no Rio de Janeiro pela Embaixada dos Estados Unidos. A Agência Nacional de Segurança (NSA), que monitorou as comunicações da Petrobras, descobriu a ocorrência de irregularidades e corrupção de alguns militantes do PT e, possivelmente, passou informação sobre o doleiro Alberto Yousseff, a delegado da Polícia e ao juiz Sérgio Moro, de Curitiba, já treinado em ação multi-jurisdicional e práticas de investigação, inclusive com demonstrações reais (como preparar testemunhas para delatar terceiros). Não sem motivo o juiz Sérgio Moro foi eleito como um dos dez homens mais influentes do mundo pela revista Time. Seu parceiro, o procurador-geral Rodrigo Janot, acompanhado por investigadores federais da força-tarefa responsável pela Operação Lava Jato, em fevereiro de 2015, foi a Washington buscar dados contra a Petrobrás e lá se reuniu com o Departamento de Justiça, o diretor-geral do FBI, James Comey, e funcionários da Securities and Exchange Commission (SEC)Sérgio Moro e Rodrigo Janot atuaram e atuam com órgãos dos Estados Unidos, sem qualquer discrição, contra as companhias brasileiras, atacando a indústria bélica nacional, inclusive a Eletronuclear, levando à prisão seu presidente, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. E ainda mais eles e agentes da Polícia Federal vazam, seletivamente, informações para a mídia, com base em delações obtidas sob ameaças e coerção, com o objetivo de envolver, sobretudo, o ex-presidente Lula. Os danos que causaram e estão a causar à economia brasileira, interna e externamente, superam, em uma escala muito maior, imensurável, todos os prejuízos que a corrupção, que eles dizem combater. E continua a campanha para desestruturar as empresas brasileiras, estatais e privadas, como a Odebrecht, que competem no mercado internacional, América do Sul e África." - Moniz Bandeira.




Os procedimentos de Moro, um juiz doutrinado pelo Departamento de Estado norte-americano, significam em última instância quebrar financeira e economicamente as grandes empresas brasileiras a fim de abrir espaço para as empresas estrangeiras, sobretudo norte-americanas.

O mal resultado do PIB em 2015, já era explicado como efeito colateral da "lava jato", Joaquim Levy então ministro da fazenda disse que: "a cada um bilhão que a Petrobrás deixa de investir, representa menos 2 bilhões no PIB".

A Petrobrás investe 100 bilhões de reais por ano, opera 326 navios, 35.000 quilômetros de dutos, 15 refinarias e 134 plataformas de produção de gás e de petróleo. Havia feito ressurgir a indústria naval, com aumento de 2 mil empregados para 85 mil. (Adriano Benayon)

Almirante Othon Silva, "Pai do Programa Nuclear Brasileiro",
condenado na operação "Lava Jato".
Paulo Leme, Presidente do banco Goldman Sachs, (um dos gigantes de Wall Street!) no Brasil, afirma sem meias palavras: “Sérgio Moro, quebrou o Brasil”. 

Metade do Investimento do Brasil - segundo Leme - vem do núcleo "Petrobras - empresas de engenharia". Que o Moro destruiu, passo a passo, meticulosamente, entre uma ida e outra a Washington.

A operação “lava jato”, “esquentou” informações conseguidas por meio da espionagem, com a violação de tratados internacionais e a violação da soberania do Brasil e cujo o foco principal foi derrubar a Presidenta Dilma Roussef, impossibilitar a candidatura de Lula em 2018 e, inviabilizar a Petrobrás, para que seja vendida (doada) a preço vil.



Ver também:

A Criação da Petrobrás Como Concepção Castilhista








domingo, 23 de outubro de 2016

Nacionalidade e Nacionalismo.

"Um Estado gigante, um verdadeiro continente,
uma nação-continente!"

Pierre Deffontaines,
proeminente geográfo francês
ao se referir ao Brasil.


Ante o deturpamento generalizado do conceito de nacionalidade, devemos nos ater ao conceito de nação e por desiderato de nacionalismo.

Nação como denuncia a própria terminologia significa “nascidos de...”, oque compreende uma ascendência comum. Nem precisaríamos recorrer ao termino grego “genos”, que também remete a uma ancestralidade comum.  

Na Gália, Júlio César reporta, que todos os gauleses afirmavam descender de Dis PaterOs irlandeses guardaram essa tradição mítica e referiam à Galiza, como o berço do qual descendiam. Cria-se que Breogan era o avô-divino da teuta.

Para os celtas, mesmo os filhos adotivos, não provindos diretamente dos laços matrimoniais, eram tidos como parte da teuta(nação), por possuírem essa descendência comum.

No atual hino da Galiza, seu autor, Pondal, alude a Breogan como mítico progenitor de todos os galaicos. A "nação de Breogan", de todos aqueles com ascendencia em Breogan, e por conseguinte, galaicos, seriam todos os seus descendentes. 

De modo que, o conceito de "nação", remete a uma descendência comum de algum personagem mítico, ou sanguíneo (o genitor)". Na antiguidade a transmissão cultural: valores, crenças, línguas, etc.... estavam intrinsecamente interligados a descendência, porque assim se operava a transmissão cultural, de forma orgânica. Mesmo povos eventualmente submetidos, tendiam a se integrarem e assim eram absorvidos.

De sorte que o deturpamento ideológico atual, de “nacionalismo” no Séc. XX, é flagrante, em completo desalinho com sua concepção original. Especialmente na idéia difundida da equiparação do conceito de “nação” a um padrão racial. Oque são coisas distintas.

Por “raça” se compreende um padrão homogêneo de caracteres físicos de um agrupamento humano. Quando a antropologia passou a se debruçar com mais vigor sobre o assunto, vários estudiosos da época, já apontavam que os grupos raciais humanos, em especial os da Europa, já se encontravam amplamente misturados.

Então se levarmos em conta a “raça” como equivalente a um elemento definidor da nacionalidade, para efeito de lógica, mesmo recuando no tempo e no espaço, no início das formações nacionais da Europa. NENHUM! Nenhum país atualmente subsistiria como entidade nacional. O caso da Alemanha é sintomático, a Baviera, de raça alpina(majoritariamente, havendo outros elementos presentes), contraposta ao norte saxão. Sem levar em conta as profundas diferenças culturais de credo e língua, completamente antagônicos. De mencionar ainda o berço da “nacionalidade alemã” com a antiga Prússia, báltica, sem qualquer ligação com os germanos. Falamos da Alemanha apenas por uma questão simbólica, de sempre mencionarem-na como exemplo de um corpo nacional. Itália, França, Inglaterra, Espanha, Rússia, etc.... são casos ainda mais gritantes.

Reiteramos que a definição da nacionalidade não se liga a um padrão racial homogêneo, que é um deturpamento ideológico surgido em fins do Séc. XIX. Mas sim, a uma origem comum, consanguínea. Oque não necessariamente resulta em um padrão racial.

É bem possível, e natural, que um agrupamento humano, estabilizado, que não sofra influxos externos, venha constituir com o tempo, e de forma orgânica, um padrão racial homogêneo. Sendo isso conseqüência e não fator original de sua unidade. 

Contudo, não basta a consanguinidade. O fator decisivo para configuração de uma nacionalidade reside na sua unidade política, Assim pois, se explica as diversas tribos celtas, nunca terem constituído uma nação, pois careceram de unidade política, que lhes conferissem esse status quo.E no que pese, antes dominarem praticamente toda Europa continental, todas caíram sob julgo de outros povos, com exceção de Portugal, que se constituiu como nação, e veio a ser o único país de orígem celta com soberania. A Irlanda, só recentemente consegue ascender a soberania e mesmo assim, não conserva seu nome de orígem "Eire", tomará o nome dado por seus algozes ingleses "Ireland". Eslavos, germanos, helenos.... são todos povos que dispõe de uma orígem comum, mas se encontram pulverizados em diversas nações, isso porque reiteramos, o fator decisivo para a nacionalidade reside na unidade política. 

Alguns autores, falam da necessidade de haver consciência da nacionalidade. Somos de acordo, apenas ponderamos que essa "consciência" se materializa mediante uma unidade política. 

Finalmente aplicando esses conceitos aos brasileiros, vemos de forma muito evidente como os brasileiros constituem uma nacionalidade mais do que de quantas haja na Europa ou no resto do planeta. A primeira formação nacional das Américas! Anterior a imensa maioria das atuais formações nacionais europeias.

Todos os brasileiros, praticamente em sua esmagadora maioria, tem como ancestralidade comum aquela proto-célula luso-tupi que lhes deu a base da nacionalidade. Um Estado próprio, um território próprio, uma unidade política incomum para um país de proporção continental, que nem Rússia, nem EUA, nem tampouco Canadá detém. 

Este Estado do Brasil que desde o Séc. XVI é visto como unidade política, com armas e brasões próprios. Mesmo a política mesquinha da Metrópole quando tenta bipartir o Brasil em dois, o Estado do Maranhão, todo aquele norte, com o Brasil ao sul, não passam de atos infecundos, porque a unidade do Brasil já estava feita e a vida nacional segue normalmente. 

As levas de imigrantes despejadas no Brasil, ao contrário do que sucedeu nos EUA, Argentina e Uruguai, nunca suplantaram a população original, a ponto de se dizer na Argentina, que os seus descendentes dos heróis de 17, foram substituídos por gente outra estranha a sua história. No Brasil não, o contingente imigratório sempre foi ínfimo ao da população original. De se assinalar, que mesmo esse baixo contingente, logo em sua primeira geração se liga aos nacionais. No caso da imigração italiana, a segunda mais numerosa, 70% de italianos imigrados, em sua primeira geração, casam-se com brasileiras e 40% das italianas com brasileiros.  

A ressaltar que o maior corpo imigratório para o Brasil, de longe, foi o português, vindo depois italianos e em terceiros "espanhóis" sendo 80% desses galegos, daí a imigração espanhola ter passado tão desapercebida entre os brasileiros. Contingentes alemães, japoneses tão insistentemente repetidos pela boca de alguns, foram agrupamentos insignificantes. Basta comparar os números dos 3 maiores grupos imigrantes do Brasil (portugueses, italianos e espanhóis) aos dos EUA (15 milhões), para mensurar o quão ínfimo foram os corpos imigratórios para o Brasil. Mesmo a imigração italiana para a Argentina (três milhões) foi muitíssimo maior do que a ocorrida no Brasil.

Posição
Nacionalidade
Período Principal
Quantidade Estimada
1
Portugueses
1822-1960
~1,5 milhão
2
Italianos
1870-1930
~1,4 milhão
3
Espanhóis
1880-1950
~700 mil
4
Alemães
1824-1940
~200 mil
5
Japoneses
1908-1940
~190 mil
6
Franceses
1820-1930
~150 mil

Em suma, tudo isso apenas para ficar evidente que não houve impacto populacional na recente imigração para o Brasil. 

De mencionar ainda que alguém que analise a distribuição humana no Brasil, notará que determinadas faixas apresentam um maior ou menor grau de determinado biotipos humanos. A Faixa litorânea, que se estende de Pernambuco ao Vale do Paraíba em São Paulo, apresentará um maior número de biotipos mulatos, isso porque era zona canavieira, aonde se empregou mais amplamente o trabalho escravo. Oque não desnatura serem populações com mesma origem luso-tupi presentes em todo o território nacional, apenas variando em seu maior ou menor grau com outros contingentes. 

Tudo isso já foi amplamente dito e repetido por historiadores e antropólogos brasileiros e comprovado geneticamente. Sérgio Penna, geneticista, e profº da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, após realizar amplos estudos genéticos na população brasileira constatou que os brasileiros de diferentes regiões são geneticamente muito mais homogêneos do que se esperava. Segundo o geneticista Sérgio Pena:

“Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos a visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte abrigassem dois povos diferentes. O estudo vem mostrar que o Brasil é um país muito mais  integrado do que pensávamos.”.


Ver também:

01. O Castilhismo como Materialização do Período dos "Cinco Bons Imperadores".
17. Uma Grécia nas Ribeiras do Atlântico Sul.