Com os potiguaras, tinham os franceses levantado grandes exércitos,
temíveis pela bravura do gentio, a mestria do comando e a qualidade das
armas. Sob as ordens de oficiais franceses, os valentes caboclos
serviam-se dos canhões como aguerridos europeus. E os brasileiros
tiveram que lhes opor poderosos exércitos coloniais, que foram os
maiores da América, até aquele momento – Num dos combates, Diogo Dias
chegou a perder 600 homens. Nas vicissitudes da luta, o forte
português, na Paraíba, o S. Thiago e S. Filipe, teve uma vida de
infortúnios e transes durante muitos anos: sitiado, liberado, rendido,
tomado, perdido de novo...
Num desses lances, é que nesse mesmo forte vivamente atacado, que
apela-se para Olinda: em 4 dias organizaram-se forças e partiu a
expedição, levando, já, muitos soldados da terra – moços de Itamaracá,
chama-os Frei Vicente, logo mudaram as coisas:
Os do Brasil tiveram a vitória, perseguiram os franceses até a baía da Traição. Era um surto de triunfo, e foi surpresa para o português encontrar o inimigo fortificado, ali. Contudo, deu-lhe combate, derrotou-o, incendiou-lhe navios, e tomou-lhe canhões. Voltaram os franceses à ação: reuniram numeroso gentiu e, de novo, em 1585, sitiaram o forte, com um exército de quase 10.000 homens e muita artilharia. De novo, Olinda se sentiu perdida, nas mãos de tabajaras e potiguaras. A questão se resolveu pela habilidade política de Martim Leitão que conseguiu desligar o valente Piragibe e, com auxílio dos seus tabajaras e de outros índios amigos , formou um grande exército onde, só de brancos, havia 600 soldados... Agora, estas forças já tem um caráter acentuadamente brasileiro. Pelo seu lado, os franceses se refaziam mais potentes e bem munidos do que nunca. Reforçaram as suas fortificações da baía da Traição e de Teribi; levantaram armazéns, oficinas e estaleiros, onde construíram embarcações de vulto. Martim Leitão conseguiu libertar o forte e enfraquecer os franceses que, no entanto, continuaram na baia da Traição. Para destruí-los completamente, ali, eram indispensáveis socorros da metrópole; a gente da terra tinha feito tudo, até aquele momento.
Os do Brasil tiveram a vitória, perseguiram os franceses até a baía da Traição. Era um surto de triunfo, e foi surpresa para o português encontrar o inimigo fortificado, ali. Contudo, deu-lhe combate, derrotou-o, incendiou-lhe navios, e tomou-lhe canhões. Voltaram os franceses à ação: reuniram numeroso gentiu e, de novo, em 1585, sitiaram o forte, com um exército de quase 10.000 homens e muita artilharia. De novo, Olinda se sentiu perdida, nas mãos de tabajaras e potiguaras. A questão se resolveu pela habilidade política de Martim Leitão que conseguiu desligar o valente Piragibe e, com auxílio dos seus tabajaras e de outros índios amigos , formou um grande exército onde, só de brancos, havia 600 soldados... Agora, estas forças já tem um caráter acentuadamente brasileiro. Pelo seu lado, os franceses se refaziam mais potentes e bem munidos do que nunca. Reforçaram as suas fortificações da baía da Traição e de Teribi; levantaram armazéns, oficinas e estaleiros, onde construíram embarcações de vulto. Martim Leitão conseguiu libertar o forte e enfraquecer os franceses que, no entanto, continuaram na baia da Traição. Para destruí-los completamente, ali, eram indispensáveis socorros da metrópole; a gente da terra tinha feito tudo, até aquele momento.
Não vieram os socorros pedidos; mas voltaram os franceses à frente do gentiu que lhes ficara, e sitiam o forte. Trucidado o resto da guarnição portuguesa, tratavam de destruir o forte, quando chegou os socorros que Martim Leitão obtivera em recursos locais. Foi restabelecida a autoridade portuguesa na Paraíba, e refeita a Fortaleza. Funda-se então a primeira povoação civil ali – a cidade de Filipéia, à margem do Varadouro.
Nova campanha em fins de 1585. Martim Leitão marcha ao encontro do inimigo, a 5 léguas da baia da Traição, é detido por uma fortificação construída por franceses, e valorosamente defendida pelos índios seus aliados. Toma-a. Apesar dessa vitória, a oficialidade de Martim Leitão vê as coisas tão graves que se nega a prosseguir: o capitão impõe sua vontade, segue para adiante e, quando chega ao estabelecimento – povoação dos franceses -, já estes haviam embarcado, levando para bordo as peças da fortaleza. Houve peque no combate e o inimigo deixou a terra brasileira. Martim Leitão havia-lhe destruído a feitoria, tomando muitos mantimentos e roças, inutilizando 3 ferrarias e 60 caldeiras. Mas os potiguaras eram fortíssimos ainda, e o francês, que mantinha a velha pretensão, voltou a reuni-los para conservar o precioso apoio que eram eles. Em 1587, nova campanha, agora no vale do Mamanguape: os valorosos potiguaras são dizimados; mas os franceses, refeitos na sua feitoria da baía da Traição, vieram ajudá-los, em Copaoba, onde foi o mais forte da nova campanha. A sorte esteve indecisa; mas, finalmente, pendeu para os brasileiros. Enquanto isso, outra luta se acendeu nas terras do principal Tejucopapo, sempre auxiliados os potiguaras pelos franceses. Nunca os defensores do Brasil-colônia desenvolveram mais valor do que ali. Houve capitão, em cujo corpo se contaram 14 flechas. Antônio de Albuquerque foi um dos heróis dessa vitória em que o francês mostrou quanto valia como soldado. Muito dos seus oficiais acabaram a vida, ali.
Foi a última tentativa dos franceses na Paraíba, cuja conquista custou ao Brasil 60 anos de lutas e muitos milhares de vida.
Ponderando sobre àqueles homens que atuaram na remissão definitiva da terra brasileira, vemos aparecer nomes que são de brasileiros, heróis que, sendo portugueses de nascimento, são brasileiros em tudo mais: a educação guerreira, os interesses definitivos, e até os sentimentos. Martim Leitão é o homem afeito ao Brasil, com afins aqui, e cuja a ação, em todos os seus magníficos resultados, se caracteriza em ser um ótimo aproveitamento dos recursos da colônia. Não esqueçamos de que, no momento mais difícil, a resolução salvadora com que esse ouvidor abriu a campanha, foi dos moradores da capitania. Ele foi o executor. Tomaram armas, sob seu comando, todos os homens válidos da terra. A sua vanguarda era de confiança máxima, “...por ser toda de gente solta e muitos mamelucos e filhos da terra, porque estes nisto são de muito efeito”. Nesse exército, que fez a conquista definitiva, os capitães eram, quase todos, homens da colônia, muitos já nascidos nela: “este exército, que foi a mais formosa coisa que Pernambuco nunca viu, nem sei se verá..” no enternecido conceito histórico de Frei Vicente. Esse exército foi, certamente, a primeira afirmação da colônia em manifestação das suas energias. Maximiniano Machado é bem explicito no enumerar as gentes que o compunham: “Toda essa gente constava de mamelucos e filhos da terra, a melhor gente que se podia desejar, em bravura e resignação com que sabia sofrer a fome, a chuva, o sol, e todos os trabalhos da guerra”. Alexandre de Moura,competente para ocaso, dirigiu e assistiu a prova de valor desses soldados, dá confirmação de todas as suas virtudes, e mais estas: “...costumados a má vida e ruins comeres, calejados dos bichos e das chagas...”. E por isso, não queria outros para as campanhas do Brasil.
Os próprios colonos tinham bem consciência de que a boa defesa da terra se devia a brasileiros. Em outros lances que ilustram a têmpera daquela gente, se revela quando em 1595, atacou ilhéus parte da esquadra francesa, a gente da povoação logo decidiu resistir e, como o capitão da terra estava longe, “elegeram outro, não o mais rico, mas o mais valente, ... um pobre mameluco chamado Antônio Fernandes, e por alcunha o Catucadas... E foi coisa maravilhosa que sendo os nossos só quinze ou vinte, sem outras armas mais que arcos, setas e espadas, mataram, dos franceses, no campo, 57, em que entrou o capitão”.
É nesse influxo que se resolve a estabilização d´aquela zona das investidas francesas. E estes repetidamente batidos, se afastam com a colonização que avança.
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