quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Guerra da Secessão - O Norte Protecionista, Contra o Sul Liberal.

A Guerra da Secessão (1861-1865) revela em toda sua crueza o antagonismo político entre o norte protecionista e o sul livre-cambista, embora alguns reduzam o motivador dessa guerra na questão da escravatura, nada é mais enganoso. A escravidão foi mero pretexto usado pelos Estados do sul ante seu enfraquecimento político de fazer valer seus interesses de livre mercado contra os do norte que se tornavam cada vez mais populosos com a atração de contingentes proporcionados pela industrialização e que, por sua vez, impunham sua visão protecionista no Congresso Federal. 

"Embora fosse incontestavelmente antiescravista, nunca advogou a abolição com firmeza; considerava os negros uma raça inferior e se opunha a que se lhes outorgasse o direito de voto. Diante disso, com a sua eleição, o Sul tinha mais a temer no tocante à frente das tarifas do que no referente à questão da escravidão. Aliás, no início da Guerra de Secessão, Lincoln sinalizou claramente a sua disposição a tolerar o trabalho servil nos Estados do sul em nome da unidade nacional. No outono de 1862, decretou a abolição da escravatura mais como uma estratégia para ganhar a guerra do que por convicção moral (CHANG apud GARRATY & CARNES, 2000, p.391-2, 414-5; FONER, 1998, p.92).

No período de guerra, as tarifas foram elevadas “ao seu nível mais alto em trinta anos” (CHANG apud COCHRAN & MILLER, 1942, p.106). Em 1864, novo aumento, ainda no curso da guerra, com o fim de cobrir as despesas de guerra, estendendo-se nesse nível, mesmo depois do conflito. Segundo Chang (2004, p.56): 


"A vitória do Norte, na Guerra de Secessão, permitiu aos Estados Unidos continuarem sendo os mais obstinados adeptos da proteção à indústria nascente até a Primeira Guerra Mundial – e mesmo até a Segunda – com a notável exceção da Rússia no início do século XX."

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