“Pressinto
que é na ‘Marcha para o Oeste’ que o Brasil, libertando-se do litoral
cosmopolita e saturado de influências híbridas, achará a sua alma verdadeira”
Pierre
Chabloz
O projeto nacional brasileiro
contemplava a readequação do brasileiro ao novo sistema produtivo que se
impelia, a industrialização.
O sistema produtivo do Brasil encontrava-se
completamente atrasado, mais do que agrícola, uma agricultura mono-exportadora
e rudimentar. E a margem desse sistema falido, encontrava-se o brasileiro, esteriotipado
no “jeca tatu”, abandonado e vivendo um processo pré-capitalista, quase
medieval, em um sistema clientelista.
O projeto nacional brasileiro
impelia a mudança por uma sociedade industrial e punjante, trazendo o brasileiro
para éra industrial e capitalista. E para isso era preciso adequar o
brasileiro, criar o homem novo, adaptado aos novos tempos, ao sistema
industrial, capaz de gerar a prosperidade nacional.
Roquette Pinto, rejeitando as teses
“racialistas” de que o atraso do Brasil derivava do seu tipo humano, apontava
que o problema era de ordem de saúde pública e deficiência educacional.
Rejeitava a substituição do brasileiro por imigrantes europeus. Contudo isso
não implicava, a rejeição por políticas de melhoramento da raça. Tais como a proibição de
casamento entre primos, ainda hoje vedado por acarretar em problemas genéticos
oriundos da consangüinidade. Roquette Pinto propunha ainda, incentivos para o
casamento entre casais saudáveis, afim de haver um incremento e melhoramento da
raça.
Esse projeto se concretizou, na
Marcha Para o Oeste, que visava a ocupação do imenso vazio do vale amazônico,
por elementos fisicamente sadios, e que se firma-se ali o Brasil Novo, de um brasileiro branco e católico. E para isso concorreu os soldados da borracha,
no curso da II Guerra. Getúlio aproveitou os esforços de guerra, para ocupar a
Amazônia, integrando-a, efetivamente, ao Brasil. Fez recrutar milhares de
brasileiros, que ao final do conflito receberiam terras e ajuda governamental
para se estabelecerem definitivamente. Realizando ao mesmo tempo uma reforma
agrária e amparando do flagelo da seca os contingentes populacionais do
nordeste do Brasil.
Foi criado o SEMTA – Serviço Especial
de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, órgão a cargo do recrutamente
e tendo a frente o suíço Pierre Chabloz, encarregado de coordenar a propaganda.
“eu
pressinto muitas vezes que é na ‘Marcha para o Oeste’ que o Brasil, libertando-se
do litoral cosmopolita e saturado de influências híbridas, achará a sua alma
verdadeira”
60 mil cearenses foram
recrutados, ante o já grande contingente presente na Amazônia (I ciclo da
borracha). O fato da população cearense não ter tido cultura escravocrata, tendo
os mamelucos do interior cearense maiores similaridades com os mamelucos e
nativos da Amazônia ocidental, ao contrario de outros lugares do nordeste e
mesmo do sudeste.
Os indivíduos eram recrutados
segundo tipos físicos sadios, de modo a não terem problemas congênitos e se
enquadrarem no típico brasileiro sem digredir da nacionalidade, presente em
todo o país.
Foram classificados dentre outros tipos em: normolíneo, tipo normal com pêlos e pescoço longo, que seria o mais desejável no processo seletivo; o mixotipo tronco longo e pouco volumoso, mais próximo do normal; o brevilíneo; e o disgenopata, o mais indesejável, a ser descartável.
O quadro sinótico, tinha a finalidade de ser distribuído entre os médicos de seleção, expressando a relação de hierarquia entre os biótipos.
Da esquerda para direita, dois mixotipos, normolíneo e brevilíneo. O normolineo era o tipo mais desejável. |
O tipo disgenopata era o mais indesejável a ser descartado no processo seletivo |
O projeto além de prever o assentamento permanente desses contingentes, previa a criação de cidades planejadas como centros logísticos de apoio permanente e de vida urbana para as fazendas criadas no seu entorno, a exemplo do exitoso projeto piloto de Cérceres em Goiás.
Cérceres foi uma colônia agrícola
criada pelo Estado Novo, como projeto piloto, que visava a implantação de tantas
outras no projeto de Marcha Para o Oeste, além do apoio governamental com a
abertura de estradas, serviços públicos, financiamento, orientação técnica, o
governo estruturava solidamente uma estrutura de ensino técnico para formação
do homem novo.
Um empreendimento que tornou e
ainda hoje faz de Cérceres uma cidade modelo com melhor padrão de vida do
centro-oeste.
Tudo isso deveria ter sido
implementado na Amazônia, e foi melancolicamente abortado com a queda de
Getúlio em 45. Os soldados da Borracha abandonados em um ambiente mais
mortífero que os campos de batalha do norte da Itália, nunca receberam qualquer
auxílio e tão pouco alguma homenagem do Estado brasileiro(usurpado pelos liberais).
Artigos correlatos:
A Regionalização Como Fator de Integração e Desenvolvimento Nacional.
Goiânia, a Cidade Símbolo da Expansão para o Oeste.
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Seria possível o retorno desse projet
ResponderExcluirFacílimo... ! Mais fácil e mais lucrativo, do que criar "reserva indígena". Difícil é derrotar os inimigos internos, que sempre são piores do que os externos.
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