sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

A Oração Ensinada por Cristo: "O Pai Nosso", Traduzida do Original em Grego para o Português

“Os protestantes assalariados pela Sociedade Bíblica de Londres andam-nos metendo à cara Bíblias em que se dizem quantos disparates há contra a religião que nossos Paes nos ensinaram, e que nós sabemos que é a única verdadeira, fóra da qual não há salvação. Elles querem-nos impor quase à força Bíblias falsificadas, viciadas, que falam contra o Papa, contra a Egreja, contra a confissão, contra a eucharistia, contra Jesus Christo, contra Maria Santíssima, contra os santos, contra tudo quanto há de bom. Às Bíblias de tal jaez opõe o tradutor o Novo Testamento cathólico, etc....” – Padre Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré.


Nos primeiros séculos da cristandade, a língua grega, foi amplamente a língua dominante das primeiras comunidades cristãs. Foi nessa língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos nos séculos seguintes.

E no que pese, nossa estima pelo latim como língua universal da igreja, assim deve ser e continuar, recorrer aos originais é sempre salutar ante o cenário de balburdia que se tem instaurado desde a reforma protestante com suas heresias e mesmo no seio da igreja com os falsos-católicos que se dizem "conservadores".

Assim, revisitamos a oração ao Pai Nosso, que é a mais importante da cristandade, porque ensinada diretamente pelo próprio Cristo nosso Senhor. E que é registrada em duas passagens no Novo Testamento: Mateus 6:9-12; e Lucas 11:2-4, escritos, originalmente, em grego koiné, a língua mais antiga no qual se registra o Novo Testamento. Assim, realizamos uma tradução fidedigna aos originais, que se segue:

MATEUS 6

9 Πάτερ ἡμῶν ὁ ἐν τοῖς οὐρανοῖς
Pai nosso que estás nos céus,
Ἁγιασθήτω τὸ ὄνομά σου
santificado seja o teu nome,

10 Ἐλθέτω* ἡ βασιλεία σου Γενηθήτω
venha o teu reino,
τὸ θέλημά σου
seja feita a tua vontade,
Ὡς ἐν οὐρανῷ καὶ ἐπὶ γῆς
assim na terra como no céu.

11 Τὸν ἄρτον ἡμῶν τὸν ἐπιούσιον δὸς ἡμῖν σήμερον
O pão nosso quotidiano dá-nos hoje.

12 Καὶ ἄφες ἡμῖν τὰ ὀφειλήματα ἡμῶν
Perdoa-nos as nossas dívidas,
Ὡς καὶ ἡμεῖς ἀφήκαμεν
como nós também perdoamos
τοῖς ὀφειλέταις ἡμῶν
os nossos devedores.

13 Καὶ μὴ εἰσενέγκῃς ἡμᾶς εἰς πειρασμόν
E não nos exponhas à tentação,
Ἀλλὰ ῥῦσαι ἡμᾶς ἀπὸ τοῦ πονηροῦ
mas livra-nos do Maligno.
“Ὅτι σοῦ ἐστιν ἡ βασιλεία καὶ ἡ δύναμις
Porque teu é o reino,o poder
καὶ ἡ δόξα εἰς τοὺς αἰῶνας Ἀμήν”
e a glória para sempre. Assim é.
LUCAS 11

2 Πάτερ ἡμῶν ὁ ἐν τοῖς οὐρανοῖς
Pai nosso que estás nos céus
ἁγιασθήτω τὸ ὄνομά σου
santificado seja o teu nome
Ἐλθέτω* ἡ βασιλεία σου
Venha o teu reino
Γενηθήτω τὸ θέλημά σου
Seja feita a tua vontade
ὡς ἐν οὐρανῷ καὶ ἐπὶ τῆς γῆς
Assim na terra como no céu

3 Τὸν ἄρτον ἡμῶν τὸν ἐπιούσιον δίδου
O pão nosso quotidiano dá-nos
ἡμῖν τὸ καθ’ ἡμέραν
hoje

4 Καὶ ἄφες ἡμῖν τὰς ἁμαρτίας ἡμῶν
E perdoa-nos os nossos pecados
Καὶ γὰρ αὐτοὶ ἀφίομεν παντὶ ὀφείλοντι ἡμῖν
Porquanto nós perdoamos a todo aquele que nos deve
Καὶ μὴ εἰσενέγκῃς ἡμᾶς εἰς πειρασμόν
E não nos induzas à tentação
ἀλλὰ ῥῦσαι ἡμᾶς ἀπὸ τοῦ πονηροῦ
Mas livra-nos do Maligno

A igreja adotou a versão de Mateus, e na atualidade, na passagem: "perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido", traduz ofilima |ὀφειλήματα|, dívidas, por "ofensas", sob argumento de que o sentido seria "pecados", oque não é em absoluto, basta observar o mesmo vocábulo, que se repete, mais a frente "devedores" |ὀφειλέταις|. Em grego, o vocábulo ofilima não é "ofensa", é débito, dívida. A tradução de "pecado" em grego é |ἁμαρτίας|. 

Tanto no grego, como no latim, e mesmo até algumas poucas décadas atrás, nossos pais e nossos avós recitavam: "perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos nossos devedores". A adulteração ocorreu no Vaticano II, sedimentada pelo Papa João Paulo II. 


A Tradução do Grego para o Latim - A Bíblia Vulgata:

Em fins do século IV e início do século V, o Papa Dâmaso I, pediu a São Jerônimo que fizesse a tradução da Bíblia para o latim, e que veio a ser a usada pela Igreja desde então. Chamada vulgata lectio (leitura de divulgação), embora a Vulgata tenha se utilizado de um latim "popular" e não o clássico, foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas predecessoras. Usada pela Igreja Católica Romana durante séculos, e ainda hoje é fonte para diversas traduções. 

Foi definitivamente consagrada pelo Concílio de Trento, em 1546. O Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata a partir de vários manuscritos existentes, o qual foi ratificada mais uma vez como a Bíblia oficial da Igreja, confirmando assim os outros concílios desde o século II, e a essa versão ficou conhecido como Vulgata Clementina.

Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão, terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João Paulo II, em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata e ficou estabelecida como a nova Bíblia oficial da Igreja Católica.

A oração em latim foi amplamente a língua no qual rezaram nossos ancestrais no Brasil ao longo de todo século de colonização e constituição do País, razão pela qual, ao menos para nós brasileiros o latim em nossos atos liturgicos guarda especial significado. 


Tradução do Grego para o Latim por São Jerônimo:

MATTHEUM VI
9 Pater noster, qui es in cælis, sanctificetur nomen tuum.

10 Adveniat regnum tuum ; fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra.

11 Panem nostrum supersubstantialem da nobis hodie,

12 et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris.

13 Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.

LUCAM XI
2 Pater, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum.

3 Panem nostrum quotidianum da nobis cotidie.

4 Et dimitte nobis peccata nostra, siquidem et ipsi dimittimus omni debenti nobis. Et ne nos inducas in tentationem.

Tradução do Latim para o Português:

MATEUS 6
9 Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.

10 Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade como no céu e na terra.

11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

12 E perdoa-nos nossas dívidas, assim como nos perdoamos aos nossos devedores.

13 E não nos induza em tentação, mas livra-nos do mal. Assim é.
LUCAS 11
2 Pai, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino:

3 O pão nosso quotidiano dá-nos diariamente.

4 E perdoa nossos pecados, pois também nós perdoamos a todos que nos devem. E não nos induza em tentação, mas livra-nos do mal.


O Uso dos Vernáculos Nacionais nas Liturgias:


Foi no Concílio do Vaticano II, que foi admitido o uso dos respectivos idiomas nacionais nos ritos litúrgicos da igreja. Oque foi visto, ou melhor, usado como pretexto por alguns grupos infiltrados dentro da Igreja para criar cisões em seu seio. Curiosamente, esses mesmos opositores, que se auto-designam "conservadores", nunca se opuseram as "revisões"(?) que se operaram na Bíblia oficial da igreja, a Vulgata. Como já dissemos, a Vulgata, foi reformada em 79, sob as mãos de João Paulo II, numa tradução, considerada como a pior de todas, pelos filologos contemporâneos..... reforma(?) estranhamente operada por um papa dito "conservador"(?).

Oque é algo que causa perplexidade, ante os inúmeros filólogos e teólogos de altíssima qualidade existente no corpo eclesiástico da igreja católica. Contudo, a explicação é simples, como já mais de uma vez denunciamos. Esses grupos "conservadores" criam querelas apenas para imobilizar a igreja, fazê-la perder fiés para as seitas protestantes, ao mesmo tempo que não se opõe a mudanças doutrinárias que enfraquecem-na e mesmo mudam o curso de seu verdadeiro evangelho.

O uso de Vernáculo Nacionais é um exemplo. Seu uso, teve oposição ferrenha desses mesmos "conservadores"(?), mas no que toca as mudanças de significado, essas sim que causam deturpações interpretativas e doutrinárias, reina o mais absoluto silêncio tumbular, antes, endossam!

O uso de idiomas nacionais, não é nenhum problema, antes é um instrumento de se fazer chegar o evangelho, tornando acessível sua difusão. Agora, desde que preservado seu correto significado. Razão pela qual, somos de acordo que somente Bíblias revisadas e autorizadas pela Igreja nos respectivos idiomas locais poderiam ser usadas nos ritos litúrgicos.  

Cremos ainda, que devamos orar tal como nossos pais e avós oravam, e portanto ministramos que a fórmula tradicional deve ser mantida. Porque só a transmissão orgânica, tradicional, é legítima. 

Embora devamos nos fiar, na tradução dos originais gregos, como não descendemos deles, não nos é válido orar em seu idioma, mas sim nos dos nosso sangue, em nossa língua ancestral. Cremos portanto ser ainda mais legítimo a um brasileiro, a guisa de comparação, orar em seu antigo idioma pré-romano (Keltaiko) do que mesmo em grego. Pois quando oramos em nossa língua ancestral, ecoamos as vozes de nossos ancestrais.


Artigos Correlatos:

O Dia de Todos os Santos, o Culto aos Mortos, uma Fé Celto-Católica.
A Infiltração Religiosa - A Fórmula Imperialista de Desfragmentar Nações

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A Imigração Italiana para o Brasil


Américo Vespucci, foi o primeiro italiano a ter estado no Brasil, quando a serviço da coroa portuguesa, se dar conta se tratar de um novo-continente, que levará seu nome. Foi na sua expedição que se fundou o primeiro forte no Brasil com 24 marinheiros (dos quais 12 italianos) em Cabo Frio-RJ. 

Posteriormente, com a fundação da Nova Lusitânia (Pernambuco), Duarte Coelho trouxe consigo, a convite, o nobre florentino Felipe Cavalcanti, que da sua união com uma filha de Jorge de Albuquerque com a índia Maria do Arco-Verde dará surgimento a família Cavalcanti d'Albuquerque. Segue no empreendimento, os Accioly que se entrelaçarão com os Cavalcantis, constituindo um Clã Italiano no Brasil nos primórdios de sua colonização.

Com a União Ibérica, quando o Reino de Nápoles e o Ducado de Milão, passam a serem integrantes do Império Luso-Espanhol, além da República de Gênova, essa na qualidade de Estado Associado, vários comerciantes desse reino afluem para o Brasil, especialmente marinheiros e comerciantes da República de Gênova, caso dos: BerardiCampoliAdornoManele/Spinelle etc.

Thomé de Souza encontrou quando de sua chegada na Bahia, o genovês Paulo Adorno, tronco da família Adorno,  e que veio a ser seu homem de confiança no seu governo. Os Dorias também de origem genovesa, na Bahia, com descendência em Clemencia Doria, chegada no Brasil em começos de 1555.

Alguns linguístas e acadêmicos (como Matteo Sanfilippo) afirmam que o sotaque brasileiro é idêntico ao sotaque genovês, como conseqüência desses primeiros contatos.

Nesse período, Fernando I de Médici intentou criar uma colônia italiana no Brasil. Para esse fim, o Grão-Duque organizou em 1608 uma expedição ao norte do Brasil, sob o comando do capitão inglês Thornton.
"O primeiro ano de Seicento Ferdinando I na Toscana valoriza a possibilidade de uma colônia brasileira (nos primeiros anos do século XVII, Fernando I de Médici considerou a possibilidade de fazer uma colônia no Brasil.)"
Giovanni Vincenzo San Felice
Conde di Bagnuoli
No entanto, Thornton, ao retornar da viagem preparatória em 1609 (quando foi para a Amazônia), encontrou Fernando I morto e todos os projetos foram cancelados pelo sucessor Cosimo II.

Em 1631, diante da invasão holandesa no Brasil, chega de Nápoles, o Conde de Bagnuolo, já veterano na defesa de Salvador em 1624, sob o comando de um terço de 400 napolitanos (Terço de Nápoles) para combater as tropas holandesas. Muitos desses italianos acabam se estabelecendo em definitivo no Brasil. O próprio Conde de Bagnuolo senta praça em São Salvador, aonde vive até o fim de seus dias (1640).

O conselheiro holandês Van Goch, reporta ainda em 1649, a participação de italianos na II Batalha dos Guararapes:

"[....] as tropas do inimigo são ligeiras e ágeis de natureza para correrem para diante ou se afastarem, e por causa de sua crueldade inata são também temíveis. Compõem-se de brasilianos (tupis), tapuias, negros, mulatos, mamelucos, nações todas do país, e também de portugueses e italianos que têm muita analogia com os naturais da terra quanto à sua constituição,  de modo que atravessam e cruzam os matos e brejos, sobem morros tão numerosos aqui e descem tudo isso com uma rapidez e agilidade verdadeiramente notáveis. Nós, pelo contrário, combatemos em batalhões formados como se usa na mãe-pátria e nossos homens são indolentes e fracos, nada afeitos à constituição do país. [.....] "


A Imigração Italiana em Massa no Séc. XX

Em fins do século XIX, começou a "imigração em massa" de italianos para o Brasil independente.

Quando essas primeiras levas começaram a aportar no Brasil na década de 1870, a Itália havia tardiamente se constituído como País em 1861. Razão pela qual, muitos imigrados não nutriam um sentimento de pertencimento nacional.  
"O que você entende por uma nação, senhor ministro? É a massa dos infelizes? Plantamos e colecionamos trigo, mas nunca provamos pão branco. Cultivamos videira, mas nunca bebemos vinho. Criamos animais, mas não comemos carne Apesar de tudo, você nos aconselha a não abandonar nossa pátria? Mas é a pátria a terra onde você não pode viver do seu próprio trabalho? "
Frase anônima de um imigrante italiano no final do século XIX para o Ministro de Estado italiano que pediu para não deixar sua terra natal.
Apenas com a ascensão fascista na década de 20, e o ainda sob um forte influxo imigratório da Itália nesse período para o Brasil, se forjou uma identidade "italiana" entre os imigrados. 

O início da imigração italiana esta diretamente vinculada a abolição da escravidão, como substitutos de mão de obra nos cafezais e a expansão das plantações de café. Embora, no mesmo período, os portugueses continuassem a chegar em massa, esses preferiam os centros urbanos onde se tornavam pequenos comerciantes. 

Encorajados pelo governo brasileiro, panfletos e faixas foram espalhados por toda a Itália, tentando, assim, atrair imigrantes. Rapidamente, milhares de italianos começaram a comprar passagens para o Brasil, em busca de dinheiro e melhores condições de vida.

No início, o governo brasileiro direcionou esses imigrantes para as áreas rurais do sul do Brasil, onde os italianos se tornaram pequenos agricultores e proprietários de terras. Foi o caso dos italianos que imigraram para o estado do Rio Grande do Sul. Mais tarde, as fazendas de café no sudeste se tornaram o destino da maioria.

A preferencia pela mão-de-obra proveniente da Itália, se deu não só pelo seu caráter agrícola, de camponeses, como também pela rápida assimilação que ocorria entre os imigrados e os brasileiros. Os italianos eram católicos, falavam diversos dialetos neolatinos afins com o português e tinham costumes semelhantes com as raízes luso-brasileiras. E assim, não houve problemas até o fascismo italiano fomentar a "italianidade" dos imigrados no Brasil.

A imigração italiana na Idade Contemporânea no Brasil foi intensa, tendo seu pico entre os anos de 1870 e 1920 . A maior parte estava concentrada na região do atual estado de São Paulo .
Imigração italiana para o Brasil por períodos
Período1884-18931894-19031904-19131914-19231924-19331934-19441945-19491950-19541955-1959Total
Quantidade510.533537.784196.52186.32070.177N/D15.31259.78531.263
1.507.695

A Imigração Italiana ao sul do Brasil

Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil em 1875, como no caso da colônia italiana em Santa Teresa (no Espírito Santo ).

Os italianos primeiro tenderam a se estabelecer na região sul, onde colônias de imigrantes alemães foram instaladas. Essas colônias foram fundadas em áreas rurais do país, seguindo o mesmo projeto das colonias alemãs. As primeiras colonias italianas foram instaladas nas encostas da serra Geral, pois as terras baixas já eram colonizadas por imigrantes alemães. nas atuais cidades de Garibaldi (Dona Isabel) e Bento Gonçalves (Conde d´Eu). Após 5 anos, o grande número de imigrantes obrigou o governo a criar uma nova colônia italiana em Caxias do Sul.

Nessas terras, os italianos começaram a cultivar uvas e a produzir vinho. Atualmente, essas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do Brasil. Também em 1875, as primeiras colônias italianas foram fundadas em Santa Catarina, como Criciúma e Urussanga, além de outras no Paraná.


A Imigração Italiana como força de trabalho nos cafezais:

Embora a região sul tenha sido pioneira na imigração italiana, foi a região sudeste que recebeu o maior número de imigrantes. Isso se deve ao processo de expansão do trabalho cafeeiro em São Paulo. Com o fim do comércio de escravos e os eventos da colonização italiana no sul, o governo paulista também começou a incentivar a imigração italiana para as plantações de café. A imigração subsidiada de italianos começou na década de 1880. Os próprios proprietários de fazendas de café tentaram atrair imigrantes italianos para suas propriedades. O governo brasileiro pagou a viagem e o imigrante teve que sair para trabalhar nas fazendas para devolver o valor da passagem.

Os imigrantes italianos, em sua maioria, emigraram para o Brasil em famílias, chamados colonos . Os proprietários de terras, acostumados a trabalhar com escravos africanos, começaram a lidar com trabalhadores europeus livres e assalariados. Até muitos italianos nas fazendas de café foram submetidos a dias úteis semelhantes aos dos escravos. Essa situação gerou vários conflitos entre imigrantes italianos e proprietários brasileiros, causando rebeliões. As notícias do trabalho semi-escravo chegaram à Itália e o governo italiano começou a impedir a imigração para o Brasil.

O sucesso inicial da imigração subsidiada levou o Brasil a quase 1 milhão de italianos até o final do século XIX, e outros 500.000 durante o século XX. O Brasil se tornou o destino preferido da imigração italiana.

Após a abolição da escravidão em 1888, a imigração italiana tornou-se uma grande fonte de trabalho no Brasil. Os italianos começaram a se expandir por Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A maioria absoluta teve como destino inicial o trabalho de campo e agrícola. Muitos imigrantes italianos, depois de alguns anos trabalhando na coleta de café, conseguiram dinheiro suficiente para comprar suas próprias terras e se tornar proprietários de terras. Outros partiram para os grandes centros urbanos brasileiros, como São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte.


Regiões de Origem:

A imigração italiana no Brasil foi marcada principalmente pelo norte da Itália, que na antiguidade era uma zona celta, principalmente de Veneto, seguido pelas regiões Centro-Sul. A preferência do governo brasileiro pelos italianos do norte é explicada pelo fato de os imigrantes italianos trazerem ao Brasil técnicas avançadas de industrialização e novas idéias para a modernização do Brasil. Costuma-se dizer que, em algumas áreas do norte da Itália, praticamente toda a população tinha um parente ou conhecido que imigrou para o Brasil.



As Variantes Linguísticas dos Imigrantes Itálicos 

Mesmo os imigrantes provindos do norte sendo majoritários, isso não implicou em nenhuma uniformidade linguística entre esses imigrados. Apenas na região norte, se registra 3 troncos linguísticos diferentes: neolatina, germânica e eslava. Do tronco neolatino, temos 9 línguas distintas, que por sua vez se subdividem em diversos dialetos . Do trônco germânico, tem-se o tedesco, com 5 variantes dialetais. E do tronco eslavo, fala-se o esloveno no extremo nordeste da Itália.

Do tronco neolatino, o vêneto, teve especial difusão nas colonias procedentes da região de Veneto, sendo a língua mais difundida no Brasil entre os imigrados. O vêneto ou talian, não é um dialeto do italiano, mas sim uma língua distinta, que se subdivide em dois dialetos: o vêneto oriental (veneziano) e o vêneto norte-ocidental (trentino).


O atual idioma padrão da Itália é o dialeto toscano, que foi disseminado na década de 20 pelo fascismo italiano, quando o instituiu obrigatoriamente nas escolas de toda a Itália. É curioso que alguns apátridas, que se dizem descendentes de italianos, bradem contra Getúlio por ter instituido a obrigatoriedade do português nas escolas brasileiras, estando nós em nossa própria pátria! Ao mesmo tempo, que morrem de amores por Mussolini.

Descendentes de italianos por estados brasileiros

Dos cerca de 1,5 milhão de italianos que imigraram para o Brasil entre os anos de 1875 e 1935, 1,2 milhão deles foram para São Paulo, 100 mil para o Rio Grande do Sul, 60 mil para Minas Gerais, 25 mil para o Espírito Santo, 25 mil para Santa Catarina e 20 mil para o Paraná.

A maioria dos descendentes de italianos está concentrada nos estados do Espírito Santo (onde são 23% da população), Santa Catarina (29%), São Paulo (23%), Paraná (29%) e Rio Grande do Sul (29%). A região metropolitana de São Paulo, com 19 milhões, possui cerca de 22% (4 milhões) de sua população composta por descendentes de italianos, tornando-a a região metropolitana fora da Itália com o maior número de descendentes de italianos à frente da área metropolitana de Buenos Aires. Aires, que tem 3,5 milhões de descendentes de italianos e à frente de Nova York, onde soma 1,8 milhão

Os ítalo-brasileiros são cerca de 24% da população branca do Brasil. Até a única cidade com 100% de brancos no Brasil, Montauri, no estado do Rio Grande do Sul, foi fundada por emigrantes italianos em 1904 e ainda tem uma maioria que fala talian.
Espírito Santo

Foi em 1875, que começou oficialmente a imigração italiana no Brasil, com a vinda de 150 famílias das regiões de Trento, Veneto e Lombardia para Santa Leopoldina-ES. Dessas, sessenta foram encaminhadas para Timbuí, aonde foi fundada a primeira colônia italiana no Brasil: Santa Teresa. Depois, cerca de oito mil italianos imigraram para o Espírito Santo entre os anos de 1875 e 1900 para ocupar terrenos cedidos pelo Governo nas áreas dos rios Itapemirim e Benevente.

Porém a situação de penúria vivida por muitos colonos fez com que, em 1895, o governo italiano proibisse a imigração de seus cidadãos para o Espírito Santo.

Após 1900, a imigração proveniente da península itálica praticamente cessa, adentrando após esse período somente 121 indivíduos.

Cerca de 93% dos imigrantes italianos provinham de regiões do Norte da Itália. Cerca de 40% eram da região do Vêneto, 20% da Lombardia, 14% do Trentino-Alto Ádige, 10% da Emília-Romanha, 5% do Piemonte, 4% do Friul-Veneza Júlia, 2% das Marcas e 2% de Abruzos, 1% da Toscana e 1% de Campânia e outro porcento de outras regiões.

Algumas fontes falam em 60% de descendentes de italianos entre a população do Espírito Santo. Oque em tese, seria a maior dentre todos os Estados. No entanto, a historiadora Maria Cristina Dadalto contesta, segundo ela, é um "mito". Não existe nenhuma pesquisa que comprove esses dados.


São Paulo

São Paulo recebeu até 1920, cerca de 70% dos imigrantes italianos que vieram para o Brasil, representando 9% da sua população total.  Tendo até 1920, adentrado no estado 1.078.437 italianos.

São Paulo recebeu imigrantes de diversas regiões da Itália. Nos registros paroquiais de São Carlos, cidade produtora de café no interior de São Paulo, para o período compreendido entre 1880 e 1914, foi-se registrado que, dentre os italianos que ali se casaram, 29% dos homens e 31% das mulheres eram oriundos do Norte da Itália, sendo o Vêneto a região mais bem representada, com 20% dos homens e 22% das mulheres, seguido da Lombardia com 5% dos homens e 6% das mulheres. Os italianos do Sul também eram bastante numerosos, correspondendo a 20% dos homens e 15% das mulheres de nacionalidade italiana. Calábria, com 7% dos homens e 5% das mulheres e Campânia, com 6% dos homens e 5% das mulheres eram as regiões sulistas que mais mandaram imigrantes para São Carlos.

Em São Paulo, assim como no resto do Brasil, havia a tendência dos imigrantes do Norte da Itália rumarem para a zona rural, enquanto os do Sul preferiam se dedicar às ocupações urbanas. Oque explica, na cidade de São Paulo, os meridionais terem dominado bairros inteiros, como foi o caso do Bixiga, do Brás e da Mooca, habitados especialmente por imigrantes oriundos da Calábria e de Campânia.


Santa Catarina

95% dos italianos que chegaram ao estado de Santa Catarina eram do norte da Itália, os atuais estados do Vêneto, Lombardia, Friul-Veneza Júlia e Trentino-Alto Ádige. Porém, anteriormente, houve uma incipiente imigração de sardenhos, em 1836, oriundos da Sardenha, que fundaram a colônia de Nova Itália (atual São João Batista). Esses pioneiros eram poucos, sem maior impacto demográfico. Foi mais tarde, a partir de 1875, que passou a se assentar no estado um número maior de imigrantes italianos. Foram criadas, assim, as primeiras colônias italianas do estado: Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apiúna, todas estas no entorno da colônia alemã de Blumenau, servindo assim, os italianos, como a ponta de lança deste núcleo germânico. Neste mesmo ano, imigrantes do Trento fundaram Nova Trento, e em 1876 foi fundado Porto Franco (hoje Botuverá). Os italianos instalados nestas primeiras colônias provinham majoritariamente da Lombardia e do Trentino, o qual pertencia na época ao Império Austro-Húngaro.

Diversas outras colônias foram criadas nos anos seguintes, sendo o sul de Santa Catarina o principal foco de colonização italiana do estado. Nesta região foram fundadas Azambuja em 1877, Urussanga em 1878, Criciúma em 1880, a colônia mista de Grão-Pará em 1882, o núcleo Presidente Rocha (hoje Treze de Maio) em 1887, os núcleos de Nova Veneza, Nova Belluno (hoje Siderópolis) e Nova Treviso (hoje Treviso) em 1891, e Acioli de Vasconcelos (hoje Cocal do Sul) em 1892. No sul do estado os imigrantes provinham principalmente do Vêneto, e, em menor número, da Lombardia e de Friul-Veneza Júlia. Os imigrantes se dedicaram principalmente ao desenvolvimento da agricultura e à mineração do carvão, sendo eles imprescindíveis na formação desta região.

A chegada de italianos ao estado terminou em 1895, quando um número já reduzido de colonos chegaram para colonizar a comunidade de Rio Jordão, no sul do estado. Principalmente pela guerra civil que estourou no país com a Revolução Federalista e pelo contrato da república que deixava a imigração subsidiada a cargo dos estados, os italianos pararam de adentrar aos portos catarinenses.

A partir de 1910, milhares de gaúchos migraram para Santa Catarina, entre eles, milhares de descendentes de italianos. Esses colonos ítalo-brasileiros colonizaram grande parte do Oeste catarinense. Muito da cultura ainda é preservada nos antigos focos de colonização, principalmente na culinária, e na linguagem.


Rio Grande do Sul

A primeira leva de imigrantes italianos no Rio Grande do Sul, se deu em 1875, com o fim de substituírem os colonos alemães que, a cada ano, chegavam em menor quantidade. Os colonos italianos foram atraídos para a região para trabalharem como pequenos agricultores e lhes foram reservadas terras agrestes, na encosta da Serra Geral.

Na região foram criadas as primeiras três colônias italianas: Conde D’Eu, Dona Isabel e Campo dos Bugres, atualmente as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, respectivamente. Com o tempo, os italianos passaram a subir as serras e a colonizá-las. Com o esgotamento de terras na região, esses colonos passaram a migrar para várias regiões do Rio Grande. A base da economia na região italiana do Rio Grande foi, e continua a ser, a vinicultura.

No centro do estado foi criada a Quarta Colônia de Imigração Italiana, o primeiro reduto de italianos fora da Serra Gaúcha e que originou municípios como Silveira Martins, Ivorá, Nova Palma, Faxinal do Soturno, Dona Francisca e São João do Polêsine. Nesse último, está a localidade de Vale Vêneto, nome dado para fazer homenagem a tal região italiana.

Outras colônias italianas foram criadas e deram origens a cidades como Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Garibaldi, Flores da Cunha, Antônio Prado, Veranópolis, Nova Prata, Encantado, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo, Guaporé, Lagoa Vermelha, Soledade, Sananduva, Cruz Alta, Jaguari, Santiago, São Sepé, Caçapava do Sul e Cachoeira do Sul. Essas são as principais colônias italianas do estado.

Estima-se que imigraram para o Rio Grande 100 mil italianos, entre 1875 e 1910. Em 1900, já viviam no estado 300 mil italianos e descendentes.

Quanto a procedência desses contingentes, o percentual aproximado seria de: 54% de vênetos; 33% lombardos; 7% trentinos; 4,5% friulanos. Os demais - piemonteses, toscanos, emiliano-romanheses e lígures - representam 1,5% do total.

Zonas de colonização italiana e italo-germânicas.

Paraná

Os primeiros italianos a imigrar para o Paraná foram os vênetos, a partir de 1875, alocados em colônias próximas à Paranaguá, nas regiões de Morretes e Antonina. A Colônia Alexandra e posteriormente a Colônia Nova Itália tiveram vários problemas, sendo que seus moradores foram posteriormente remanejados para regiões mais próximas da capital.

Em 1900, viviam no estado do Paraná mais de trinta mil italianos, espalhados por catorze colônias etnicamente italianas e outras vinte mistas. No início, a maior parte dos imigrantes trabalhou como colonos autônomos porém, com o desenvolvimento do café, passaram a compor a mão de obra da região. As maiores colônias prosperaram na Região Metropolitana de Curitiba, sendo o município de Colombo (localizado na Grande Curitiba) a maior colônia italiana do Paraná. A Colônia Alfredo Chaves (que posteriormente se tornaria a cidade de Colombo) foi uma das quatro onde se concentraram os primeiros italianos que chegaram ao estado. As outras são a Senador Dantas (que deu origem ao bairro curitibano Água Verde), a Santa Felicidade (atual pólo gastronômico da capital paranaense) e a Colônia de Santa Maria do Tirol, localizada no município de Piraquara (na Grande Curitiba). A influência italiana se faz presente em todas as regiões do estado (como no norte do estado, com o vocábulo terra roxa, oriundo da confusão da língua italiana para a cor vermelha - "terra rossa").

Em Curitiba chegaram a partir de 1872, estabelecendo-se como agricultores em vários núcleos coloniais da região, que posteriormente deram origem aos atuais bairros de Pilarzinho, Água Verde, Umbará e Santa Felicidade (tradicional bairro de cultura e gastronomia italiana da capital paranaense), por exemplo. Com o passar do tempo adotaram outras atividades, incluindo industriais e comerciais.

Outras cidades receberam imigrantes italianos: além de municípios da Microrregião de Paranaguá (na Serra do Mar e litoral) e a capital, cidades da Grande Curitiba (como São José dos Pinhais, Araucária, Campo Largo, Piraquara, Cerro Azul e Colombo), assim como do interior receberam significativo número de imigrantes.


Minas Gerais

Em números absolutos Minas Gerais recebeu o terceiro maior contingente de imigrantes italianos, atrás somente de São Paulo e Rio Grande do Sul, cerca de 60 mil.

De forma bem semelhante ao Estado de São Paulo, os italianos também foram atraídos para Minas Gerais com o objetivo de aumentar a força de trabalho nas lavouras de café. Mas os resultados da política de imigração em Minas foram bem menos significativos, uma vez que o estado obrigava os imigrantes e os próprios fazendeiros a pagarem parte da passagem de navio, enquanto o Estado de São Paulo cobria todos os gastos. Por fim, em 1898, uma grave crise financeira atingiu o Estado, que suspendeu a imigração subsidiada.

Minas passou a incentivar a vinda de italianos sobretudo a partir do ano de 1887. Todavia, foi só a partir de 1894 que o Estado fez contratos que aumentaram o fluxo de imigrantes.

Os imigrantes em Minas, provinham de várias regiões da Itália, embora se destaque um número significativo, em relação a outros Estados, de imigrantes da Sardenha, também com algum relevo advieram imigrantes da região de Emília-Romanha. Na zona da mata mineira, em Leopoldina, a guisa de exemplo, constatou-se 14 regiões de procedencia da Itália entre os imigrantes: Lombardia, Friul-Veneza Júlia, Vêneto, Piemonte, Emília-Romanha, Toscana, Úmbria, Marcas, Abruzos, Campânia, Basilicata, Calábria, Sicília e Sardenha.

Registros em São João del Rey em 1888, mostram que praticamente todos eram do Norte da Itália, especialmente: Bolonha, Ferrara e Verona. Após essa data (1888), passa-se a registrar ainda em São João del Rey, um expressivo número de imigrantes de Emília-Romanha, 65% (415) de um total de 639 imigrados. O resto provinha sobretudo da região do Vêneto e alguns poucos da Lombardia e da Calábria. Devido a prenseça majoritária de emilianos, mais tarde o núcleo colonial passou a ser conhecido como "colônia Bolonha - Ferrara".

A imigração italiana em Minas Gerais se concentrou, essencialmente, na zona da mata mineira, sul do Estado e Belo Horizonte.
Entrada de italianos em Minas Gerais 
18941895189618971898189919001901
4 4106 42218 99917 3032 1116502141

Proposta de bandeira aos Italo-brasileiros:


bandeira do Círculo Castilhista Comando SE







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domingo, 2 de fevereiro de 2020

O Pensamento de Julius Evola - O Precursor da Direita Olavista.


Giulio Cesare Andrea Evola (19 de maio de 1898 - 11 de junho de 1974), mais conhecido como Julius Evola, foi um filósofo, pintor e esoterista italiano. Evola considerava suas perspectivas e valores espirituais como aristocráticos, masculinos, tradicionalistas, heróicos e reacionários.

Evola acreditava que a humanidade está vivendo no Kali Yuga, uma Idade das Trevas com apetites materialistas desencadeados, esquecimento espiritual e dissolução. Para combater isso e convocar um renascimento primordial, Evola apresentou seu mundo de tradição. A trilogia principal das obras de Evola é geralmente considerada Revolta contra o mundo moderno, Homens entre as ruínas e Cavalgada do tigre. Segundo um estudioso, "o pensamento de Evola pode ser considerado um dos sistemas mais radicais e consistentemente anti-legalitário, anti-democrático e antipopular do século XX". Muitas de suas teorias e escritos, estão centradas no próprio espiritismo e misticismo idiossincrático de Evola - a vida interior. A filosofia abordava temas como o hermetismo, a metafísica da guerra e do sexo, tantra, budismo, taoísmo, montanhismo, o Santo Graal, a essência e a história das civilizações, a decadência e várias tradições filosóficas e religiosas que lidam com os clássicos e os Orientais.

Evola foi um notável crítico do fascismo e do nazismo e sua filosofia sociopolítica dita: "tradicionalista" é mais de direita do que o fascismo. No entanto, o trabalho de Evola influenciou fascistas e neofascistas, embora ele nunca tenha sido membro do Partido Fascista Nacional Italiano ou da República Social Italiana e ter se declarado antifascista. Ele considerava sua posição como a de um intelectual simpático de direita, via potencial no movimento e desejava reformar seus erros, para uma posição alinhada às suas próprias opiniões. Um de seus sucessos foi em relação às leis raciais; sua defesa de uma consideração espiritual da raça venceu no debate na Itália, em vez de um conceito exclusivamente biológico adotado pela a Alemanha. Desde a Segunda Guerra Mundial, muitos grupos radicais "tradicionalistas", da nova direita, "conservadores revolucionários", fascistas e que se auto-proclamam de "terceira posição" se inspiraram nele, além de vários ocultistas apolíticos.

Por volta de 1920, os interesses de Giulio Cesare Andrea Evola o levaram a estudos espirituais, transcendentais e "supra-racionais". Ele começou a ler vários textos esotéricos e gradualmente se aprofundou nos estudos sobre ocultismo, alquimia, magia e oriental, particularmente no lamaismo tibetano e no yoga tântrico vajrayanista. Também passou a fazer uso de drogas alucinogênicas para experimentar estados alterados de consciência, depois passou a criticar essas drogas em Ride the Tiger, pois não considerava a estimulação um meio de transcendência.

Em 1927, junto com outros esoteristas italianos, fundou o Gruppo di Ur (o Grupo Ur). O objetivo do grupo era fornecer uma "alma" ao crescente movimento fascista da época através do ressurgimento de um antigo paganismo romano, do qual, veio a se arrepender depois.

Evola se opois aos Acordos Lateranenses de Benito Mussolini com a Igreja Católica Romana e rejeitou o nacionalismo do partido fascista e seu foco na política no movimento de massas; esperando influenciar o regime em sua própria variação no bojo do movimento fascista.


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