domingo, 7 de fevereiro de 2016

A Instituição da Juventude Brasileira.



Na questão da educação cívica, privilegia-se a formação de uma consciência patriótica, significando que "na alma das crianças e dos jovens deverá ser formado o sentimento de que o Brasil é uma entidade sagrada, e que a cada cidadão cabe uma parcela de responsabilidade pela sua segurança, pelo seu engrandecimento e pela sua perpetuidade, e ainda de que, a exemplo dos grandes brasileiros do passado, deve cada brasileiro de hoje estar por tal forma identificado com o destino da pátria, que se consagre ao seu serviço com o maior esforço e esteja a todo momento pronto a dar por ela a própria vida."(35)


(...)


A justificação simbólica deste projeto era buscada na figura de Olavo Bilac, que tivera um papel tão importante, nas primeiras décadas do século, no fortalecimento do Exército brasileiro e na implantação do serviço militar obrigatório. A idéia de Bilac, mais tarde retomada, era a de "formar o cidadão-soldado através da interpenetração cada vez mais estreita entre o Exército e povo, e que tinha o serviço militar como seu principal instrumento. Era desta forma que seria possível estabelecer 'o triunfo' da democracia; o nivelamento das classes; a escola da ordem, da disciplina, da coesão; o laboratório da dignidade própria e do patriotismo. É a instrução primária obrigatória; é a educação cívica obrigatória; é o asseio obrigatório, a higiene obrigatória, a regeneração muscular e física obrigatórias."(48)


(...)


A premissa básica era assim formulada por Oliveira Viana: "Nossos sistemas escolares, aliás, têm concorrido, não para corrigir e, sim, para agravar esta falha da nossa formação social: nas nossas escolas temos procurado, sem dúvida, dar instrução à nossa mocidade, cultura geral ou especial; mas não nos temos preocupado nunca, a sério, em incutir-lhe, de maneira sistemática, planificada, nenhum sentido de vida coletiva, nenhuma idéia de sacrifício individual em favor do grupo, nenhum espírito de devoção à coletividade; em suma, nenhum principio, hábito ou tradição de solidariedade social ou de cooperação."(69) O risco de uma educação individualizada era o de não contribuir para a formação da nacionalidade, e este texto mostra como a formação da nacionalidade era entendida como algo que dependia da construção de certas práticas disciplinares de vida que, pouco a pouco, fossem introjetando no quotidiano dos cidadãos a consciência da vida comum, a consciência cívica.

Fonte: Tempos de Capanema, de Simon Schwartzman, EDUSP, 1984.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

A Bandeira Castilhista.


Primeiramente, necessário assinalar que o Castilhismo é um movimento e uma doutrina. Movimento por uma necessidade (a partir de 1882, com o republicanismo, o abolicionismo, a ordem fundada no valor do trabalho, reforma do Estado Brasileiro, etc.), doutrina originada de princípios. Princípios estes que deitam raízes profundas não apenas na corrente positivista, unificadora dos republicanos brasileiros. Administrativamente, o Castilhismo é inspirado no forte e centralizado Estado português, na pessoa do Marquês de Pombal, exemplo singular do despotismo esclarecido lusitano, que soube expandir, fortificar, encorajar e consolidar o Brasil colonial com Companhias estatais, fundar fortalezas e cidades, reprimir focos de "Estados dentro do Estado".

No que pese o Castilhismo defender as verdadeiras e tradicionais manifestações nativistas, estimular o nacionalismo como cultura cívica, na economia, nas ciências e artes, o nacionalismo brasileiro já nasceu com o primeiro estabelecimento colonial em Pernambuco, Bahia e São Vicente, de que nos dá notícia Frei Vicente de Salvador. O sentimento nativo nasce com os primeiros brasileiros, no século XVI. O Castilhismo visa manter vivo o amor à terra e ao povo que nela habita, com a chama acesa da nacionalidade, a primeira das Américas, inclusive o amor à liberdade com a índole republicana.

O negro da flâmula representa o próprio trabalho, férreo, árduo, difícil, sobretudo daqueles que vão às minas de onde retiram o ferro e de lá, até às forjas das siderúrgicas, pois lá o ferreiro, com seu martelo e o braseiro, molda as demais ferramentas e utensílios do trabalhador. Sem os metais, não há modo mais célere de obter os instrumentos que concretizam a produção, os frutos do suor do trabalhador.

A cor branca, acerca de ser recorrente a menção de representar a paz, dela faz jus porque era a cor do lenço de Júlio de Castilhos, durante a guerra federalista de 1893. A cor branca do lenço chimango, serve para lembrar que a Constituição Republicana Castilhista de 1891, conjugando o princípio da autoridade com o da democracia direta mediante plebiscitos, que veio para trazer a paz social e a ordem fundada no conhecimento, na ciência, no mérito, no interesse público e no supremo valor da virtude do trabalho. A Constituição é um instrumento de assegurar a paz pública e dela retirar os frutos da civilização.

A cor vermelha, vem com os Revolucionários de 1930, da qual o grande Getúlio Vargas fez uso, envergando o lenço encarnado, pelo qual selaria a conciliação com os maragatos unificando o Rio Grande e transplantando para o Brasil o Castilhismo, através da vitoriosa Revolução de 1930, o governo provisório, a sua eleição pelo colegiado da Carta de 1934, pelo Estado Novo inaugurado com a arrojada Carta de 1937 consagrando-se e consolidando-se com sua eleição pelo voto popular em 1950. Vermelho também é o sangue do grande caudilho, que se imolou pela conciliação do Brasil em 24 de agosto de 1954, com o manifesto da pungente Carta-Testamento. O vermelho tem o significado de conciliar os brasileiros trabalhadores, bem como os homens públicos, trazendo a solidariedade e união. Este é o significado das cores.

Ao centro, temos a Insígnia Castilhista, como estandarte, simbolizando o movimento Castilhista, forjado a ferro e fogo pelo chefe do Círculo Castilhista, marca indelével da evolução permanente do Castilhismo ao Trabalhismo Brasileiro. A Insígnia Castilhista é como um marcador, um selo, um sinal que recorda a causa que se luta! EIA SUS!