quarta-feira, 20 de abril de 2016

O Valor Militar dos Insurgentes.

É omitido aos brasileiros a epopeia e a grandiosidade do feito da vitória e expulsão sobre os holandeses no Brasil. Era a Holanda a maior potência da época e se defrontava contra a Espanha que também atingira seu ápice no curso da Guerra dos 80 Anos (1568-1648). É nesse contexto que o Brasil é envolvido, invadido pelos holandeses, uma vez que se encontrava dentro da União Ibérica.

Nessa época, o custo de armar e manter um exército era alto, razão pela qual a proporção entre efetivos e a população é relativamente pequeno comparado a outras épocas da história. A guisa de comparação, o maior exército do mundo na época era o espanhol, que não contava mais do que 15 mil homens. Na decisiva batalha  de Nieuwpoort em 1600, entre Espanha e Holanda, e que determinou a independência da Holanda, até então submetida a Espanha, contavam os holandeses 12 mil homens, contra 15 mil de Espanha.

formação em terço pelo exército espanhol (guerra dos 80 anos)

Essa batalha é um marco na História militar moderna. Do seu resultado, decaiu o uso do terço (unidade militar) dos espanhóis, durante  mais de um século considerado invencível, por formações lineares de infantaria menos rígidos, criados por Maurício de Nassau, grande artifice dessa inovação e comandante máximo do exército holandês.

Esse sistema militar holandês, foi incorporado pelo exército sueco e inglês no Séc. XVII. Com seu uso, gustavo Adolfo II, rei da Suécia, venceu o exército do Sacro-Império Germanico, bem mais poderoso, na batalha de Breitenfeld (1631). Também foi adotado pelo novo exército inglês de Oliver Cromwell, o início do que viria a ser o império britânico. 

É esse o inimigo que os brasileiros afrontarão, sem qualquer auxílio externo, antes contra as ordens da metrópole, que manda cessar os ataques.

Quando da invasão holandesa, os efetivos militares de Portugal, haviam sido desfeitos pela Espanha. As forças surgidas na resistência eram exclusivamente brasileiras, sem qualquer influência externa, oque resultou nas táticas inovadoras, a guerra brasílica, que deu a superioridade militar aos brasileiros. 

É nesse cenário que surgem os tremendos guerrilheiros: André Vidal, que se apresenta voluntário gratuito, nos seus dezenove anos, é dos mais decididos; mas o seu nome ainda não pode romper, na sombra dos Rabelo, Henrique Dias, Poti, Barbalho, Manoel Dias, Estevam de Távora, Sebastião Souto, Manoel Dias de Andrade... que, da terra pernambucana (assim se considerava todo aquele Norte), surgiram para amarrar o holandês às praias, donde nunca soube apartar-se por mais de oito léguas. Henrique Dias em l637, a façanha de Moreno que vem ameaçar o inimigo às portas do Recife. isto depois de ter batido e dizimado, de par com Rabelinho, em Ipojuca, Serinhaém, Goiânia, até a Paraíba, donde pôde voltar, sem que o contivessem. “Diante das suas tropas, assinala Southey, apavoradas, amotinadas, as guarnições holandesas entregavam-se...”. Souto, secundado por Vidal, conta outras façanhas de terror para o holandês, por todo o interior, até a Paraíba, também. Estevam de Távora, ânimo generoso e fidalgo, só temido pelo inimigo, era o destruidor das suas riquezas. Manoel Dias iludia, quando não podia bater, mas não se deixava vencer, e escapou ileso, de forças inimigas no dobro das suas. Rabelinho, depois de escorraçar os holandeses, e de lhes assolar os domínios, no Cabo, Moribeca, Santo Amaro... cercado e fechado em S. Lourenço, resistiu ferozmente, até varar,.num salto de tigre, por sobre o holandês atônito, escapando para Porto Calvo; contava, também, a glória de ter aliviado o Brasil do infame e cruel Ippo Eyessem, o verdugo da Paraíba. Camarão, glorioso e puro “Brasil”, é o mais terrível, na estratégia de guerrilhas: devastou o que já era feitoria e uso do holandês; incendiou-lhe açúcares e pau-brasil, saqueou-lhe os estabelecimentos, raptou-lhe embarcações; castigou as tribos suas aliadas, executou quantos trânsfugas veio a pegar; venceu o inimigo todas as vezes que pôde alcançar, sem se deixar bater nunca, em refregas várias, e verdadeiras batalhas. 

É a guerra Brasílica que se revela mais eficiente do que o sistema holandês, a gloriosa escola de resistência, o fecundo tirocínio de combates que ensinaram os pernambucanos a enfrentar o holandês, a vencê-lo, a desprezá-lo.

A resistência e o sucesso da insurreição frustrou os planos holandeses, que meses antes de sua capitulação, já organizava uma poderosa expedição ao Rio da Prata para tomar Buenos Aires e assim toda América do Sul.  

E nesse momento, pela primeira vez na história do Brasil, os brasileiros fazem valer seus próprios interesses contra os da metrópole. Não se deixando absorver pelo inimigo protestante. O despontar do nacionalismo brasileiro.




domingo, 10 de abril de 2016

A-Darter o Míssil de última Geração que Põe o Brasil na Vanguarda da Tecnologia de Mísseis Aeronáuticos.

Dia 09 de fevereiro de 2015, um avião de caça Gripen da Força Aérea da África do Sul realizou com sucesso o lançamento real de um míssil A-Darter, um projeto binacional entre o Brasil e a África do Sul. O alvo, uma aeronave não tripulada, estava em uma rota a 90° da aeronave lançadora e se distanciava. Apesar disso, o sistema de mira do míssil conseguiu "travar" no alvo, que também estava em uma altitude 600 metros mais elevada.
 
A principal característica dos mísseis de última geração é exatamente a capacidade de realizar manobras de alto desempenho. "O sensor de guiagem detecta o alvo e o míssil também calcula a melhor rota", explica o Coronel Júlio César Cardoso Tavares, da Força Aérea Brasileira.

Com 2,98 metros de comprimento e 90 kg de peso, o A-Darter se destaca pela ausência das pequenas asas usadas para as manobras. No lugar delas, o modelo tem capacidade de direcionar o empuxo do seu motor-foguete. Desse modo, consegue realizar manobras que o leva a sofrer até 100 vezes a força da gravidade (100 G). Os caças de combate mais modernos não passam de 9 G.

Guiado por calor, o A-Darter também consegue "enxergar" em mais de uma frequência de infravermelho e desse modo evitar ser enganado por "flares", iscas incandescentes lançadas para confundir os mísseis. O alcance máximo é de 12 quilômetros.

 Concepção artística do lançamento  Agência Força Aérea

Investimento de R$ 300 milhões na indústria 
 
O sucesso da missão é uma das etapas finais do desenvolvimento do míssil. De acordo com o gerente do projeto pelo Brasil, com esse lançamento, A-Darter está mais de 90% concluído. A previsão é de o projeto estar pronto no primeiro semestre de 2016 e possa futuramente equipar os caças Gripen NG da FAB. Trezentos milhões de reais foram investidos até agora, sendo a metade diretamente em empresas localizadas no País.  

As empresas brasileiras Mectron, Avibras e Optoeletrônica já recebem tecnologia transferida pela Denel, da África do Sul. A parceria para o desenvolvimento começou em 2006 e o objetivo é que os dois países produzam componentes para futuras exportações. "No futuro, as vendas serão compartilhadas. Já há entendimento entre as empresas", explica o Coronel Tavares.

De acordo com ele, é possível perceber que algumas soluções tecnológicas desenvolvidas para o A-Darter já fazem parte de outros produtos criados pela indústria nacional. Ele lembra ainda que o papel do Brasil não foi apenas aprender com os sul africanos. "Os nossos técnicos participam das decisões", afirma. Os algoritmos de programação dos sistemas do míssil, por exemplo, foram desenvolvidos por um engenheiro militar da FAB. "O período dele na África do Sul iria acabar e eles solicitaram a prorrogação", conta o gerente do projeto.

Porém, o foco foi passar conhecimento para o parque industrial brasileiro. "Não fazia sentido a gente absorver conhecimento só para a FAB, e sim para as empresas também", explica.

A África do Sul, com experiência de desenvolvimento de mísseis desde a década de 60, buscou a parceria com o Brasil por conta da complexidade do projeto. "É um míssil de alta tecnologia", explica o Coronel Tavares. Segundo ele, o A-Darter tem inovações dominadas por poucos países do mundo e que não são transferidas quando há a compra de armamento. "Ninguém ensina a fazer isso", resume.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Carta aos Moços - Darcy Ribeiro.

Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando e lutando, como um cruzado, pelas causas que me comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isto não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas. 
 
Tudo que diz respeito ao humano, suas vidas, suas criações, me importam supremamente. Dentro do humano, o povo brasileiro, seu destino é o que mais me mobiliza. Nele, a ínvia indianidade brasileira, que consegue milagrosamente sobreviver. Mas, sobretudo, a massa de gente nossa, ainda em fusão, esforçando-se para florescer numa nova civilização tropical, mestiça e alegre.

Acho que aprendi isso, ainda muito jovem, com os antigos comunistas. Imbatíveis em sua predisposição generosa de se oferecerem à luta, por qualquer causa justa, sem mais querer que o bem geral. Estou certo de que a dignidade, e até o gozo de viver que tenho, me vêm dessa atitude básica de combatente de causas impessoais. Tanto, que me atrevo a recomendar duas coisas aos jovens de hoje.

Primeiro, que não respeitem seus pais, porque estão recebendo, como herança, um Brasil muito feio e injusto, por culpa deles. Minha também, é claro. Segundo, que não se deixem subornar por pequenas vantagens em carreirinhas burocráticas ou empresariais pelo dinheirinho ou dinheirão que poderiam render. Mais vale ser um militante cruzado, acho eu.

Vejo os jovens de hoje esvaziados de juventude, enquanto flama, combatividade e indignação. Deserdados do sentimento juvenil de solidariedade humana e de patriotismo e de orgulho por nosso povo.   

Incapacitados para assumir as carências dos brasileiros como defeitos próprios e sanáveis de todos nós. Ignorantes de que o atraso, a fome e a pobreza só existem e persistem, entre nós, porque são lucrativos para uma elite infecunda e cobiçosa de patrões medíocres e de políticos corruptos.

Afortunadamente, podemos nos orgulhar de muitos jovens brasileiros que são o sémen de nosso povo sofredor. Sem eles, nossa Pátria estaria perdida. É indispensável, porém, ganhar a totalidade da juventude brasileira para si mesma e para o Brasil. O dano maior que nos fez a ditadura militar, perseguindo, torturando e assassinando aos jovens mais ardentemente combativos da última geração, foi difundir o medo, promover a indiferença e a apatia. 

Aquilo de que o Brasil mais necessita, hoje, é de uma juventude iracunda, que se encha de indignação contra tanta dor e tanta miséria. Uma juventude que não abdique de sua missão política de cidadãos responsáveis pelo destino do Brasil, porque sua ausência é imediatamente ocupada pela canalha.

Talvez eu veja tanto desencantamento, onde o que há é apenas o normal das coisas ou o sentimento do mundo que corresponde às novas gerações. Talvez seja assim, mas isso me desgosta muito. Desgosta, principalmente, porque sinto no fundo do peito que é obra da ditadura militar tamanha juventude abúlica, despolitizada e desinteressada de qualquer coisa que não corresponda ao imediatismo de seus interesses pessoais. É por isso que não me canso de praguejar e xingar, exaltado, dizendo e repetindo obviedades.
Sobretudo, quando falo à gente jovem em pregações sobre valores que considero fundamentais e que não ressoam neles como eu quisera.

Primeiro de tudo, o sentimento profundo de que esse nosso paísão descomunal e esse povão multitudinário, que temos e somos, não nos caiu ao acaso, nem nos veio de graça. É fruto e produto de séculos de lutas e sacrifícios de incontáveis gerações. O território brasileiro é do tamanho que é graças à obsessão portuguesa de fronteira, impressa neles por um milênio de resistência, para não serem absorvidos pela Espanha, como ocorreu com todos os outros povos ibéricos. Desde os primeiros dias de nosso fazimento estava o lusitano preocupadíssimo em marcar posses, gastando nesse esforço gerações de índios e caboclos que nem podiam compreender que nos faziam.

Meu apego apaixonado pela unidade nacional começa pela preservação desse território como a base física em que nosso povo viverá seu destino. Encho-me da mais furiosa indignação contra quem quer que manifeste qualquer tendência separatista. Acho até que não poderia nunca ser um ditador, porque mandaria fuzilar quem revelasse tais pendores.

Outro valor supremo, e até sagrado, que quero comunicar à juventude, é o sentimento de responsabilidade pelo atroz processo de fazimento de nosso povo, que custou a vida e a felicidade de tantos milhões de índios caçados nas matas e de negros trazidos de África, para serem desgastados no moinho brasileiro de gastar gente. Nós viemos dos zés-ninguém gerados pela índia prenhada pelo invasor ou pela negra coberta pelo amo ou pelo feitor. Aqueles caboclos e mulatos, já não sendo índios nem africanos e não sendo também admitidos como europeus, caíram na ninguendade. A partir desta carência de identificação étnica é que plasmaram nossa identidade de brasileiros.

Fizeram-no um século depois, quando, através dos insurgentes mineiros, tomamos consciência de nós brasileiros como um povo em si, aspirando existir para si.

Surgimos, portanto, como um produto "inesperado e indesejado do empreendimento colonial que só pretendia ser uma feitoria. A empresa Brasil se destinava era a prover o açúcar de adoçar boca de europeu, o ouro de enricá-los e, depois, minerais e quantidades de gêneros de exportação.

Éramos, ainda somos, um proletariado externo aqui posto para servir ao mercado mundial. Criá-lo foi a façanha e a glória das classes dominantes brasileiras, cujo empenho maior consistia, e ainda consiste, em nos manter nessa condição.

Foi sobre esse Povo-Nação, já constituído e levado à independência com milhões de caboclos e mulatos, que se derramou a avalancha européia quando seus trabalhadores se tornaram descartáveis e disponíveis para a exportação como imigrantes. Os melhores deles se identificaram com o povo antigo da terra e até se tornaram indistinguíveis de nós, por sua mentalidade, língua, cultura e identificação nacional. Ajudaram substancialmente a modernizar o país e a fazê-lo progredir, gerando uma prosperidade ampliada, a inda que muito restrita, e que beneficiou principalmente aos recém-vindos.

É de lamentar, porém, que vez por outra surja, entre eles, uns idiotinhas alegando orgulhos de estrangeiridade. O fazem como se isso fosse um valor, mas principalmente porque estão predispostos seja a quebrar a unidade nacional em razão de eventuais vantagens regionais, seja a retornarem eles mesmos para outras terras, como fizeram seus avós. Afortunadamente, são uns poucos. Com um pito se acomodam e se comportam.

Compreendem, afinal, que não há nesse mundo glória maior que participar da criação, aqui, da civilização bela e justa que havemos de ser.

Tal como ocorreu com nossos antepassados, hoje, o Brasil é nossa tarefa, essencialmente de vocês, meus jovens. A história está a exigir de nós que enfrentemos alguns desafios cruciais que, em vão, tentamos superar há décadas. Primeiro que tudo, reformar nossa institucionalidade para criar aqui uma sociedade de economia nacional e socialmente responsável, a fim de alcançarmos uma prosperidade generalizada a todos os brasileiros. O caminho para isso é desmonopolizar a propriedade da terra, tirando-a das mãos de uma minoria estéril de latifundiários que não plantam nem deixam plantar. Eles são responsáveis pelo êxodo rural e o crescimento caótico de nossas cidades e, conseqüentemente, pela Fome do povo brasileiro. Fome absolutamente desnecessária, que só existe e só se amplia porque se mantém uma ordem social e um modelo econômico compostos para enriquecer os ricos, com total desprezo pelos direitos e necessidades do povo.

Simultaneamente, teremos de derrubar o corpo de interesses que nos quer manter atados, servilmente, ao mercado mundial, exigindo privilégios aos estrangeiros e a privatização das empresas que dão ser e substância à economia nacional, para manter o Brasil como o paraíso dos banqueiros. Não se trata de criar aqui nenhuma economia autárquica, mesmo porque nascemos no mercado mundial e só nele sobreviveremos.

Trata-se é de deixar de ser um reles proletariado externo para ser um povo que exista para si mesmo, ocupado primacialmente em promover sua própria felicidade.

Essas lutas só podem ser travadas com chance de vitória desmontando a ordem política e o sistema econômico vigentes. Seu objetivo expresso é preservar o latifúndio improdutivo e aprofundar a dependência externa para manter uma elite rural esfomeadora e enriquecer um empresariado urbano servil a interesses alheios. Todos eles estão contentes com o Brasil tal qual é. Se não anularmos seu poderio, eles farão do Brasil do futuro o país que corresponda aos interesses dos países que nos exploram.

Nestas singelas proposições se condensa para mim o que é substancial da ideologia política que faz dos brasileiros, brasileiros dignos. Tais são o zelo pela unidade nacional, o orgulho de nossa identidade de povo que se fez a si mesmo pela mestiçagem da carne e do espírito; a implantação de uma sociedade democrática onde imperem o direito e a justiça para todos; a democratização do acesso à terra para quem nela queira morar ou cultivar; a criação de uma economia industrial autônoma como o são todas as nações desenvolvidas.

Eis o que peço a cada jovem brasileiro: repense estas idéias, reavalie estes sentimentos e assuma, afinal, uma posição clara e agressiva no quadro político brasileiro.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

A Expulsão dos Franceses de Pernambuco

A primeira feitoria de pau-brasil erguida em Pernambuco, foi erguida à margem direita da foz do rio Igaraçu pelo português Cristóvão Jaques quando de sua primeira expedição à costa brasileira (1516-1519), em substituição à Feitoria da Baía de Guanabara que fizera desativar entre 1516 e 1517.

"Cristovão Jaques fez a primeira casa de minha feitoria e a cinqüenta passos da dita casa da feitorya pelo rio a dentro ao longo da praya.". -  Duarte Coelho Pereira,  10 de Maio de 1534.

Cristóvão Jaques, quando da sua terceira expedição (1526-1528), aportou à feitoria de Pernambuco em Maio de 1527,  foi informado, pelo náufrago espanhol D. Rodrigo de Acuña (da expedição de Jofre de Loyassa às Molucas, em 1525), da presença de quatro navios franceses carregando pau-brasil na baía de Todos os Santos. Cristóvão Jaques surpreendeu-os em fins de Junho, matando e aprisionando centenas de franceses.
 
O depoimento dos sobreviventes, do ocorrido na baía de Todos os Santos em junho de 1527, ao rei Francisco I de França é dramático:
"Depois de afundados os nossos navios [um dos quais era do próprio Jaques, capturado pelos franceses na costa da Guiné], alguns de nossos súditos se sairam à terra e se meteram nas mãos dos selvagens. Antes, outros dos nossos súditos se meteram nas mãos e mercê dos ditos portugueses, esperando ser deles melhor tratados, porém eles, os ditos portugueses, enforcaram alguns dos nossos súditos e outros meteram e enterraram até os ombros e o rosto e depois os martirizaram cruelmente a setadas e tiros de espingarda." (Carta de Francisco I ao embaixador francês em Lisboa, 6 set. 1528.)
Após esses eventos, os franceses continuaram com suas incursões na costa brasileira. O rei português, D. João III, designou Martim Afonso de Sousa, juntamente com seu irmão Pero Lopes de Sousa, para uma expedição a costa do Brasil afim de combater os traficantes franceses e fundar núcleos coloniais. Partindo de Lisboa, em 3 de dezembro de 1530, com 400 homens, dentre os quais, muitos fidalgos, em5 navios: 1. a capitânia, na qual viajavam Martim e seu irmão Pero Lopes; 2. os galeões São Miguel (capitão Heitor de Souza) e 3. São Vicente (capitão Pero Lobo Pinheiro); e as caravelas 4. Princesa (capitão Baltasar Gonçalves) e 5. Rosa (capitão Diogo Leite, que fora comandante de um dos navios da expedição de Cristóvão Jacques).

Em 31 de janeiro de 1531, a esquadra avistou terra, o cabo de Santo Agostinho e  duas naus francesas que foram perseguidas e capturadas, fugindo para terra a tripulação de uma delas. E em primeiro de fevereiro de 1531, Pero Lopes de Sousa que se encontrava fundeado junto à ilha de Santo Aleixo, na costa de Pernambuco, avista ao romper do dia uma terceira nau francesa, que velejava rumo ao norte. Saindo a dar-lhe caça, na altura do cabo de Santo Agostinho, vem, seu irmão, Martim Afonso de Sousa, prestar-lhe ajuda, a qual não se faz efetiva pelos ventos contrários, voltando ao seu ancoradouro. Pero Lopes, na caravela Rosa, alcança à tarde a nau inimiga, dá-lhe combate, que dura toda a noite até o dia seguinte (2 de fevereiro).  Martim Afonso de Sousa, com o navio São Miguel, o galeão São Vicente e uma nau tomada dos franceses, consegue, em fim, chegar em socorro ao seu irmão, e aborda o navio inimigo por ambos os flancos, forçando a se render. Havia a bordo grande carga de pau-brasil; contando os franceses seis homens feridos.

A feitoria de Pernambuco (em Itamaracá) abrigou os feridos de Pero Lopes de Souza:

"19/fev/1531 - (...) e mandou [o Capitão irmão, Martim Afonso de Sousa] levar todos os doentes a uma casa de feitoria que aí estava. (...)." (CASTRO, 1940:138-139)

A feitoria de Igaraçu, que constava ter 13 portugueses, havia sido saqueada em dezembro de 1530 por um galeão francês, e Martim Afonso de Sousa a encontrou em fevereiro de 1531, abandonada e semidestruída. Ali, Martim Afonso expediu duas caravelas (“Rosa” e “Princesa”), sob o comando de Diogo Leite, para exploração do rio Maranón, queimou um dos navios franceses; incorporou outro à expedição, batizado de Nossa Senhora das Candeias, sob comando de Pero Lopes; e despachou o terceiro, comandado por João de Sousa, levando setenta toneladas de pau-brasil e mais de trinta prisioneiros normandos, para Portugal, onde chegou em final de julho de 1531. E dali partiram, a 24 de fevereiro de 1531, para a baía de Todos os Santos, rumo ao rio da Prata, deixando na casa forte, seis homens. 

Em retaliação, a ação de Cristóvão Jáques, ocorrido três anos antes na Bahia de Todos os Santos (1527), os franceses bombardearam a feitoria portuguesa no rio Iguaraçu com a nau "La Pelèrine" (Março de 1531), que zarpara do porto de Marselha para a costa do Brasil em Dezembro de 1530. Sob o comando do Capitão Jean Du Péret, capitão da La Pélerine, pertencente ao barão de Saint-Blancard, general das galeras francesas do Mediterrâneo. Transportava 120 homens, 18 canhões, munição e material de construção, em missão "militar, comercial, agrícola e feitorial". A feitoria estava ocupada pelo feitor Diogo Dias e mais cinco portugueses, que junto com algumas dezenas de indígenas, resistiram durante dois dias ao assédio francês. Em inferioridade numérica, foi assinado o termo de rendição da feitoria. Mediante o pagamento de 400 ducados, os portugueses se comprometiam a auxiliar os franceses a erguer uma nova fortaleza para substituir a feitoria arrasada pela artilharia. A nova feitoria foi erguida, não à margem direita da foz do rio Igaraçu, mas na ilha de Itamaracá, rebatizada como "île Saint Alexis". O forte teria custado 4.000 ducados, tendo os portugueses nele trabalhado na condição de cativos, e tendo ficado o fortim sob o comando do Capitão Sr. de La Motte.

A "La Pèlerine" zarpou de Itamaracá para Marselha em Junho de 1531, deixando a nova fortificação guarnecida por setenta homens. A nau, entretanto, foi aprisionada por uma embarcação portuguesa no Mediterrâneo, ao largo de Málaga, na Espanha, em setembro de 1531, apreendendo-se em seus porões quinze mil toras de pau-brasil (cerca de 300 toneladas), três mil peles de onça, 600 papagaios, 300 quintais de algodão (cerca de 1,8 tonelada), óleos medicinais, sementes de algodão e amostras minerais. 
“A tomada de La Pèlerine, a feitoria francesa fundada em Pernambuco, notícias de preparativos para fundarem-se outras, espancaram finalmente a inércia real. Escrevendo a Martim Afonso de Sousa a 28 de setembro de 32, anuncia-lhe el-rei a resolução de demarcar a costa, de Pernambuco ao rio da Prata, e doá-la em capitanias de cinqüenta léguas: a de Martim teria cem; seu irmão Pero Lopes seria um dos donatários.” – Capistrano de Abreu.
Voltando de São Vicente (SP) para Portugal, Pero Lopes de Sousa, se defronta com o fortim erguido pelos franceses em Itamaracá (íle Saint Alexis), a bombardeia em um cerco que dura 18 dias, forçando a rendição do capitão francês De La Motte, que foi enforcado junto com outros 20 franceses. Quando, então, faz reerguer a antiga feitoria à margem direita da foz do rio Igaraçu, mantendo o forte francês na ilha de Itamaracá, guarnecido por alguns homens sob o comando de Francisco de Braga e levando consigo a Portugal (4 de novembro), aproximadamente 40 prisioneiros franceses. 
“Não foi mais feliz a fortaleza galo-pernambucana. Pero Lopes, terminada a exploração do Prata, e já de viagem para a Europa, bombardeou-a durante dezoito dias, e obrigou-a a render-se. Da guarnição parte foi enforcada; outra, transferida ao Reino, passou longos meses de cativeiro nos calabouços do Algarve” – Capistrano de Abreu.
A expulsão definitiva dos franceses de Pernambuco virá no governo de Duarte Coelho que toma posse de sua capitania, como conta Frei Vicente Salvador:
“Com estas e outras vitórias, alcançadas mais por milagres de Deus, que por forças humanas, cobrou Duarte Coelho tanto ânimo, que não se contentou de ficar na sua povoação pacífico, senão ir-se em suas embarcações pela costa abaixo até o rio de S. Francisco, entrando nos portos todos de sua capitania, onde achou naus francesas, que estavam ao resgate de pau-brasil com o gentio, e as fez despejar os portos, e tomou algumas lanças e franceses, posto que não tanto a seu salvo, e dos seus, que não ficassem muitos feridos, e ele de uma bombardada, de que andou muito tempo maltratado, e contudo não se quis recolher até não a limpar a costa toda destes ladrões, e fazer pazes com os mais dos índios, - (Frei Vicente Salvador, pág. 32).”
Nova Campanha de Duarte Coelho em fins de 1577:

O principal feito militar de Duarte de Albuquerque Coelho foi a ocupação do Cabo de Santo Agostinho.

Levantou um verdadeiro exercito e com a originalidade de ser distribuído por procedencias : os moradores naturais de Viana sob a chefia de João Paes, os de Lisbôa com Gonçalo Mendes d'Elvas, os do Porto com Bento Dias de Santiago. . . Ao todo seis companhias, pois completavam aquelas a gente de Igarassú (capitão Fernão Lourenço), de Paratí (capitão Gonçalo Mendes Leitão, irmão do bispo e genro de Jerônimo de Albuquerque), da varzea (capitão Cristovão Lins, alemão) ... Pero Lopes Lobo trouxe de Itamaracá 35 soldados e 2 mil índios. Vinte mil cabôclos - diz frei Vicente - engrossavam a expedição, à frente da qual iam o donatário, os genros de Jerônimo de Albuquerque Don Felipe de Moura e Felipe Cavalcanti, florentino êste último, "e não ficou mais na vila que Hierônimo de Albuquerque com alguns velhos que não podiam menear as armas". 

Tão forte cortejo poz em fuga os caetés às primeiras escaramuças. Duarte Coelho queimoulhes as cêrcas, desmanchou-lhes as roças, forçou-os à paz e, ato contínuo, deu as suas ricas terras aos principais expedicionários, como excelentes para canaviais e fabricas de açucar. Ficou a comandar a povoação que ali se fez João Paes, logo senhor de oito engenhos, de que tirou riqueza consideravel. Constituiu o único morgado com provisão real que houve em Pernambuco. 

Ainda em 1578, Duarte Coelho dar continuidade a expansão para o sul, rumo a Sergipe. formando uma expedição, tendo a frente o capitão Diogo de Castro, que falava bem a língua da terra, a frente de 70 homens, por terra partido de Pernambuco, e por mar, em um caravelão partiu Duarte Coelho, seguindo para o rio São Francisco. Nessa empreitada se defrontou com franceses, na altura do rio São Miguel. Investindo os nossos sobre eles de madrugada quando dormiam, mataram nove, ficando só um defendendo-se tão valorosamente com uma alabarda, que já estando com uma perna cortada, matou um soldado nosso chamado Pedro da Costa. Aos índios, que com eles estavam, que eram poucos, lhes disse Diogo de Castro, que os não buscavam, senão aos franceses, e se foram sem fazer resistência, e os nossos seguiram seu caminho até o desembarcadouro do rio S. Francisco, onde foi aportar o caravelão com o seu capitão, e os mais, que levava. Diogo Castro se aliou ao morubixava desses índios, e o auxiliou em guerra contra os tapuias, seus inimigos.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Educação e Formação das Mulheres Castilhistas


Não se concebe, no pensamento nacionalista, a exclusão de um nacional, oque toca a um toca a todos! E as brasileiras são parte ativas nas fileiras em defesa da pátria, o núcleo, o coração sob qual repousa nossa defesa.
.
Homem ou mulher, é a educação, e consequentemente a cultura daí produzida, que formará  homens ou mulheres sadias tanto fisico quanto mentalmente. Não reconhecemos nenhuma inferioridade por questão de gênero. A atual "moderna" educação feminina é que tratam e tornam nossas mulheres como inferiores, passivas, ineptas para geração de uma civilização superior, positiva. Não que a educação masculina atual seja muito melhor, não é, agora por estarmos tratando especificamente da condição feminina, e especificamente nesse aspecto, é que somos obrigados a constatar que nossas mulheres estão recebendo uma formação ainda pior do que nossos jovens. O espírito fútil, a lascividade, a passividade.... são aspectos ainda mais acentuados na atual formação feminina, e dessa má formação, que decorrem estados mentais depressivos, histéricos, compulsivos, quando não mórbidos, tão comuns na atualidade.

Para nos salvar do paú que nos encontramos é preciso levantar os olhos para a antiguidade clássica, momento em que nossos antepassados constituíram sociedades potentes, quando se ressalta as virtudes que nos guiará.

Como não rememorar aquela heroína de Itapuã, quando da invasão inglesa a Salvador, montada a cavalo, armada de lança e adarga, conclamando a resistência da capital e repreendendo aos que a abandonavam? Os episódios de Ipojuca, quando da invasão holandesa, em que estando os homens fora em campanha, a vila foi surpreendida por uma incursão holandesa, repelida apenas pelas mulheres e crianças em armas. No mesmo período, a invasão pelos holandeses na cidade de Vitória-ES, oportunidade que mulheres locais lideraram a resistência e a defesa da cidade. A bravura de Maria Quitéria, na guerra de independência, igual destemor de Jovita Feitosa que se alista como voluntária para ir se bater na guerra do paraguai. São inúmeros os episódios e que não se esgotam.

Esses episódios ilustram, um aspecto interessante na formação da juventude brasileira, tanto de meninas e meninos, ao tempo pré-industrial, quando o Brasil detinha uma população eminentemente rural. Eram crianças que viviam livres no campo, as meninas nesse ambiente gozavam de muito maior liberdade do que as que eram confinadas em reformatórios femininos, brincavam com meninos em condição de igualdade e isso por certo influenciava seu caráter, e que sempre chamou atenção de cronistas estrangeiros.
"entre as mulheres de cor é que se encontra as mais belas criaturas do Brasil. Tem vida, alegria, mais atividade de corpo e de espírito. Seria difícil encontrar mais belos tipos de forma humana do que entre estas filhas do sol." - Koster.
No mundo clássico as espartanas eram conhecidas em toda Grécia por sua grande beleza, e respeitadas por sua serenidade e maturidade.

Nas procissões, cerimônias religiosas, festas e atividades desportivas de Esparta, as jovens iam tão nuas quanto os jovens. Cada ano durante a Gymnopedia, torneio desportivo, em que a juventude espartana, de ambos os sexos, competia e dançavam nus.

Atléticas e bem musculadas, as mulheres espartanas eram orgulhosas de seus atributos atléticos, notoriamente vestindo o que era considerado por não-espartanos como trajes escandalosos, devido usarem o antigo peplos dório, aberto nas costas até a cintura, um vestido mais cômodo para atividades físicas. Elas treinavam frequentemente e participavam em corridas, provas de força, e lançamento de disco e dardo.

Outros povos alegaram que a presença da nudez feminina poderia causar olhares lascivos, porém os espartanos tomavam tudo aquilo com simples naturalidade, despreocupação e alegria pagã. Ademais, as jovens espartanas que identificavam um admirador abobado lançavam-lhe uma hábil ladainha de brincadeiras que o deixavam em ridículo diante de todo um estádio repleto de autoridades e o povo.

A esse respeito é esclarecedor a observação de Jean Lery, capucino francês que conviveu longamente entre os tupinambás da Guanabara:
Antes, porém de encerrar este capítulo, quero responder aos que dizem que a convivência com esses selvagens nus, principalmente entre as mulheres, incita à lascívia e à luxúria.  
[...] em que pese às opiniões em contrário, a nudez grosseira das mulheres é muito menos atraente do que comumente imaginam. Os atavios, arrebiques, postiços, cabelos encrespados, golas de rendas, anquinhas, sobre-saias e outras bagatelas com que as mulheres de cá se enfeitam e  de que jamais se fartam, são causas de males incomparavelmente maiores do que a nudez  habitual das índias, as quais, entretanto, nada devem às outras quanto à formosura.  
[...] O que disse é apenas para mostrar que não merecemos louvor por condená-los austeramente, só porque sem pudor andam desnudos, pois os excedemos no vício oposto, no da superfluidade de vestuário.  Praza a Deus que cada um de nós se vista modestamente, mais por decência e honestidade do que por vanglória e mundanismo.” – Jean Lery.
A nudez das espartanas e celtas não se confunde com as das atuais femistas. A nudez espartana era a materialização de um ideal de disciplina e sacrifícios, produto de uma mente saudável, "corpo são mente sã". Já a nudez femista, é o contrário, corpos obesos, resultado de mentes conturbadas, que bradam em sua histeria serem aceitas por seus defeitos mentais, refletido em seus corpos disformes.

Os jogos na antiguidade eram praticados por atletas nus, como forma de exibir o resultado de anos de treinamento, reflexo de dedicação, disciplina e vontade.  A beleza daí resultante, seria a manifestação condensadas das virtudes praticadas. Justo motivo de orgulho para assim se fazerem dignos perante os Deuses!

Nas cerimônias, as espartanas cantavam sobre os varões que haviam realizado grandes proezas, ou infamavam ao que havia conduzido mal. 

As mulheres forjadas nessa educação, foi uma casta de mulheres à beira da perfeição, mulheres severas, discretas e orgulhosas. A feminilidade espartana tomou o aspecto de jovens atléticas, alegres e livres, porém quando necessário, graves e sombrias. Eram, como as valquírias, a companheira perfeita do guerreiro. Eram fisicamente ativas e audazes; muito distantes, pois, do ideal de “mulher-objeto” e prostituída do sistema moderno.

Uma anedota relata como uma mãe espartana matou seu próprio filho quando viu que era o único sobrevivente de uma batalha e que voltava a seu lar com uma ferida nas costas – pois havia dado as costas ao inimigo, havia fugido ao invés de cumprir com seu sagrado dever e imolação gloriosa. Outra mãe Esparta, ao ver como seu filho fugia do combate, levantou sua túnica e perguntou – com a mais impiedosa crueza, certamente – se sua intenção era voltar apavorado ao lugar de onde saiu. Em outros tempos em Pernambuco, quando da invasão holandesa, Dona Maria de Sousa, dramatizara como ninguém o ethos pernambucano sua combinação de disciplina e combatividade. Depois de haver perdido dois filhos e um genro nas lutas contra os holandeses, contam os cronistas que chamou a um terceiro filho, Estêvão, e o mandou para o exército de Matias de Albuquerque. Tendo também Estêvão perecido em campo de batalha, Dona Maria chamou dois outros, ainda meninos, um de 14 outro de 13 anos, e os fez seguir para o mesmo exército, lembrando-lhes seus deveres e sua condição de pernambucanos e de nobres.
"As mulheres são a voz do inconsciente coletivo. A polícia da virilidade, as guardiães que velam pelo arrojo e pela conduta dos homens. Não só era nas canções que vertiam suas opiniões, mas sim na vida pública: não deixavam passar nada, não eram indulgentes, mas sim criticavam sempre ao covarde e elogiavam o valente. Para os homens de honra, as opiniões sobre o valor e a hombridade que tinham mais importância se procediam de vozes femininas, dignas de respeito: assim as críticas eram mais pungentes e os elogios mais revigorantes (segundo Plutarco, as espartanas “engendravam nos jovens uma ambição e emulação laudáveis”). É por isso que, no caso dos espartanos, as relações com as mulheres não os amoleciam, mas sim os endureciam ainda mais – pois eles preferiam ser valentes e conquistar a adoração de tais mulheres. De tal modo, se criava um círculo virtuoso. A mulher não era um motivo para abandonar a luta, mas sim precisamente um motivo para lutar com ainda mais fanatismo." ¹
As mulheres são os faróis que conduzem suas respectivas civilizações, capazes de elevar ou decair nações, debilitá-las, corrompe-las são as chaves para conquistar um país. Subjulgue suas mulheres e subjulgarás um país.

No mundo celta, do qual a antiga Lusitania era parte, a liberdade feminina eram ainda maiores do que na Grécia clássica, já infectada com os costumes orientais, e que mantinham suas mulheres encerradas em casa, onde seus corpos se debilitavam e seus espíritos adoeciam. A invasão romana, representou o fim de uma éra, que conduziu ao negror da idade média. Corrompidos pelas religiões abraâmicas, os eunucos espirituais, durante a caça às bruxas, cometeram o sacrilégio supremo de queimar ou enforcar centenas de milhares de mulheres, torturando a muitas outras até a loucura ou a morte. E disso resultou o fim do mundo celta e a subjulgação desses países.

Esse ardil na atualidade, não se faz mais com fogueiras, mas através de grupos "feministas"(termo genérico do qual 'femismo' é mais adequado) e suas variantes, verdadeiros cavalos de tróia a destruir nações, fracionando-as, dividindo seu seio desaculturando-as. Mesmo tendências que se dizem "tradicionalistas", transmitem, conscientes ou não, esse vírus plantado em completo desalinho a uma ideologia nacionalista.

A mulher castilhista plasmada nesses valores, livres das amarras limitadoras, encarnam o ideal sagrado da Pátria. Aptas a gerar em seus ventres uma progênie sadia e forte a sua estirpe, e assim cria-la com sabedoria e esmero. Proteger a pátria equivale proteger suas mulheres. A couraça que defende o coração.



Ver também:

Getúlio Vargas e a Mulher Cidadã
Os Valores Clássicos Nas Personagens Femininas do Filme Tropas Estrelares.
O Arcadismo Como embrião do Nacionalismo Literário Brasileiro.
Os Valores Clássicos nas Personagens Femininas do Filme Tropas Estrelares.
O Castilhismo como Herdeiro dos Valores Clássicos:
Uma Grécia nas Ribeiras do Atlântico Sul.
Por um Novo Século de Péricles.
Uma Esparta ao Sul do Brasil





domingo, 3 de abril de 2016

A CIA Como Promotora do Feminismo no Pós Guerra.

Com o início da guerra fria, os EUA objetivou frustrar o apelo do comunismo, e através da CIA e os seus antecessores cooptou sindicatos, revistas e universidades. Criaram dezenas de comitês falsos e associações falsas - grupos de emigrantes do bloco soviético, artistas e intelectuais, estudantes, negros e mulheres.

Estas entidades aparentemente independentes e com propósitos nobres eram criados ou cooptados pela CIA.

Gloria Steinem, proeminente "feminista", foi colaboradora da CIA, e atuou na Europa para espionar universitários comunistas e sabotar suas ações. Devido às conexões de com a 'Central of inteligence agency' , Steinem foi ajudada em sua carreira e obteve financiamento para fundar a MS Magazine, que a editou durante muitos anos.

Steinem tentou abafar e extirpar esse fato, denunciado por um grupo feminista chamado "Redstockings of the Women's Liberation Movement".

Num artigo biográfico pela MS magazine em junho de 1973, se afirma que "Gloria Steinem foi uma escritora freelance durante toda vida profissional , sendo a MS Magazine o seu primeiro trabalho em tempo integral como assalariada ", onde se contava sobre a sua história como estudante marxista radical. Que se mostrou, na verdade, como uma farsa, pois mesmo de origem pobre e problemática, Steinem conseguiu adentrar à prestigiosa univerdade Smith College, e após graduar-se em 1955, uma irmandade, "Chester Bowles Student Fellowship", ofereceu-lhe um convite de para estudar na Índia. Sendo que essa irmandade não possui existência a além de Gloria Steinem.

No final dos anos 70, Steinem , tentou evitar que a história de seu envolvimento com a CIA , e obteve sucesso inicial evitando que tal fato fosse matéria do jornal 'Feminist revolution' , editado pelo ''resdstocking''. Mas apesar da ajuda de seus aliados da CIA, como a editora do Washington Post, Katharine Graham, pela Fundação Ford, e President Franklin Thomas Random House impediu de publicá-lo na "Revolução Feminista", a história apareceu no "Village Voice" no dia 21 de maio de 1979.

Em 1958, Steinem foi recrutada pela CIA por Cord Meyer , um figurão do serviço de inteligência norte-americano, para dirigir um "grupo informal de ativistas" chamado o "Independent Research Service" que tinha ligações com "Congresso pela Liberdade da Cultura", criado pelo filósofo Sidney Hook, um esquerdista moderado que se opunha ao comunismo soviético. E desse congresso surgiu revistas como "Partisan Review" e "Encounter" , visando promover uma linha ''soft'' de esquerda-liberal para se oporem ao marxismo.

Steinem, participou festivais da juventude comunista patrocinado pelos soviéticos na Europa (como o ''Three weel festival'' em Viena , no verão de 58) , publicou um jornal, informou sobre outros participantes, e ajudou a provocar tumultos.

Trabalhando em parceria com Cord Meyer e com o ex-general e veterano da Segunda Guerra Mundial , Charles Douglas Jackson (colaborador da CIA e futuro editor da Life magazine), Steinem dirige, em Cambridge, Massachusetts , o Serviço Independente de Informações sobre o Festival da Juventude de Viena, com isenção fiscal, sendo que Jackson ajudou a aumentar as contribuições através de corporações norte-americanas, como a a American Express Company. Mas a maior parte do dinheiro veio da CIA, para ser gerido por Jackson em um "conta especial". O custo de operação vai na faixa de US $ 85.000, uma quantia nada desprezível naqueles anos. 

Com a organização renomeada para serviço de pesquisa independente, Gloria Steinem continuou a receber apoio da CIA até 1962, quando financiou uma delegação americana para o Festival da Juventude de Helsinki, trabalhando com colaboração de Samuel S. Walker, Jr., vice-presidente da CIA-financiado pela Comissão Free Europe.

Um dos colegas da CIA Steinem foi Clay Felker que no início dos anos 1960, tornou-se um editor na Esquire e artigos publicados por Steinem, que estabeleceu como uma voz de liderança para mulheres liberais ( o termo é praticamente sinônimo de esquerdista nos EUA ) .

Em 1968, como editor da New York Magazine, ele contratou Steinem como uma editora de contribuição, e depois ela se tornou editora da Ms. Magazine em 1971 ( caindo assim por terra a história de que Gloria Steinem nunca tiveram serviço remunerado no jornalismo antes da criação de sua própria revista ).

Gloria Steinem teve um relacionamento de nove anos com Stanley Pottinger, um procurador-geral adjunto de Nixon, creditado com a fama de ter parado com as investigações do FBI sobre os assassinatos de Martin Luther King, e o ex-chanceler chileno Orlando Latelier. Na década de 1980, ela namorou com Henry Kissinger.

 
Gloria Steinem Confessando Seu Trabalho Junto a CIA

 A CIA não serve exatamente aos interesses de Washington como entidade política,  na verdade, sempre foi o instrumento de um sistema bancário e da elite dinástica internacional do petróleo (Rothschild, Rockefeller, Morgan), coordenado pelo Instituto Real de Assuntos Internos, em Londres e sua filial norte-americana., o Conselho de Relações Exteriores. Foi criado e povoado por "sangues azuis" do estabelecimento bancário de Nova York . E Gloria Steinem foi uma colaboradora desse emaranhado de interesses, ainda que como peça pequena do jogo do qual ela não era alheia em seu aspecto político, no contexto da guerra fria .


sexta-feira, 1 de abril de 2016

Perguntas Freqüentes Sobre o Castilhismo.


    


1.   Oque é Castilhismo?

Castilhismo é uma doutrina política solidamente constituída no Séc. XIX, que vigeu de 1891 à 1937, além do período de 37 à 45 no plano nacional. Instituído por Júlio de Castilhos em 1891 através da Constituição do Rio Grande do Sul, que era o projeto da Constituição do Brasil, rejeitada pela bancada cafeicultora e traslada para o Rio Grande do Sul por Júlio de Castilhos. Tem como característica a centralização dos poderes no Executivo, a instituição de mecanismos de participação direta, como plebiscitos e referendos populares; um Estado modernizador, intervencionista e regulador da economia, além de sua atuação intermediadora e moralizadora da sociedade.

Veja também: O que é o Castilhismo-Trabalhista?
V Geração Castilhista
O Castilhismo como Materialização do Período dos "Cinco Bons Imperadores".

2.       O Castilhismo é “fascista”, “capitalista”, ou “comunista”?

É uma doutrina política própria, brasileira, que se formou no Brasil, distinta do fascismo, do marxismo e do liberalismo.
Erro crasso de neófitos, tomar o capitalismo como doutrina política, não é. Capitalismo é uma relação com o capital, o Liberalismo sim é doutrina política.
Cumpre esclarecer também, que não há nenhum antagonismo entre “socialismo” e “capitalismo”. Socialismo é doutrina política, “capitalismo” uma relação com o capital. A expressão “socialismo” foi cunhada por Saint-Simom, que compreendia esse modelo político como capitalista. O marxismo (outra doutrina política) é que rejeita a relações capitalistas em seu modelo econômico.
O Socialismo é capitalista e conserva a propriedade privada, embora lhe confira função social.
O antagonismo do Socialismo é pois com o Liberalismo e não em ser ou não capitalista.
De modo que o Castilhismo é Socialista, pois teve como uma de suas influências as idéias Saint-Simonianas, defendendo assim a propriedade privada e uma economia de mercado com forte regulação e intervenção estatal.


3.       Qual a diferença do Castilhismo com o Fascismo?

O fascismo não teve uma base doutrinária que o estrutura-se, de modo a dizer com clareza sua natureza. Embora na prática, seu surgimento advém como reação ao comunismo, tendendo mais a ser um movimento de ordem reacionária, do que propriamente nacionalista. Nesse aspecto o Castilhismo, por ser bem anterior, de 1882, tem mais um caráter de reformulação social ante a desestruturação social provocada pelo liberalismo.
O fascismo tendeu a um modelo corporativista, oque é rejeitado pelo Castilhismo, por retirar do Estado o controle da economia e das relações sociais, além do princípio do interesse público. É inaceitável, além de imoral,  paras os castilhistas, que grupos deliberem com bases em interesses próprios (corporações), assuntos de ordem nacional. 

Veja também: Vargas Fascista? 
                        CLT é a Negação da Carta di Lavoro 
                       A Rejeição do Corporativismo pelo Castilhismo

4.  E qual a diferença do Castilhismo para a Social-Democracia?

Primeiramente no que toca a origem. A Social-Democracia tem origem no pensamento marxista e carrega consigo a concepção de defesa de interesses de grupos. Daí adota o modelo político liberal, que compreende o governo como uma composição de forças deliberando sobre seus interesses. Novamente algo inaceitável para os Castilhistas.
O Castilhismo tem como um dos pressupostos a abolição do Estado Liberal, que se materializa no sistema representativo liberal, substituindo pelo Estado Positivo. Em que o Executivo centraliza os poderes e governa diretamente com o povo, isento assim das pressões da oligarquia.
Ou seja, a grande diferença do Castilhismo para a Social-Democracia esta na mudança das instituições políticas, na rejeição do Estado Liberal. 


5.    E quanto ao Trabalhismo? Porque o Castilhismo tomou essa denominação?

O Trabalhismo Brasileiro é uma adaptação, momentânea, do Castilhismo ao modelo político Liberal, quando da abolição da Constituição de 37.
Originalmente o Trabalhismo tem início na Inglaterra, quando em 1893, é organizado o Partido Independente dos Trabalhadores(Independent Labour Party). O Partido contemplava como objetivo final o Comunismo, mas, sua atuação prática se voltava na defesa dos problemas imediatos dos trabalhadores dentro do capitalismo.
Assim, o Trabalhismo é a forma de atuação política dos trabalhadores organizados. Não importa o que o partido esteja momentaneamente defendendo, pois seu caráter trabalhista é dado pela ligação orgânica com os sindicatos e deste com os trabalhadores. 
No Brasil, diferente do Trabalhismo Britânico, o Trabalhismo surge como uma proposta de Estado através de Getúlio Vargas como instituição de defesa dos direitos trabalhistas, mas não só, vai além, com a defesa do modelo político de Getúlio, incorporando o ideário nacionalista de Vargas. A criação do PTB não será apenas um meio para pleitear reivindicações trabalhistas (como o Trabalhismo Britânico) ele será o próprio bastião de defesa do projeto político de Vargas para o Brasil. 
Ante essas diferenças é que o ISEB alcunhará o Trabalhismo Brasileiro, como Nacional-Trabalhismo como modo de distinção do Trabalhismo Britânico, Canadense e Australiano.
Daí também o PDT, legatário do antigo PTB, integrar a Internacional Socialista, aonde se congrega não só partidos de origem marxistas, como trabalhistas e social-democratas, tendo sido Brizola Presidente de honra.

ver: Brizola e o Trabalhismo Australiano


6. O Castilhismo é Positivista? 

Não. Castilhismo e Positivismo são doutrinas distintas. Embora comunguem de princípios comuns. O Castilhismo tem origem nas ídéias racionalizadoras de Marquês de Pombal, no séc. XVIII, portanto bem anterior ao positivismo que só surgirá em meados do Séc. XIX. O advento do positivismo irá dar novo folego as idéias pombalinas, já existentes no Brasil.

Miguel Lemos, um positivista ortodoxo, a respeito diz que: 
"os nossos princípios, sem receber, oque não era aliás possível, uma consagração plena e sem misturas, têm prevalecido o suficiente para tornar essa Constituição (a redigida por Júlio de Castilhos para o Rio Grande do Sul) um código superior a todos os que foram inspirados pelas revoluções modernas [....]. O caráter fundamental desta constituição e que lhe é próprio, consiste no fato de que o poder chamado legislativo se acha ali reduzido fundamentalmente à sua função orçamentária, a iniciativa e a promulgação das leis pertencendo ao chefe do poder executivo, que deve submeter previamente os seus projetos legislativos a uma discução pública de três meses. De outro lado, ele nomeia o vice-presidente, que o deve substituir nos seus impedimentos: é um encaminhamento em direção da faculdade de nomear o seu sucessor"
Assinalemos as principais diferenças entre os sistema castilhista e o modelo político proposto por Comte:
a) Enquanto Commte concebia uma assembléia em moldes corporativista os Castilhistas instituiram uma assembléia composta por diferentes círculos eleitorais em que se dividia o Estado (uma espécie de deputados distritais), abrangendo indistintamente todos os grupos sociais e aglutinando-os no seio do partido dominante (PRR). 

b) Comte insistia que a renovação mental e moral devia preceder à organização política, os castilhistas davam preferência a renovação política, da qual esperavam a mudança moral e espiritual.

c) O Estado na concepção comteana não tinha ingerência nos poderes sacerdotais, educador, industrial, etc... ao passo que no Castilhismo o Estado realiza um papel ativo e unificador em todas as searas da vida nacional, numa tendência a converter tudo em função estatal.

d) O Castilhismo substituiu a figura do dictator perpétuo pelo instituto da reeleição ilimitada.

Em síntese, o Castilhismo se diferencia do Positivismo em virtude de destacar mais decisivamente a presença dominadora do Estado nos diferentes campos da vida social, ao mesmo tempo que cria toda uma infra-estrutura econômica, política e jurídica para perpetuar tal Estado de coisas.

7. O Castilhismo é Terceira Posição? 

Antes, cabe uma explanação, sobre a concepção de "Terceira Posição". Como teorias político-econômicos temos como sistemas:

Mercantilismo.
2º Liberalismo (Adam Smith)
3º Nacionalismo (Friedrich List)
4ª Socialismo (Saint-Simon)
5ª Comunismo (Karl Marx)
6º Nazi-fascismo(?)   

Obs: poder-se-i-a citar ainda como 1º sistema o Feudalismo. Contudo como não se consubstanciou como teoria em sua época, é uma classificação posterior. Não foi correlacionado.

Isso posto, a idéia de "3ª Posição"como sistema econômico não subsiste.

Também não prospera como modelo político. Pois suas instituições não apresentam nenhuma novidade. Oque se evidencia no nazi-fascismo (exemplo emblemático), é apenas uma maior ingerência do Estado na economia, oque já era conhecido desde o mercantilismo e reforçado por List. Também já empregado por outros Estados anteriores, aos ditos estados fascistas. Então oque temos de "novo" no nazi-fascismo é apenas uma tendência de época de alguns Estados proeminentes na adoção dessas políticas.

A alcunha "Terceira Posição" foi criada por Peron, tendo como conotação uma concepção geopolítica para a América do Sul de não alinhamento com os EUA ou a URSS. (Ver: A Terceira Posição Como Projeto de Integração Sul-Americana )

O Castilhismo deita raízes no mercantilismo, com o surgir do Estado Nacional português, sofre influência das idéias socialistas de Saint-Simon e engendra instituições políticas completamente novas, não empregadas por nenhum Estado anterior. Assim, o Castilhismo, é uma evolução do Mercantilismo, podendo ser assim sistematizado:

Mercantilismo => Nacionalismo => Socialismo => Castilhismo.


9. Qual a posição do Castilhismo quanto ao “identitarismo”?

O Castilhismo, como ideologia nacionalista, só reconhece uma única identidade étnica e nacional no Brasil, como de fato somente há, a brasileira. Darcy Ribeiro, um dos expoentes do nosso Trabalhismo é expresso e claro nesse sentido:
“Os brasileiros se sabem, se sentem e se comportam como uma só gente, pertencente a uma mesma etnia. Vale dizer, uma entidade nacional distinta de quantas haja, que fala uma mesma língua, só diferenciada por sotaques regionais, menos remarcados que os dialetos de Portugal. Participando de um corpo de tradições comuns mais significativo para todos que cada uma das variantes subculturais que diferenciaram os habitantes de uma região, os membros de uma classe ou descendentes de uma das matrizes formativas.
Mais que uma simples etnia, o Brasil é uma etnia nacional, um povo-nação, assentado num território próprio e enquadrado dentro de um mesmo Estado para nele viver seu destino. Ao contrário da Espanha, na Europa, ou da Guatemala, na América, por exemplo, que são sociedades multiétnicas regidas por Estados unitários e, por isso mesmo, dilaceradas por conflitos interétnicos, os brasileiros se integram em uma única etnia nacional, constituindo assim um só povo incorporado em uma nação unificada, num Estado uniétnico. A única exceção são as múltiplas microetnias tribais, tão imponderáveis que sua existência não afeta o destino nacional.” – Darcy Ribeiro.
Darcy Ribeiro é ainda mais enfático em sua Carta aos Moços:
“Meu apego apaixonado pela unidade nacional começa pela preservação desse território como a base física em que nosso povo viverá seu destino. Encho-me da mais furiosa indignação contra quem quer que manifeste qualquer tendência separatista. Acho até que não poderia nunca ser um ditador, porque mandaria fuzilar quem revelasse tais pendores.
É de lamentar, porém, que vez por outra surja, entre eles, uns idiotinhas alegando orgulhos de estrangeiridade. O fazem como se isso fosse um valor, mas principalmente porque estão predispostos seja a quebrar a unidade nacional em razão de eventuais vantagens regionais, seja a retornarem eles mesmos para outras terras, como fizeram seus avós. Afortunadamente, são uns poucos. Com um pito se acomodam e se comportam.”
A defesa de identidades locais é completamente incompatível para quem quer que se diga nacionalista, antes é a negação da nacionalidade. Caso ilustrativo, foi o de Otho Strasser, que lançou essas idéias no seio do partido nazista, rejeitadas por Hitler, razão que culminaram no seu assassinato.

Ver:
O Combate de Getúlio Vargas aos Regionalismos e as Doutrinas Estrangeiras
Sangue & Tradição - As Características do Nacionalismo Brasileiro
Os Brasilaicos - A Raíz Identitária do Brasil
Nacionalidade e Nacionalismo.


10. O Castilhismo é Autoritário?

Quem nos taxa de "autoritários" são nossos detratores! O Castilhismo, mais do que qualquer outra ideologia é democrata! Verdadeira e autenticamente democrático! Pregando a Democracia Direta (redundância do termo) ante a deturpação do sistema representativo liberal, esse, uma oligarquia por excelência! Por "autoritários" induzem, de forma vaga, um governo "autocrático". O termo é propositalmete vago para aí caber todo tipo de deturpações: "tirania", "ditadura", etc.... dando um viés de ilegitimidade e de usurpação do poder. Nada mais falso! O Castilhismo se caracteriza como Democrático, porque as decisões políticas, resulta diretamente do povo, via referendos e plebiscitos populares! Isso é Democracia! O chefe do executivo, o Presidente, no regime castilhista, não é um usurpador, um "tirano", porque é eleito diretamente pelo povo. A outorga do poder de legislar ao Executivo, razão que motiva os liberais o taxarem de "autocrático", não prospera, porque essa função é tomada diretamente pelo povo, como já dito, mediante referendos e plebiscitos. A tomada de decisões políticas por representantes, isso sim, caracteriza a usurpação do poder político, que deveria ser diretamente tomada pelo povo em um Democracia! No sistema representativo liberal, as casas legislativas, antes de serem a "casa do povo" como cinicamente os liberais gostam de dizer, configura uma oligarquia! Ao contrário, no Castilhismo, o executivo administra o Estado mediante leis tomadas diretamente pelo povo! Nos repugna qualquer regime que usurpe o poder popular! Tal como sucedeu no golpe de 64!



11. O Castilhismo é unico e exclusivamente sul-riograndense?

Uma ideologia, seja aonde for, em algum lugar se desenvolverá, se não tivesse sido no Rio Grande do Sul, teria sido em algum outro ponto do País, e assim é em qualquer lugar..... seria como dizer que o NS Alemão é Bavário e não alemão, ou que o Fascismo Italiano é romano, e não italiano. E ainda que por ventura se desconsidere isso, o Castilhismo embora tenha sua maturidade no RS, não é resultado exclusivo de lá, mas, produto das tradições brasileiras.... antecedendo as ideias pombalinas, difundidas no Brasil na Escola Militar sediada no RJ, e mesmo sofrendo influencias posteriores do positivismo (que é um ideologia distinta, mas que influencia o Castilhismo), influencia essa difundida, especialmente, nas faculdades de Direito de SP, Recife, RJ. Júlio de Castilhos tomou contato com elas quando estudante de Direito em SP. Um dos principais teóricos do Castilhismo foi Raymundo Monte Arraes, que era do Ceará (Veja um artigo a respeito), além de vários outros nomes espalhados pelo Brasil. Borges de Medeiros que sucedeu a Júlio de Castilhos era filho de pais pernambucanos. A própria Constituição Castilhista (promulgada por Júlio de Castilhos em 1891) nada mais é do que a Constituição do Brasil, elaborada pela bancada positivista, e rejeitada pela bancada cafeicultora, e por assim traslada para o Rio Grande por Castilhos. 


12. Quem ou Qual Movimento Representa o Castilhismo?

O Círculo Castilhista, Lankia e Dragões Imperiais, são os movimentos que congregam os castilhistas, e os únicos a nós filiado, com direito de portar nossos símbolos, insígnias, brasões, e denominações.


13. Quem pode adentrar no Círculo Castilhista?


Todos os brasileiros natos, católicos, que comunguem dos ideais castilhistas, qual sejam: Defesa de um Estado Centralizado, ainda que federativo, com poderes concentrados na União; Um executivo forte, que concentre consigo o poder legislativo, garantido pelas eleições ilimitadas e a soberania popular exercida por meio de plebiscitos e referendos (Democracia Direta).