terça-feira, 20 de maio de 2014

Vargas e a Língua Brasílica como Fator de Identidade Nacional e Sua Perda.



Esse sim um "Policarpo Quaresma"

Por duas décadas os estudos tupinológicos reinaram soberanos nas universidades na década de 40. Tal foi a voga que, durante o segundo governo de Getúlio Vargas, de 1950 a 1954, tramitava no Congresso Nacional um projeto de lei que tornava obrigatória a criação da cadeira de língua tupi em todas as faculdades de Letras do Brasil. A repentina e trágica morte do Presidente, em 24 de agosto de 1954, não frustrou os entusiastas de tal projeto: em 3 de setembro daquele ano, poucos dias após o suicídio de Vargas, o presidente Café Filho, seu substituto naquele doloroso transe, assinava a lei n. 2.311, publicada no Diário Oficial da União em 9 de setembro daquele mesmo ano tornando obrigatório o ensino do Tupi nas faculdades de letras de todo o País.

Tal iniciativa de Café Filho tinha um sentido nacionalista evidente. Articulava-se, na verdade, com a forte tendência estatizante que o segundo governo de Vargas apresentava, um dos últimos ecos dos pactos nacionalistas que o capital internacional faria soçobrar em todo o Terceiro Mundo, representado, no Brasil, pelo golpe militar de 1964, pela queda de Perón na Argentina e pela de Ahmed Sukarno na Indonésia.

Coincidentemente, o Estruturalismo deita raízes na universidade e na intelligentsia brasileiras nesse momento de desnacionalização econômica e alinhamento político do Brasil com os Estados Unidos, mais forte e mais evidente durante o regime militar, que somente findou em 1985, mas já perceptível imediatamente após o término da Segunda Guerra Mundial.

Desde então, não só o ensino do tupi foi tirado de cena da vida acadêmica brasileira, bem como o latim e mesmo o francês, línguas que formaram nossa base cultural, foram substituídas pelo inglês. 


Texto baseado no do Profº. Eduardo Navarro.