segunda-feira, 6 de maio de 2019

A Imigração Espanhola para o Brasil

A imigração espanhola no que pese sua importância, é pouco citada, em contraste a outras de contingentes pífios como a alemã e a japonesa. Para mensurar, se somarmos o contingente imigrante germânico e japonês, juntos, não alcançam se quer a metade da imigração espanhola. Mesmo a portuguesa, a qual trataremos futuramente, é relegado ao mais profundo obscurantismo. Não é algo por acaso....  há muito de perfídia, em franca negação de contingentes afins a nacionalidade brasileira, pondo em relevo outras mais dispares. Assim, passaremos a tratar de forma mais detalhada dos principais contingentes imigratórios para o Brasil, a começar pela espanhola.
Editorial


A imigração hispânica no Brasil colonial, não é quantitativamente bem apurada, embora seja bem documentado inúmeros entrelaçamentos de espanhóis com famílias brasileiras, muitas das quais que vieram a ser os principais troncos formadores da nação brasileira, como é o caso dos Bueno(s), dos Quevedo(s) em São Paulo,  reduto à época da União Ibérica de intensa presença de hispanos. Na Bahia como em Pernambuco, centros maiores, e redutos da administração luso-espanhola, sua presença também foi marcante. (ver: A Imigração Basca para o Brasil nos primeiros Séculos de Colonização.)

O início da presença espanhola no Brasil começa com o navegante andaluz, Vicente Yáñez Pinzón que teria sido um dos primeiros descobridores do Brasil, aportando na ponta do Mucuripe, em Fortaleza, ao qual ele chamou de "Santa María de la Consolación", em 26 de janeiro de 1500, três meses antes de Cabral, e daí a foz do rio Amazonas que ele chamou de "mar dulce", e de lá passando ao caribe.

Em 1527 o navegador e capitão mór da armada portuguesa enviada para o Brasil, Cristóvão Jaques, em sua terceira expedição (1526-1528) a costa brasileira, dar conta de um náufrago espanhol de nome Rodrigo Acuña, da expedição de Jofre de Loyassa às Molucas (1525), vivendo em Pernambuco. Martin Afonso de Souza, em 1531, nas intermediações de Cananéia se depara com Cosme Fernandes, "O Bacharel de Cananéia", junto a seis náufragos castelhanos.

Em 1582,  o comandante espanhol Castejon com 132 soldados, tomam parte na conquista da Paraiba contra os franceses e muitos se estabelecem lá mesmo na cidade de Filipéia (atual João Pessoa), a terceira mais antiga do Brasil. 

De mencionar a expedição de Bagnuolo, Conde Napolitano, no curso da invasão Holandesa em 1631, quando vieram 500 (quinhentos) espanhóis sob seu comando para lutar contra os holandeses.

Pós independência, quando da imigração espanhola em massa para o Brasil pode se subdividi-la em três momentos:

Uma primeira fase que vai de 1880 à 1900, com preponderância de espanhóis de origem galega.

Uma segunda fase de 1900 à 1922, preponderância de andaluzes, especialmente no oeste paulista.

Uma terceira fase de 1922 à 1960, quando os imigrantes galegos voltam a ser majoritários.

Imigração espanhola para o Brasil, por décadas de 1884-1893, 1924-1933 y 1945-1949
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística - IBGE

Década

1884-1893
1894-1903
1904-1913
1914-1923
1924-1933
1945-1949
1950-1954
1955-1959
Espanhóis
113.116
102.142
224.672
94.779
52.405
4.092
53.357
38.819

Contingentes de outras regiões espanholas também contribuiram em menor grau: bascos, catalões, asturianos, leoneses, cântabros, extremenhos.... nota-se, que com exceção dos andaluzes e extremenhos, os imigrantes espanhóis provem do norte da Espanha, oque compreendia antes as velhas fronteiras do Reino da Gallaecia, no que pese, a Extremadura, mais ao sul, também ter composto o Reino Galaico. 

Os dados da imigração espanhola não são tão precisos, variam conforme as fontes e os períodos, agravado por alguns portos de embarque serem em território português (porto do Lelixão e de Lisboa) oque muitas vezes se tomava um imigrante galego por português.

Segundo os informes consulares, entre 60 e 70% dos espanhóis no Brasil eram galegos. Tais índices se explica pela similaridade linguística do idioma galego com o português, a proximidade dos portos de embarque portugueses e a existência duma corrente migratória previa rumo ao Brasil intermediada por Portugal. (Villares, 1996)
Segundo Klein entre 1880 à 1900 imigraram para o Brasil 199.193 espanhóis.¹  Dos quais, cerca de 159.350 (80%) eram galegos. Até o final do século XIX, houve um grande fluxo de galegos, que se fixaram principalmente em centros urbanos: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém.

Do total, de 1900 até 1970: 750 mil espanhóis imigraram para o Brasil. (KLEIN, 1994, p. 36)

Os espanhóis estavam entre os primeiros e maiores grupos de imigrantes a chegar aos cafezais paulistas, ultrapassando inclusive os italianos.

Elena Pajaro Peres assinala a peculiaridade da imigração galega ao Brasil "polo feito de que o Brasil ser un dos destinos preferidos nos anos 1950, polo carácter rural da maioría destes inmigrantes e, sobre todo, por ser unha inmigración non vinculada necesariamente ao antifranquismo." ( Peres, 2002, p. 37) [...] a maioria dos espanhóis, nesse período, emigrou a Brasil por conta própria, sem gozar de qualquer assistência governamental. Entre estes, um grupo significativo provinha de Galiza [...].

A emigração subsidiada fora proibida. Porém, não teve efeito no trânsito para o Brasil, uma vez que se redirecionaram os portos de saída dos espanhóis. Os provenientes das províncias do sul e do leste passaram a buscar saída pelo Porto de Gilbraltar, enquanto no norte, especialmente Galiza, região densamente povoada e de mini-fundios, a saída se dava pelo Porto de Vigo (CÁNOVAS, 2001; KLEIN, 1994; MARTINEZ, 1999).

Entre 1900 à 1910, a imigração espanhola para o Estado de São Paulo foi majoritariamente de andaluzes, 60% do total, enquanto que 20% eram galegos e estes pouco utilizaram dos subsídios, visto que preferiam se direcionar para áreas urbanas, diferentemente dos andaluzes (MARTINEZ, 1999, P. 250)

A Andaluzia teve grande emigração até a década de 1910. Deste momento em diante, a Galiza, minifundiária e mais densamente povoada, será a região que mais emigrantes produzirá. 

Até 1910, os espanhóis casavam-se dentro de seu próprio grupo étnico em uma proporção maior do que a de italianos e portugueses: 62% dos homens casaram-se com espanholas, enquanto que 69% das mulheres casaram-se com espanhóis. [...] a partir de 1940, quando esta se torna urbana, os registros de casamento de São Paulo apresentam que apenas 12% dos espanhóis casaram-se entre si.

Com dificuldades de estatísticas anteriormente mencionadas, são importantes os dados de Gonzalez Martinez que, a partir de informes de cônsules aos Ministério de Assuntos Exteriores de Madrid em 1931, mostra a origem regional dos imigrantes espanhóis, a saber: 
Pará: 1.500 espanhóis, 90% galegos, 7% de Castilla-Leon, 3% de outras regiões. Esta imigração foi feita sob contrato para o desenvolvimento da agricultura e para a criação de núcleos coloniais na região. A maioria destes imigrantes abandona a região em busca de cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo ou ainda Buenos Aires e outros voltam para a Espanha. 
Recife: 476 espanhóis, 70% galegos, 5% catalães, 5% andaluzes, 5% castelhanos velhos e 10% de outras regiões;  
Salvador: concentrava 96% dos 3.500 residentes em toda a Bahia, 98% eram da Galiza – a maioria de Pontevedra. Monopolizavam o comércio de mercearias, padarias e restaurantes e também de casas de penhores;  
Mato Grosso: 150 em Campo Grande e 110 em Corumbá;  
Amazonas: quase mil; 
Espírito Santo: quase 500; 
Rio de Janeiro: 40 mil espanhóis, 70% galegos, 30% de outras regiões, com predomínio de homens (70%), possuindo as mesmas características comerciais de outros lugares;
Segundo o censo de 1906, havia um total de 210.515 de imigrantes no Río, sendo 133.000 deste total portugueses, 25.557 italianos e algo mais de 20.000 espanhóis. No censo de 1920 os espanhóis continuaram representando o terceiro grupo máis numeroso de imigrantes nesta cidade. Os imigrantes destes anos foron atraídos para o Brasil devido ao crescimento econômico que o país passava, sendo Rio de Janeiro uma das cidades mais desenvolvidas do sudeste e sul, regiões que se concentrava 93,4% da população brasileira (Sarmiento, 2006). Outro dato importante é que, dentro da comunidade espanhola do Rio de Janeiro, os imigrantes de origem galega também são os mais numerosos.
Érica Sarmiento destaca que: [...] antes do inicio da imigração massiva para o Brasil (1890), já havia galegos que não só estavam estabelecidos na capital, com seus negócios, senon que tamen davam Trabalho aos compatriotas da mesma aldeia ou município. Podemos dizer que apesar de não serem majoritários antes de 1890, foram os pioneiros e sentaram as bases do que seria a futura imigração galega ao Rio: espontânea, baseada en lazos de parentesco e adicada principalmente ao setor do comercio e Hotelaría. (Sarmiento, 2006, p. 42)
Os galegos que chegaram ao Rio de Janeiro na sua maioria emigraram de forma espontânea e se instalaram no meio urbano. Dedicaram-se ao setor terciário, que lhes oferecia mais oportunidades de trabalho e permitia uma ascensão social mais rápida que o meio rural, ainda que a maioria fosse originaria do meio agrário na Galiza. Muitas vezes tinham alguma propriedade no seu lugar de origem que poderia ser vendida ou alugada para que ajuda-se nos gastos da viagem. 
Paraná: 500 espanhóis em Curitiba; 
Santa Catarina: menos de 400;
 
Rio Grande do Sul: existência de vários núcleos: Porto Alegre, Pelotas, Uruguaiana, Bagé, Santana do Livramento, com cerca de 10 mil residentes; os restantes no Estado não possui importância quantitativa (MARTINEZ, 1999, P. 246).
“Quem são os imigrantes espanhóis? Seguindo a tendência apontada por Martinez nesse período, a grande maioria era de galegos, que se fixaram principalmente em centros urbanos brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Para o Rio Grande do Sul, os dados são ainda mais dispersos. Seriam em torno de 10.000, segundo o consulado Espanhol, nos núcleos de Porto alegre, Pelotas, Uruguaiana, Bagé, Santana do Livramento, etc. [....]” (p.47) 
Minas Gerais: De 1884 à 1896, 3.002 espanhóis.


A Imigração Galega:


Os imigrantes galegos, além de mais numerosos entre os espanhóis, eram um contingente distinto, com cultura, língua e historia própria. E por que é mais difícil identifica-los? Érica Sarmiento crer que tal questão tem relação com a figura do imigrante português na sociedade carioca: Assim, os verdadeiros galegos, quando não aparecem ocasionalmente em obras sobre a imigração, espanhola em geral, apresentam-se camuflados sob a figura dos portugueses.

Não só eram chamados "galegos" os naturais da Galiza, como também os portugueses. A palavra era empregada duma forma pejorativa para alcunhar os portugueses quando se queria insulta-los. Posteriormente, o termo galego acabou estendendo-se a todo estrangeiros, e n´algumas regiões brasileiras, a palavra define as pessoas de pele muito clara e cabelos louros.
"A imigração portuguesa ocultou a comunidade galega impedindo que as miradas acadêmicas identificassem os galegos como um grupo numericamente importante, ativo na sociedade carioca e com características próprias. [...] Portugueses e italianos tiveram importância na sociedade carioca como os maiores grupos de imigrantes [...], mas os portugueses sem dúvida tiveram representação em um setor que trabalha diretamente com as classes mais populares: o do comercio. Eram maioria como donos de bares, pensões, restaurantes, padarias e tendas de ultramarinos. Curiosamente os galegos destacaram-se no mesmo setor profissional, em bares, hotéis e restaurantes, como se tivessem seguido o exemplo dos portugueses, que dominavam esse setor antes da chegada dos competidores. [...]"
Ademais de ocupar a mesma área profissional compartilhavam a proximidade entre os dois idiomas, a afinidade de costumes, a mesma zona geográfica da que procediam - os portugueses que estavam no Rio eram majoritariamente do Norte de Portugal - e o feito de que já existira - previamente a imigração transoceánica - um fluxo migratório de Galiza para este país. (Sarmiento, 2006, p. 44-47)

Oque Érica comenta sobre os brasileiros fazerem uso do termo galego fazendo alusão aos imigrantes portugueses também foi mencionado por José González Márquez na súa entrevista: "Sabes que alla no dicen" galego ", ¿no? Galego llaman a los portugueses. Alla, los gallegos de Galiza son españoles. Alli me llaman de español, asi como aquí me llaman brasileiro muchos. "



Famílias Hispânicas no Brasil Colonial:

1. Agostinho Guterres (Valencia, Espanha, c. 1685 - Viamão, Rio Grande do Sul, c. 1763) casado com Maria de Brito Peixoto.
2. André Martins Bonilha (Espanha, ? - Brasil, c. 1616) casado com Justa Maciel.
3. Antonia Gonçalves (Sevilla, Andalusia, Espanha, ? - São Vicente, São Paulo, c. 1616) casada com Antonio Preto, o Patriarca da Família Preto no Brasil.
4. Antonia Gonçalves (Sevilla, Andalucía, Espanha, c. 1560 - Brasil, c. 1616) casada com Francisco Martins Bonilha.
5. Antonia Pinto (Salamanca, Castile and León, Spain, c.1707 - Rio Grande, Rio Grande do Sul, 12 de junho de 1738) casada com João Antunes da Porciúncula.
6. Balthazar de Godoy (Castela, c.1561 -- ?, ?) nobre castelhano, que veio a S. Paulo na segunda parte do século XVI em tempo do domínio de Castela no Brasil. Aqui casou com Paula Moreira filha do capitão-mor governador Jorge Moreira.
7. Bartolomeu Bueno de Ribeira, o Sevilhano (Sevilha, Andalusia, Espanha, c. 1555 - São Paulo, c. 1629) casado com Maria Pires.
8. Bernardo de Quadros (Sevilla, Andalusia, Espanha, ? - Brasil, c. 1642) casado com Cecília Ribeiro.
9. Concépcion Martinez Martins (Conceição Martinez Sugrañez (Barcelona, Espanha, 8 de outubro de 1894 - 2 de outubro de 1980) casada com João Baptista Gomes Martins.
10. Concepción Montserrate Josefa Sugrañes Daudi (Barcelona, Espanha, 7 de dezembro de 1869 - Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 1945) casada com Miguel Mariano Martínez Marmol.
11. Diogo de Lara (Zamora, Castile and León, Spain, ? - São Paulo, 22 de outubro de 1665] casado com Madalena Fernandes de Morais.
12. Diogo Trilha (Antequera, Málaga, Andalusia, Espanha, ? - Brasil, ?) casado com Suzana do Rosário.
13. Domingos de Amores (Castela, Espanha, ? - Brasil, ?) casado com Antônia de Siqueira de Mendonça.
14. Francisco José De Leivas (Sevilha, Espanha, c. 1727 - Brasil, ?) casado com Maria Joaquina De Aguirre De Abreu.
15. Francisco Martins Bonilha (Castile and León, Espanha, c. 1560 - Brasil, ?) casado com Antonia Gonçalves.
16. Francisco de Saavedra (Madri, Espanha, ? - Brasil, ?) casado com Maria Moreira.
17. Geraldo Mirambell Olivé (Barcelona, Espanha, c. 1825 - Pelotas, Rio Grande do Sul, 8 de dezembro de 1906) casado com Maria José Bernardina da Silva.
18. João de Azpilcueta Navarro (País Basco, c.1522 -- Bahia, 1557) padre da Companhia de Jesus, um dos primeiros a serem catequistas no Brasil, no século XVI. Era primo da mãe de São Francisco Xavier. (Curiosidade: empresta seu sobrenome para dar nome à Rua Aspicuelta, Vila Madalena, São Paulo.)
19. João Gonçalves Salgado (Santa Maria do Rio do Caldo, Lobios, Ornise, Galicia, Espanha, ? - Triunfo, Rio Grande do Sul, 22 de abril de 1779) casado com Ana Maria Leite de Oliveira.
João Matheus Rendon de Quebedo (Cáceres, Extremadura, Espanha, c. 1600 - Brasil, ?) casado com Maria Bueno de Ribeira.
20. João Piza (Balearic Islands, Spain, ? Brasil, ?) casado com Josefa Leite.
21. José Antonio Garrastazu (Espanha,? - Brasil, ?) casado com Dominique Barbiére Ibarburu, do qual descende o ex-Presidente da República Emílio Garrastazu Médici]
22. José Ortiz de Camargo, o Pai (Burgos, Castrojeriz, Burgos, Castille and Leon, Spain, ? - São Paulo, c. 1630) casado com Leonor Domingues.
23. Miguel Garcia Carrasco (São Lucas de Cana Verde, Espanha, ? - Brasil, ? ) casado com Margarida Fernandes e Izabel João.
24. Pedro Legaspe (Espanha, ? - Brasil, ? ) casado com Amélia Andrade.
25. Raimundo Mulet (Barcelona, Catalunha, Espanha,? - Brasil, ?) casado com Lauriana do Nascimento Martins.

Fontes:
¹KLEIN, H. A Imigração Espanhola no Brasil. São Paulo: Idesp, Sumaré, Fafpesp. 1994, p.31, tabela 1.1.
MARTINEZ, Elda E. Gonzalez.. O Brasil como país de destino para os imigrantes espanhóis. In Fazer a América, Org. Boris Fausto, São Paulo: EDUSP, 1999. 
“Ainda para Martinez 238.739 espanhóis saíram de portos espanhóis com destino ao Brasil, entre 1882 e 1929. [....]” (p.47)
“Martinez registra a presença de 567.176 imigrantes espanhóis no Brasil. Oque chama de segunda etapa com início em 1950, entraram 94.693, em 1960 já cai para 28.397. [....]”
“Para Klein, entre 1952 e 1970, o Brasil recebeu 111.100 imigrantes europeus, sendo 24.459 espanhóis, 22% de todos os europeus vindos para o Brasil [...]”
“Ao final da Segunda Guerra Mundial, ocorreu o último surto da imigração espanhola, até os anos 60.”
Entre 1884-1893 imigraram para o Brasil 113.116 espanhóis, dos quais 90.400 eram galegos. Até o final do século XIX, houve um grande fluxo de galegos, que se fixaram principalmente em centros urbanos: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém.
Segundo Klein, H. de 1880 à 1892, imigram para o Brasil 74.751 espanhóis. 
De 1880 à 1900: 199.193. (Klein, H. A Imigração Espanhola no Brasil. São Paulo: Idesp, Sumaré, Fafpesp. 1994, p.31, tabela 1.1)
" [....] teriam sido introduzidos no ano anterior (1895) 6.631 imigrantes, dos quais 6.376 por conta do estado (ibidem, p.30). Prosseguindo-se os trabalhos no ano de 1896, foram introduzidos 22.496 imigrantes, dos quais 18.999 eram italianos e 3.002 espanhóis. No ano de 1898, o relatório do presidente do estado informa que teriam sido introduzidos no estado, no ano anterior (1897), 17.558 imigrantes, elevando a 61.259 o total de imigrantes vindos para o estado desde o final do ano de 1894
De 1900 até 1970, chegam ao País cerca de 750 mil espanhóis. Os espanhóis estavam entre os primeiros e maiores grupos de imigrantes a chegar aos cafezais paulistas, ultrapassando inclusive os italianos. Nos registros da Hospedaria dos imigrantes, em São Paulo, entre 1910 e 1915, dos 102.800 espanhóis que por aí passaram, apenas 15% pagavam suas passagens (KLEIN, 1994, p. 36).
“Conforme os números da Fundação de Economia e Estatística, em 1890, contabilizava em Porto Alegre dados referentes ao ano de 1872: 43.998 habitantes, entre livres e escravos. Pelo critério de sexo, a população é de 26.409 homens e 26.012 mulheres, totalizando 52.421 habitantes. No Rio Grande do Sul, como um todo, pelo critério da nacionalidade há em 1900, 1.013.986 brasileiros, 129.329, estrangeiros e 57.551 ignorados.”. (p.55)





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12 comentários:

  1. O círculo castilhista tem algum grupo no fb?

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  2. Respostas
    1. Leia o texto, no oeste paulista a maioria foram andaluzes, que foram trabalhar em plantações de café, os galegos se concentraram nas áreas urbanas: São Paulo capital, Santos.

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  3. Boa Noite o RN tem um Circulo catilhista ?

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    1. SIM, ENTRE EM CONTATO COM ELES: CIRCULO CASTILHISTA DO RIO GRANDE DO NORTE

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  4. Como faço Pra fazer Parte Do Circulo cartilhista ?

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    1. SIM, ENTRE EM CONTATO COM ELES PELO FACE: CIRCULO CASTILHISTA DO RIO GRANDE DO NORTE

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  5. Prezado,
    Em relação a afirmação de que a maioria dos imigrantes espanhóis galegos até fins do século 19 imigraram especialmente para Recife, RJ, Slavador, Belém e SP qual seria afonte dessa estatística?Obrigado!

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