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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O Fomento de "Identidades" indígenas como ardil para "balconizar" a Ibero-américa.

O artigo que segue, é de autoria do historiador argentino Frederico Gaston Addisi*, relatando o processo de balconização que vem ocorrendo na Argentina e no restante da ibero-américa, fomentado por interesses imperialistas. Já falamos reiteradas vezes desse "fenômeno" no Brasil, como no caso da reserva Raposo Serra do Sol em Roraima, como de inúmeras outras em todo território brasileiro, em que populações locais com uma maior ascendência indígena (como se os demais brasileiros não tivessem) há séculos falantes de português, são cooptadas. Lhes enviam caridosos antropólogos e lingüístas, a ensinar-lhes um suposto idioma ou dialeto original, cria-se uma reserva, e se intitulam povos autóctones, a márgem da soberania brasileira. Esse processo também ocorre entre populações quilombolas e mesmo entre regiões de colonização imigrante. Sem mencionar o fomento de regionalismos, e a disseminação de seitas protestantes. A nacionalidade brasileira é atacada por todos os lados! Isso também é patente em apontar supostas origens judaicas em figuras históricas ou mesmo familiares, com intuito explícito de quebrar a lealdade a nação brasileira, e assim fragmentá-la. 

Editorial

Dugin, expressando em uma rede-social, seu apoio a secessão da
Patagonia argentina.
O plexo normativo, no que se prendem, entre outros grupos, os mapuches na Argentina; faz parte de um plano que visa a criar um problema racial, totalmente artificial e estranho à nossa cultura. Parte de ignorar-maliciosa e intencionalmente - que a nossa idiossincrasia provém da conquista espanhola, que se caracterizou por uma profunda miscigenação e mistura de culturas, não pelo extermínio ou genocídio como agitam o patch que compraram a "lenda negra" escrito pela Grã-Bretanha e Holanda (a partir da "Brevisima" do Padre Bartolomeu De las Casas). Pelo contrário, a conquista na América do Norte foi, claramente, de aniquilamento e fortemente racista. Os ingleses não se misturavam com os índios. Famosa é aquela sigla que esgrimían a modo de síntese. WASP (White, Angle-Saxon, Protestant). Mas isso, mal que lhes apesar de alguns, influi de forma determinante, a religião como um dos principais impulsionadores da conquista. A cultura espanhola e a característica divina da religião cristã e católica, que veio com ela tem esse olhar. Desconhecê-la é negar a história e o nosso próprio DNA, o que equivale a negar-nos a nós mesmos, como ser nacional.

Mas voltando ao quadro jurídico, devemos dizer que, desde a reforma constitucional de 1994, com o artigo 75, inciso 17 em diante, nossa liderança política -ou a maior parte dela - caiu na armadilha. O tema dos povos indígenas tem a ver com a mudança da política mundial a partir da queda do Muro de Berlim: já não é o proletariado, o sujeito da história, mas que agora começa a ter outros sujeitos históricos "oprimidos", por exemplo, as minorias indígenas.

A esta mudança de paradigma é denominado como "conflitos de IV Geração". De lá e com o apoio dos grandes centros de poder mundial, parte da idéia de implantar a questão de "povos originários" sobre as nações hispano-americanas como estratégia de balcanização, ou seja, de secessão territorial. Isso foi denunciado oportunamente pelo dirigente e historiador norte-americano Lyndon La Rouche, em seu livro "O Complô para aniquilar as Forças Armadas e as nações da ibero-américa": 

"Os movimentos separatistas, nutridos pela desintegração econômica e moral dos governos centrais, começaram a medrar em vários países, como por exemplo, os estados agrícolas do sul do Brasil, várias províncias argentinas e dos estados mexicanos, e algumas regiões colombianas. Em quase todos os casos, as origens do projeto remonta às redes da Jurisdição Sul do Rito Escocês da maçonaria norte-americana no século XIX, que dirigiram a rebelião separatista confederativa contra os Estados Unidos. Um dos mais perigosos, destes movimentos mobilizados para fragmentar as nações ibero-americanas é o chamado movimento dos "direitos indígenas", grupos que já operam em quase todas as nações do continente. (Onde não há nativos enviam antropólogos e missionários estrangeiros para reconstituí-los) Como documentamos em capítulos subseqüentes deste livro, o movimento é financiado, executado e promovido a partir do exterior como uma força empregada explicitamente contra o Estado nacional, como as próprias instituições financeiras internacionais!".

O conflito Mapuche e da RAM vê-se claramente a mão de Grã-Bretanha através do Link Mapuche Internacional, liderado pelo chileno e ex-MIR; Reynaldo Mariqueo com sede em Londres, e a voz de sua ONG na ONU.

Este é um dos aríetes com o objectivo de atacar a soberania argentina, nada mais nada menos que, por meio da criação de um estado indígena no sul da Argentina e do Chile.


* FEDERICO GASTON ADDISI, líder justicialista (historiador e escritor), diretor de Cultura da Fundação Rucci na CGT, membro do Instituto de Revisionismo Histórico JM de Rosas, membro do Instituto de Filosofia INFIP, diploma em Antropologia Cristã (FASTA) e diploma em Relações Internacionais (AIU).


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sábado, 28 de novembro de 2020

A Imigração Portuguesa para o Brasil

"Esse País ainda há de cumprir seu ideal,
há de tornar-se um imenso Portugal!"

Os portugueses são o principal tronco formador do Brasil, em um processo assimilatório da população nativa, e mesmo de escravos, ao longo de toda época colonial, que resultará na nação brasileira. Os portugueses passam a ser computados como imigrantes, após a independência, em 1822, a que, posteriormente, se soma outras correntes imigratórias, sendo a maior, e mais estável, totalizando 1.6 milhões de portugueses. Se outros contingentes imigrantes, apresentam períodos de maior vulto, e por vezes muito localizados, a portuguesa é contínua, tem picos, mas nas suas baixas, seu fluxo se mostra substancial a outras que cessam, além de se fazerem presentes por todo o País, mesmo havendo determinados centros com um maior afluxo. 

A Colonização Portuguesa

Na fase colonial, três períodos de intensa colonização, são bem caracterizadas, uma primeira, que se inicia em 1530, com a criação das capitanias hereditárias, com a vinda de nobres, levada a cabo pela baixa aristocracia rural do norte de Portugal, em especial, oriundos da região do Minho, e que será a semente formadora do Brasil. Uma segunda fase ocorrida no Séc. XVII, quando adentram cerca de 600 mil portugueses no Brasil entre 1701 à 1760. É nesse período que ocorre uma explosão demográfica no Minho, a descoberta das minas, bem como a expansão pecuária para o sertão. E por assim dizer, nesse período, o Brasil se “lusitanisou“, a língua geral, língua franca falada pela população nos dois primeiros séculos, é substituída, em definitivo, pelo português, surge os centros urbanos mineiros nas Minas Gerais e a fundação de novos núcleos urbanos nos sertões. A terceira e última fase da colonização portuguesa, ocorre no começo do Séc. XIX, com a vinda da família real portuguesa, junto com toda a corte, cerca de 15 mil.  

De colonizadores a imigrantes, a imigração portuguesa pós Brasil independente (1822 - 1850):

Há um hiáto estatistico na imigração portuguesa entre 1822 à 1850. O IBGE registra meros 2.633 imigrantes portugueses nesse período. Oque não reflete a realidade. Dados esparsos, revelam que, somente no Rio de Janeiro, principal destino da imigração portuguesa nessa época, aportaram 33.362 portugueses. A considerar que esses números se referem somente a imigrantes registrados, e ainda sim, dados incompletos, com a lacuna de vários anos, além dos números de imigrantes sem registros, serem muito maior. Para mensurar, dos 198 estrangeiros entrados na cidade do Rio de Janeiro, entre 25 de abril a 20 de junho de 1831, somente 69 se registraram.

Estima-se que o Rio de Janeiro absorveu entre 60 a 86% da imigração portuguesa entre 1836 à 1850. Podemos estimar de forma conservadora, tomando os 33.362 registrados no Rio de Janeiro, que os imigrantes portugueses no restante do Brasil, com base nos 14% remanescentes, seriam algo em torno de 4.670. Totalizando 38.032 imigrantes portugueses em todo o Brasil. Se considerássemos, como 40% os portugueses fora do Rio de Janeiro, teriamos 13.344 imigrantes portugueses no restante do Brasil, oque totalizaria 46.706 em todo o Brasil. Em qualquer caso, excluindo, mais uma vez, os clandestinos, que por certo deveriam representar um número significativo.

Em 1826 o consul português no Rio de Janeiro, Carlos Mathias Pereira, dava conta ao ministro dos negócios estrangeiros de Portugal, o conde de Porto Santo, dizendo que todos os navios vindos de Portugal, particularmente do Porto, chegavam no Rio de Janeiro cheio de pessoas, fugindo da pobreza. Dados de 1831 à 1842, listados nos registros de passaportes, no Rio de Janeiro, corrobora que a maioria eram de origem nortenha, especialmente de entre Douro e Minho. 

Oque já era observado desde a década de 1820 na descrição do típico português que imigrava: “ao desembarcar nos portos brasileiros, vestia polaina de saragoça, [...] e calção, colete de baetão encarnado com seus corações e meia [...]; geralmente desembarcavam dos navios com um pau às costas, duas réstia de cebolas, e outras tantas de alhos... e ... uma trouxinha de pano de linho debaixo do braço. Eram minhotos que, para sobreviver, dormiam na rua e procuravam ajuda de instituições de caridade.”.

O cultivo do milho em Portugal, provocou uma revolução agrícola e, com isso, uma enorme melhoria na alimentação básica do minhoto, oque resultou numa alta densidade demográfica na região: em 1801, enquanto no resto de Portugal registrava, em média, 33 habitantes por Km², no Minho a densidade populacional atingia 96 habitantes por Km². Oque influiu determinantemente para uma maior presença minhota no Brasil.

Nesse período, até 1840, no Rio de Janeiro, a maioria dos portugueses trabalhavam no comércio, empregados por patrícios já estabelecidos. Os mais letrados eram caixeiros, auxiliares, etc... os analfabetos, a imensa maioria, se entregavam ao trabalho braçal, como estivadores nos portos, armazens, e toda sorte de trabalho bruto, em condições muitas vezes sub-humanas. 

Esta tradição dos imigrantes portugueses do Norte, que sabiam ler e escrever se dedicarem no Brasil, preferencialmente, ao comércio, vai manter-se ao longo do século XIX. Por 1870-1872, no Pará, na Bahía, no Maranhão, no Ceará, predominavam os caixeiros e negociantes. O mesmo acontecia em Pernambuco, onde 60% dos que chegaram, entre 1862-1872, eram menores, trabalhando como caixeiros e feitores. 

Havia ainda os que exerciam ofícios mecânicos: pedreiros, carpinteiros, ferreiros etc., saídos do Norte de Portugal, com expressão significativa a partir da década de 1840, seguindo-se, posteriormente, os alfaiates e sapateiros. Todos locados nos centros urbanos, livremente ou a contrato, com horários aceitáveis e remunerações consideráveis. Todos eles encontravam emprego imediato, com soldadas e jornais muito vantajosos.


A imigração em massa (1851-1900)

imigrante portuguesa minhota

A imigração portuguesa aumenta substancialmente com o fim do tráfico negreiro em 1850, e de prósperos aristocratas nos primeiros séculos de colonização, em meados do Séc. XIX, passou-se a um fluxo crescente de imigrantes pobres. 

Esses imigrantes, tidos como rudes, campesinos, quase sempre saídos das aldeias do norte de Portugal, contribuíram para a formação da imagem negativa do imigrante português, estigmatizando-os como pessoas pouco qualificadas intelectualmente. As mulheres passaram a representar parcelas cada vez maiores nos grupos imigrantes, e as crianças menores de 14 anos, pobres, órfãs ou abandonadas, chegaram a representar 20% do total dos imigrados.

De uma população em torno de 5 milhões de habitantes no final do século XIX (1881-1900), Portugal nos enviou mais de 300 mil trabalhadores,  6% de sua população total. 

No Maranhão, muitos dos menores que chegavam não sabiam ler. Porém, a maior parte dos que chegavam, dedicavam-se ao comércio, não havendo imigração clandestina. 

No Ceará, os imigrantes contratados, na década de 1860, caíram significativamente, menos de 50% dos  que tinham entrado. 

Em Pernambuco, onde a imigração clandestina era insignificante, 60% dos que entravam, vindos sobretudo do Minho, eram menores, destinando-se a caixeiros e feitores. Comentava o cônsul aí instalado que estes rapidamente tomavam "amor ao Brasil" e quem tinha algum dinheiro casava com brasileiras. 

Em Salvador na Bahía - refere Tania Gandon -, na segunda metade do século XIX, os lusos dedicavam-se fundamentalmente à atividade marítima e comercial, ou seja, "a esmagadora maioria" eram caixeiros, oriundos, sobretudo, do Porto e do Norte de Portugal.

Dos portos de desembarque, podemos mensurar o destino da imigração portuguesa com base no relatório de 1860, ainda que incompleto:

Rio de Janeiro permanecia recebendo a maioria dos que migravam, na ordem de 55,24% do total. 

O porto de Santos, representando 39,40% do total. 

Com relação aos demais portos, as entradas alcançavam o total de 4· 856 indivíduos, sendo de destacar-se a projeção de portos do norte e do nordeste, como Belém e Recife sobre portos do sul do país, excetuando-se o Rio Grande. 


A Origem Regional dos Imigrantes Portugueses:

No período de 1881 à 1900, a maioria dos imigrantes portugueses para o Brasil vieram das regiões onde os setores de produção mais importantes eram o comércio exportador e a pequena agricultura. Da Beira Litoral, Beira Alta, Douro Litoral, Trás-os-Montes, Minho e Estremadura vieram 98,7% dos imigrantes portugueses para o Brasil. Em seguida, das regiões do Baixo Tejo, do Ribatejo, Beira Baixa, Algarve e Alto Alentejo, vieram 2,1 % de emigrantes para o Brasil no mesmo período. O que demonstra ser insignificante a contribuição do sul de Portugal na imigração brasileira. 

A partir de 1930, houve uma diminuição da imigração portuguesa para o Brasil em todas as regiões. Somente a região de Trás-os-Montes mantém sua contribuição com 87,3%. As demais, Beira Alta e Beira Litoral permanecem também acima de 80%. Entre 50% e 80% de emigrantes portugueses para o Brasil, situam-se às regiões do Minho e Douro Litoral. Nas regiões meridionais houve maior declínio da imigração, sobretudo, no Alto Alentejo e no Algarve. 

De maneira geral, desde o final do séc. XIX até 1960, a maior parte dos imigrantes portugueses no Brasil são oriundos das regiões do norte de Portugal, sobretudo, Beira Alta (Viseu), Beira Litoral (Aveiro e Coimbra) e Trás-os-Montes (Bragança e Vila Real).

A região de Trás-os-Montes vieram 14,5% de emigrantes de Bragança e Vila Real. 

Do Minho, vieram 13% de imigrantes das cidades de Viana do Castelo e Braga. 

Em torno da cidade do Porto, a região do Douro Litoral, partiram 17%. 

Da região de Beira Litoral, deixaram as cidades de Aveiro e Coimbra, 25% de emigrantes. 

Em seguida, da região de Beira Alta, que atinge as cidades de Viseu e Guarda, tivemos 22,6% da imigração. 

Da cidade de Castelo Branco saíram 0,5% de trabalhadores da região de Beira Baixa. Do litoral, das cidades de Leiria e Lisboa, vieram 6,3% de emigrantes para o Brasil. No interior, da cidade de Santarém, na região de Ribatejo, partiram 0,5%. Da região do Alto Alentejo, as cidades de Portalegre e de Évora, nos enviaram 0,1%.

Finalmente, no sul, das regiões do Baixo Tejo e do Algarve, partiram 0,6% da cidade de Beja, enquanto que de Faro saíram 0,4% de trabalhadores, respectivamente. 

 

Séc. XIX (1881-1899)

1900-1960

Entre Douro e Minho (Viana, Braga, Porto)

30%

20,7%

Trás-os-Montes (Vila Real, Bragança)

14,77%

12,2%

Beira Litoral (Aveiro, Coimbra)

25%

17,85%

Beira Alta (Viseu, Guarda)

22,6%

11,08%

Beira Baixa  (Castelo Branco)

0,5%

3,7%

Estremadura (Lisboa, Leiria)

6,3%

8,32%

Alto Alentejo (Beja)

0,1%

0,3%

 

 

 

regiões de orígem dos imigrantes portugueses.


A Herança Genética Portuguesa nos Brasileiros:

filho de pais imigrantes 
portugueses.
Os portugueses se fazem presentes no Brasil, há 500 anos, das nações colonizadoras que se expandiram com as grandes navegações: Espanha, França, e uma tardia Inglaterra, e Holanda, é da colonização portuguesa e espanhola, que provem as mais antigas famílias do novo mundo de origem européia, e não só, como em África e Ásia. Qualquer brasileiro que buscar suas raízes genealógicas irá encontrar facilmente 11, 14 gerações passadas até os primórdios de 1500, ao passo, que um anglo-saxão nos EUA ou Canadá, quando muito, irá encontrar de 6 a 7 gerações, quando se estabelecem as primeiras levas colonizadoras inglesas, diminutas, já no avançado Séc. XVII. Os holandeses igualmente, nunca se prestaram a colonizar as terras que roubaram de Espanha, três séculos de domínio incontestável na Indonésia, e Suriname (antiga Guiana Holandesa) e não se vê uma população batava integrante na vida nacional. Tal como os ingleses, seu sistema de feitorias, tomavam essas "colonias" como simples entrepostos comerciais exclusivos, para o monopólio de suas funestas "companhias". O efetivo povoamento dessas "colonias" só se operam efetivamente findo o Séc. XIX, ainda sim de forma timida, e somente após a II Guerra, essas populações tomam vulto. Isso tudo apenas para lembrar e mostrar, o quão profundo esta enraizado a presença portuguesa no Brasil, em contráste aos imbecis que falam dos portugueses como um corpo alheio, como se não fossem eles próprios descendentes dos antigos colonizadores. Não existiria Brasil sem os portugueses, não existiríamos sem os portugueses, septavós de nossos septavós.... o Brasil é um desdobramento direto dos portugueses, em especial, claro, dos que aqui vieram fazer pátria, deles descendemos, são desses primeiros povoadores e oque lhes sucederam que fincaram suas carnes no Brasil dando-lhe seu sangue, e nós somos seus frutos, desses bagos, viemos. 

E não só a genealogia comprova como a genética, os brasileiros, pela magnitude populacional, são os maiores portadores de cromossomos Y de origem portuguesa, em um número muito superior a toda população portuguesa. E isso não só se reflete em números absolutos como proporcionalmente, na similaridade proporcional de marcadores genéticos entre ambas as populações dos países. Fruto desse processo assimilatório das populações indígenas e africanas pelos portugueses ocorrido ao longo da História do Brasil. 

Mesmo entre os brasileiros de fenótipo negro, esses tem em média metade de genes europeus (portugueses majoritariamente), entre pardos (mulatos, cafusos, caboclos) esse percentual sobe para 70%! Em suma, a verdade incontestável, é que o brasileiro, tem muito mais vínculo consanguíneo com os portugueses, do que com qualquer outro grupo africano ou mesmo indígena. É dizer, os portugueses são nossa principal e mais forte matriz formadora, e isso em TODOS os quadrantes do Brasil! 





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terça-feira, 7 de abril de 2020

As Terras Altas do Brasil & Sua População Montanhesa

“Só em Minas Gerais o viajante encontra uma "terra tão grande, um sólo tão fértil e um clima tão salubre quanto o da Inglaterra, uma atmosfera de "aestas et non aestus", onde se desconhece a "tirania dos ventos gélidos e das geadas matutinas", finalmente, o "habitat" conveniente - senão a antiga pátria - do mais nobre homem tropical em elaboração, que surgirá quando as chamadas regiões temperadas tiverem terminado a sua missão. A minha opinião, é que somente sob o equador, que a raça perfeita do futuro atingirá a plenitude do gozo da bela herança do homem - a terra".” 

Por Terras Altas, compreende-se os planaltos e maciços (serras) que atinjam certa altitude que configurem um clima distinto da latitude em que estão inseridos. Assim, no Brasil, as Terras Altas são aquelas situadas acima de 800m de altitude, quando acima da latitude 24º S, e de 500m de altitude quando abaixo dessa latitude. 6,75% do território brasileiro se situa acima dos 800 metros de altitude (576.949,9 Km²), e 0,54% (44.446,5 Km²) acima de 1.200 metros, totalizando 623.105,8 Km². 

De modo que o clima montanhoso no Brasil, segundo a classificação de Köppen, seria Subtropical húmido de verão temperado, com 2 (duas) subdivisões: Cfb - sem estação seca; e Cwc - com invernos secos. O Cfb ocorre nas altitudes acima de 500m na Serra Geral abaixo da latitude 24º S, e acima dessa latitude a partir de 800m, ao longo da Serra de Paranapiacaba, Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira. O clima Cwc, de invernos secos, ocorrem nos sertões, além da Serra da Mantiqueira. Na Serra da Canastra, ao longo da Serra do Espinhaço (MG) que se prolonga até a Chapada da Diamantina na Bahia, e no Planalto Central.

Os biomas montanhosos, mesmo enquadrados em uma dessas subdivisões climáticas, podem variar conforme a altitude, precipitações e tipo de solo. Assim, em um clima Cfb, poderemos ver tanto matas de araucárias, como floresta atlântica e em seus pontos culminantes, campos de altitude. Do mesmo modo ocorre no tipo Cwc, que pode variar da Mata Atlântica, ao cerrado.


As Matas de Araucárias (Floresta Ombrófila Mista)

Nas latitudes 24º e 30ºS, entre uma altitude de 600 a 1200 m das regiões leste e central do planalto meridional nos estados do Rio Grande do Sul (25%) , Santa Catarina (40%) e Paraná (31%); e, outra que se apresenta como pequenas manchas próximas a latitude 22ºS, em altitudes relativamente altas entre 1200 a 1800m, na Serra da Mantiqueira, nos estados de São Paulo (3%), sudeste de Minas Gerais (1%) e sul do Rio de Janeiro (1%), verifica-se a ocorrência da Mata de Araucária (Floresta Ombrófila Mista, dita floresta pluvial ou floresta úmida) que é um complexo vegetal integrante do Bioma de mata atlântica, que porém, se notabiliza pela presença do pinheiro do Brasil, ou pinheiro do paraná, em regiões de precipitação anual uniforme entre 1.250 e 2.200 mm, e de temperaturas médias anuais de 10 a 18 °C (tolerando bem temperaturas de até -5 °C). Prefere solos profundos, férteis e bem drenados. Também encontrado em bosques isolados em áreas de campo.

Segundo a classificação climática de Köppen, a araucária encontra-se numa área de clima mesotermal do tipo C. Relata-se a ocorrência dos tipos Cfa, Cfb (preferencialmente), sujeito, eventualmente, a precipitações de neve em áreas superiores a 800m de altitude, sendo que estes dois ocorrem na região sul do país e, também, o tipo Cwb, que ocorre na Serra da Mantiqueira.

No Brasil, até o século XIX sua área original, cobria cerca de 253.793 km², e o seu ecossistema original ocupava mais de 20 milhões de hectares. É uma área maior do que países como a Suíça (41.285 km²), Áustria (83.879 km²), Romênia (238.391 km²) ou mesmo toda a Grã-Bretanha (209.331 km²) oque inclui Inglaterra, País de Gales, Escócia, e a ilha da Irlanda.




Os Campos de Altitude e os Campos Rupestres:


Os campos de altitude e os campos rupestres ocorrem nos pontos culminantes da Cadeia do Espinhaço até a Chapada da Diamantina, Planalto Central, Serra da Mantiqueira, do Mar, até a Serra Geral ao sul.

Embora os campos rupestres e os campos de altitude apresentem certas semelhanças. Os campos rupestres são um bioma diverso dos campos de altitude. Os campos rupestres ocorrem no clima Cwc, de inverno seco, nos sertões para além da Serra da Mantiqueira. Os campos de altitude no clima Cfb sem estação seca. Os campos rupestres da Cadeia do Espinhaço estão situados em áreas de transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica, enquanto os campos de altitude das Serras do Mar e da Mantiqueira encontram-se totalmente inseridos na região de Mata Atlântica.

Em geral, os campos rupestres ocorrem principalmente acima de 900 m de altitude. Esses campos encontram-se distribuídos principalmente ao longo da Cadeia do Espinhaço, em áreas de transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica. embora áreas isoladas desse tipo de vegetação também sejam encontradas nas serras do Brasil Central (Chapada dos Veadeiros e Serra dos Pirineus, ambas em Goiás, e Serra da Canastra, no Sudoeste de Minas Gerais) ou em montanhas da região de São João Del Rei (Serra do Lenheiro), Tiradentes (Serra de São José) e Itutinga, em Minas Gerais, estas três últimas consideradas como pertencentes à Serra da Mantiqueira, mas com geologia e afinidades florísticas mais relacionadas aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço.



















Já os campos de altitude ocorrem nos pontos culminantes situados acima de 1.500 m de altitude da Serra da Mantiqueira (Serra do Itatiaia, que abriga o Pico das Agulhas Negras), Serra do Caparaó (Pico da Bandeira), Serra do Mar (Serra dos Órgãos, com a Pedra do Sino), como também em Campos do Jordão e ao longo da Serra Geral ao sul.
Campo Rupestre - Pico das Almas,
Chapada da Diamantina - Bahia.


A flora dos campos de altitude das Serras do Mar e da Mantiqueira mostra uma notável afinidade com as das serras do sul do Brasil.


Os campos de altitude são típicos dos pontos mais elevados. Ocorrem principalmente nos sistemas serranos do sudeste brasileiro: Serra da Mantiqueira (Serra do Itatiaia, que abriga o Pico das Agulhas Negras), Serra do Caparaó (que abriga o Pico da Bandeira), Serra do Mar (Serra dos Órgãos, que abriga a Pedra do Sino), mas também em Campos do Jordão e em uma variedade de picos isolados em Santa Catarina e Paraná. Estão geralmente situados acima de 1.500 m de altitude e associados a rochas ígneas e rochas metamórficas, como granito, gnaisse e, no caso particular de Itatiaia, nefelino-sienito.





A População Montanhesa

São Paulo 1827, por Debret
Foi no planalto de Piratininga, situado no interior da capitania de São Vicente, distante mais de 12 léguas do mar, circundada por altas montanhas cobertas por uma extensa e cerrada floresta, aonde "não se pode nem entrar nem sair senão por um pequeno desfiladeiro", em que se fundou a vila de São Paulo, por antigas e nobres famílias vicentinas que subiram a serra, junto a gentios, sem fé nem lei, e mamelucos, e que assim viria a ser o centro irradiador da civilização brasileira no centro-sul do Brasil a dilatar suas fronteiras.
Relevo com a localização da Vila de São Paulo de Piratininga

Os primeiros que se fazem senhores de terras nas regiões recém-descobertas são, por direito de conquista, os representantes da velha nobreza vicentina. São eles os descobridores do sertão, os seus desbravadores, os seus povoadores, os primeiros ocupantes.

Cada um desses sertanistas se torna assim um núcleo germinal. Nas minas, na carta régia, que franqueia a posse das descobertas, manda-se que se distribuam datas a eles e “aos seus sócios”. Esse processo permite que a nobreza paulista se difunda rapidamente nas novas terras descobertas e prolongue aí as tradições do seu meio originário.

Os nobres da mais pura gema, aqui aportados, não desdenham de ligar-se às estirpes das antigas famílias paulistas; vão buscar, de preferência, por esposas, as filhas de senhores de engenho. Estes, como podem dar em dote às filhas muita terra, índios e pretos – diz um cronista sobre as mulheres da nobreza paulista – “na escolha dos maridos mais atendem ao nascimento do que ao cabedal. Por isso, só se casam com gente de “nobreza reconhecida”.
"A denominação de ‘Paulista’ é considerado por todas as mulheres muito honrável, sendo os paulistas reconhecidos em todo o Brasil por serem atrativos e pelo seu aprazível caráter".  – Von Martius.
E assim, como regra, os casamentos se faziam, na nobreza local, entre os próprios parentes, de preferência. Há a contar também o fato da restrição do círculo da vicinagem sob a ação dos grandes domínios. E também que as novas famílias, emergentes da família-tronco, costumam localizar-se em domínios circundantes ao domínio ancestral, o que tudo concorre para que os entrelaçamentos entre parentes sejam inevitáveis. Formando autênticos e poderosos clãs no período vicentino.

Ainda na carta régia de 1794, esses descobridores ficam com direito aos foros de fidalgo e ao hábito de qualquer das ordens honoríficas – o que prova quão persistentes são entre eles os modos aristocráticos. Esse ambiente aristocrático exerce, aliás, sobre a integridade moral desses caudilhos, bem como sobre a sua pureza étnica, um papel principal e eficientíssimo de tutela e resguardo – o que vai ter sobre a nossa evolução nacional uma influência inestimável.

A conquista e ocupação dos Campos de Guarapuava, no atual Paraná, se liga a essa tradição, de que nos fala a ata da Câmara de São Paulo, de 2 de outubro de 1627, quando inclui o aviso enviado à metrópole — acerca dos “espanhóis de Vila Rica que vinham dentro das terras da coroa de Portugal...”. Sua população é toda oriunda de paulistas, segundo Saint-Hilaire, que a visitou em princípios do séc. XVIII, em que diz ser quase toda branca: são raros os mestiços.

Fixados ali, prolongam os paulistas nessas novas zonas de dispersão a sua civilização original. Como nos centros de formação, guardam nelas os mesmos desdéns pela mestiçagem, a mesma cultura aristocrática de sentimentos, as mesmas vaidades de fidalguia, o mesmo orgulho sombrio: “Não querem mesclar-se com os mais – diz um contemporâneo – e andam sempre no mato no seu descobrir e minerar.".
“Seria erro, diz ele, pensar que a maioria dos habitantes dos campos gerais são mestiços. É muito mais considerável nesta região o número dos brancos realmente brancos do que nos distritos de Itapeva e Itapetininga (São Paulo); e, na época da minha viagem, raro era o artesão da cidade de Castro que não pertencesse à nossa raça por todos os costados. Bem diversamente dos pobres mestiços que povoam os campos perto de Itapeva, os moradores dos campos gerais são geralmente altos e bem-feitos, de cabelos castanhos e tez corada e trazem na fisionomia o cunho da bondade e da inteligência. São as mulheres, na sua maior parte, sumamente bonitas; têm as faces cor de rosa e nos traços delicadezas tal como nunca notei em brasileira alguma.” 
"Parecerá extraordinário que os habitantes do distrito de Curitiba e os dos Campos Gerais, provindos, na maioria, de europeus, sem nenhuma mistura de sangue indígena, apliquem aos portugueses europeus uma alcunha injuriosa, a de "embuavas": mas é preciso não esquecer que os filhos não são do País de seus pais, mas daquele em que nasceram e se educaram. Os nascidos no Brasil, de português e portuguesa, são brasileiros; amam tão pouco os europeus quanto os demais compatriotas e têm contra eles os mesmos preconceitos". – Saint-Hillare.
Enquanto os paulistas conservam, persistentes, os antigos pundonores aristocráticos, de que fazem tamanho timbre os seus antepassados do período colonial. É de vê-los, em pleno II Império, absorvidos pela preocupação dos seus costados aristocráticos, da pureza do seu sangue fidalgo, de puritate sanguinis, prontos sempre a subirem, através de longas genealogias, às matrizes heráldicas da Península, até entroncarem-se nesses Lopos,  Mens,  Peros,  Vascos da época da Reconquista ou num desses heróis luminosos, que ajudaram o infante D. Henrique a pesquisar, no fundo dos horizontes de Sagres, os mistérios do Mar Tenebroso.
Habitantes de Minas Gerais - Rugendas

Com a descoberta das minas, e o afluxo de imigrantes, nortenhos, notadamente para Minas Gerais. Ao contrário, dos paulistas, a nobreza local se mostra desprendida dessas prerrogativas. Os elementos que formam ali a base histórica da população não são fidalgos de raça, mas sadios e fortes camponeses do Douro, do Minho e das Beiras, sérios, sóbrios, honrados, de feitura patriarcal e índole plácida, e tão pobres que, no dizer de um cronista, “traziam às costas tudo o que possuíam”. Eles é que, caldeando-se com o primitivo paulista, constituem o cerne étnico do povo mineiro, tal como nos aparece no Séc. XVIII.

Daí não se radicarem entre esses montanheses orgulhos de raça, preconceitos de sangue, glórias de tradições heráldicas: ao contrário, timbram pela simplicidade das maneiras e atitudes. Pela pureza dos seus costumes, pela sua modéstia, pela sua hospitalidade, pela sua imaculada honradez, são os genuínos patriarcas da nossa civilização. Gente democrática por temperamento, núcleo de ricos proprietários, modestos, íntegros, lhanos, inteiramente sem arrogância, mas cheios de hombridade e independência.

Homens de ordem e de paz, moderados, tímidos, rotineiros, são entre nós, os que melhor refletem, mais propriamente, o caráter lusitano, ante o restantes dos brasileiros, mais sanguíneos, refletindo sua maior dose de sangue espanhol.

Criadores de caminhos, obra essen­cialmente civilizadora, esses bandeirantes conduzem o Brasil para uma autonomia indestrutível, que é a de quem, por si mes­mo, por si só, adquiriu a terra em que se estabeleceu. É por tudo isso que o nome deles se tomou distinto, como os dos pernam­bucanos, e de valor internacional. Todos que conhecem e tratam de coisas sul-americanas, mencionam o povo valente, esses antigos  paulistas que, ainda nas cortes portuguesas de 1820, são nominalmente referidos como efeito de irritante pavor para aqueles que, então, pensavam reduzir-nos à simples condição de colônia.

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

A Imigração Basca para o Brasil nos Primeiros Séculos de Colonização.


Esse é um artigo parcial, que tende a ser acrescido no futuro, como parte complementar sobre a Imigração Espanhola para o Brasil. Abordando a presença de famílias bascas nos primeiros séculos de colonização. Não abordaremos a presença de bascos que vieram no bojo da imigração em massa, ocorrido entre fins do Séc. XIX e começo de XX, somente os dois primeiros séculos, quando da formação do Brasil.Trata-se de um tema pouco abordado e mesmo de difícil levantamento, seja na questão da influência espanhola durante a União Ibérica, seja ainda mais, relativo aos bascos. Contudo, nos propomos a esboçar alguns apontamentos esparsos, que aproveitamos para nesse espaço condensá-los e somar para uma melhor visão sobre o influxo da presença basca, e por conseguinte, espanhola no Brasil.  

Pesquisas genéticas recentes, nos países hispânicos, tem revelado uma maior contribuição basca do que se supunha até então. No Brasil, algo similar parece ter se processado, e o indício disso é uma significativa ocorrencia do fator Rh- negativo, entre os brasileiros, 18%. Nos países europeus, essa média raramente ultrapassa 9%, incluso Portugal, o pico de ocorrencia de fator Rh negativo ocorre na Euskádia (país Basco) com 36%, outros países com Rh negativo significativos, são: Escócia, Irlanda, EUA e Austrália em torno de 15%. (O Sangue dos Deuses entre os Brasileiros)
Mendonça

Saraiva
Uma das hipóteses que levantamos para esse alto índice entre os brasileiros é a ocorrencia de uma propagação de forma endogâmica em meio a uma população ainda rarefeita.  Analisando algumas famílias de origem biscainha, verificamos justamente oque avessamos.  É o caso ilustrativo da Família Mendonça Saraiva em Pernambuco, que "desceram de Viszcaya, das montanhas...", e que foram das primeiras famílias a aportarem em Pernambuco, nos idos de 1540. Um casal de irmãos, casaram com outro casal de irmãos. Mantendo os dois sobrenomes, ambos de origem basca: Mendonça e Saraiva.  

Uchoa
Urrea
Ainda em Pernambuco, temos os Noballas y Urrea, que se entrelaçam com os Mello(s). Consta ainda em Pernambuco os Uchoa (Otxoa), também de origem basca. Os Oroscos que se entrelaçam com os Veigas.

Kaspar van Mere, holandês, em Pernambuco, casado com Isabel Peradas/Peredas, de origem basca, e com ramificação na Bahia.

O capitão holandês Albert Gerritsz Wedda se casa com Isabel de Acha (Atxa), pernambucana de procedência basca, com descendência. 

Garro
Com a união ibérica várias famílias de origem espanhola, dentre os quais, bascos, são desginados para ocupar no Brasil cargos de Administração e militar. Por exemplo é o caso do Capitão-Mor da Parahyba Lopo Curado Garro, de origem basca, designado para comandar as tropas da Parahyba contra os holandeses. Disso resultará sua ligação com a família Vidal de Negreiros. 

Na defesa da cidade de Filipéia, quando da invasão holandesa, atual João Pessoa - PB, se registra na resistência, o nome do capitão Domingo Arriaga,  que seria "gente de la ciudad", ou seja morador local, e que viria a ser morto no curso da invasão.

No Rio Grande do Norte temos o Capitão-mór João Lostau Navarro, basco do lado ocupado atualmente pela França, um dos mártires chacinado no Engenho Cunhaú, que era casado com Luzia da Mota, tendo uma de suas filhas casada com o oficial holandês Jore Garstman.
Clã da Família Aguirre

Na Bahia o mesmo ocorrre com o capitão Pedro Aires de Aguirre, designado para defesa do forte Monserrat, tomando parte na expulsão dos holandeses em 1626, e mesmo nos episódios da tentativa de invasão em 1636. Vindo posteriormente a ser Senhor de engenho na Bahia, se unindo aos Meneses. Um irmão de Pedro Aires de Aguirre, Diogo Aires de Aguirre, se estabelece em São Paulo. Na Bahia esse ramo se liga aos Quaresmas, Pereiras e Gonçalves Laço.

Um dos mais antigos registros de bascos no Brasil, e por desiderato, na Bahia, é o de Diogo de Zorrilla que teve uma filha, Antônia Fogaça (n. 1563), que se casa com o célebre sertanista Antonio Dias Adorno.

Em 1676 João Cardoso Pizarro casa com sua prima Maria Luiza Vargas na Bahia, com descendência.  

Em Salvador ainda se registra um casal espanhol Escobar Aguirre, que tem filhos na terra e que se unem aos Teles e Carvalho Pinheiro.

Na Bahia, temos ainda os Peradas/Peredas também de origem basca, que se uniu aos Siqueira Cabral e sua descendência aos Melo de Vasconcelos.

Consta ainda os Uguí que se entronca com os Adornos, depois com os Souza, França, Campos, assim sucessivamente. 

Ainda na Bahia, há os Uzêda Ayala, uma das primeiras famílias a se estabelecer no Brasil, nos primórdios da sua colonização na ilha de Cayru, se unindo aos Góes e Saraivas. 

Na capitania de Ilhéus, parte atual da Bahia, temos os Espina que se entrelaçam com os d'Eças. Os Garcez, com os Barros, e seus descendentes com os d'Eças e Barbosas.

Ortiz
No Espírito Santo, temos o registro da heroina Maria Ortiz, que desencadiou a reação contra a invasão holandesa em Vila Velha-ES. Seus pais eram provenientes diretamente de Vizcaya.

Em São Paulo, tem-se notícia de Diogo Unhates (Oñati), que da Bahia se estabelecera em São Vicente e que posteriormente viria a ser um dos fundadores da cidade de Paranaguá, no Paraná, se ligando aos Nunes.  

É documentado no início de 1600 a vinda de Pedro de Urrecha à Bahia, que introduziu a indústria da pesca das baleias, e que trouxe consigo gente de Viscaia. Talvez, esse episódio, justifique uma maior incidência de nomes bascos provenientes da Bahia.

De São Paulo temos ainda os Camargo, dos mais poderosos clãs da capitania  e mesmo do Brasil no período colonial. Os Camargo são originários do vale de Camargo (Santander, País Basco), de onde se espalharam por Santillana (Santander), Castrojeriz e Roa (Burgos), Agreda (Soria), Pozal de Gallinas (Valladolid), Placencia (Cáceres) e Guadalajara. Registra-se como cabeça de clã: Jusepe Ortiz de Camargo ("José Ortiz de Camargo"),  natural de Burgos, que veio a S. Paulo na última parte do século 16.º, f.º de Francisco de Camargo e de Gabriela Ortiz, n. p. de Luiz Dias de Camargo e de Beatriz de la Peña. Em S. Paulo casou com Leonor Domingues, falecida com testamento em 1630 na mesma vila no estado de viúva de seu marido, f.ª de Domingos Luiz - o Carvoeiro - cavaleiro fidalgo, e de Anna Camacho.

Consta ainda em São Paulo, em 1590, Sebastiana Unhatte casada com Jorge Dias Velho, com descendência em São Paulo e Minas Gerais.

Registra-se em São Paulo, em Itu, Antonio Borges, sendo seus pais: Antonio Bicudo e Angela Costa, naturais de Biscaia, tendo passado a Évora em Portugal e daí para o Brasil. Antonio Borges foi casado com Joana Almeida em Itu-SP, em 1707.

Ainda em São Paulo, os Barojas que se entroncam com os Ribeiros e posteriormente com os Lemes. 

Soma-se os Carracos, que em São Paulo se ligam aos Fernandes e Paes, em Pernambuco também se registra outra estirpe dos "Carrasco".

No Rio de Janeiro temos Salvador Correa de Sá e Benevides que se casa com D. Juana Catalina Ramirez de Ugarte y Velasco. 

Por hora correlacionamos essas 26(vinte e seis) famílias de origem bascas, registradas nos primeiros séculos de colonização. Nosso levantamento é ainda incipiente, a que futuramente aditaremos outras, devendo haver registros paroquiais Brasil afora, que a quem por ventura tiver, e puder fornecer-nos informações, agradecemos de ante-mão a contribuição.


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