A
visão liberal é de que a nacionalidade do capital não importaria, que o
"capital é internacional". E não deveria importar porque as
empresas tenderiam a maximizar o lucro a fim de sobreviver e portanto, esse
patriotismo seria um luxo ao qual elas não podem se permitir. Curiosamente,
muitos marxistas concordam com isso: "capital não tem pátria".
Ha
Joon Chang, economista sul-coreano, profº da Universidade de Cambridge é
da opinião de que não existe “capital sem nacionalidade”:
"Apesar
da crescente “internacionalização” do capital, quase todas as
multinacionais continuam a ser empresas nacionais com operações
internacionais, em vez de companhias genuinamente desprovidas de
nacionalidade. Elas realizam no seu país de origem a maior parte das suas
atividades básicas, como pesquisas avançadas e a definição de estratégias.
Quase todos os seus principais tomadores de decisões também são cidadãos do
país de origem da empresa. Quando precisam fechar fábricas ou reduzir empregos,
geralmente o último lugar onde fazem isso também é no país de origem, por
vários motivos políticos e, acima de tudo, econômicos. Isso significa que o
país de origem se apropria da maior parte dos benefícios de uma corporação
transnacional." - (CHANG, pg. 72)
O Estado, principalmente em países desenvolvidos, tornam-se extensões das grandes corporações dominantes, fomentando, amparando e intervindo nos interesses de suas empresas, seja de forma econômica ou abrindo mercados a bala de canhão.
Quando
os EUA intervém em páises produtores de petroleo, o faz para proteger não só
sua economia, dependente dessa matriz energética, e seu sistema financeiro baseado
no petro-dólares, mas como no direto interesse de suas empresas petrolíferas.
Há
Joon Chang chama atenção ainda para a vinculação direta do financiamento dessas
empresas em seu estágio de desenvolvimento e mesmo após com o capital nacional:
“As
empresas, em especial (embora não exclusivamente) nos seus primeiros estágios
de desenvolvimento), com frequência são respaldadas por dinheiro público,
direta e indiretamente. Muitas delas recebem subsídios diretos para tipos
específicos de atividades, como o investimento em equipamento ou o treinamento
de trabalhadores. Elas às vezes até mesmo são salvas pelo dinheiro público,
como a Toyota foi em 1949, a Volkswagen em 1974 e a GM em 2009. Ou então elas
podem receber subsídios indiretos na forma de proteção tarifária ou direitos de
monopólio regulamentares.” (CHANG, p. 74)
Isso
é ainda mais importante no setor de Pesquisa e Tecnologia, que demanda
investimentos de longo prazo, que sem aporte de capital nacional, não seria
possivel:
“Essa predisposição patriótica também é muito forte na área
de pesquisa e desenvolvimento, que situa-se no âmago do vigor competitivo das
empresas nas indústrias mais avançadas. A maior parte das atividades de P&D
das corporações permanece no país de origem. Quando são transferidas para o
exterior, em geral o são para outros países desenvolvidos, e mesmo assim com
uma tendenciosidade “regional” (com regiões aqui querendo se referir à América
do Norte, à Europa e ao Japão), que nesse sentido é em si uma região).
Recentemente, um crescente número de centros de P&D foi instalado em países
em desenvolvimento, como a China e a Índia, mas a P&D que eles conduzem
tendem a se situar nos níveis mais baixos de sofisticação.” (CHANG, p. 72)
O mito liberal de industrialização dos países em
desenvolvimento via transferencia do setor produtivo para países periféricos se
revela uma mentira deslavrada. Apenas atividades menores, que não exijam
qualificação, são transferidas, e aqui nem consideraremos a evasão de divisas. Eis
oque diz Chang sobre o tema:
“Mesmo quanto a Produção, [....]
a maioria das corporações transnacionais ainda está firmemente estabelecida no
seu país natal. Existem exemplos ocasionais de empresas, por exemplo a Nestlé,
que fabrica no exterior a maior parte da sua produção, mas elas são em grande
medida a exceção. Entre as corporações transnacionais estabelecidas nos Estados
Unidos, menos de um terço da produção das empresas industriais é produzido no
exterior. No caso das empresas japonesas, o percentual está bem abaixo de 10%.
Na Europa, o percentual subiu rápido recentemente, mas a maior parte da
produção de empresas europeias situase dentro da União Europeia, de modo que
isso deve ser interpretado mais como um processo de criação de empresas
nacionais para uma nova nação chamada Europa do que um processo de empresas
europeias se tornando verdadeiramente transnacionais.” (p. 72)
“Em resumo, poucas corporações
são de fato transnacionais. A vasta maioria delas ainda fabrica o grosso da sua
produção no país de origem. Especialmente no que diz respeito a atividades de
qualidade superior como a tomada de decisões estratégicas e a P&D de produtos
avançados, elas permanecem firmemente centradas no país natal. A conversa a
respeito de um mundo sem fronteiras é extremamente exagerada.” (p. 72)
Desse modo como podeis ver o
chavão marxista de que o “capital não tem pátria” , que o “capital é internacional”, não passa de
uma ilação sem qualquer esteio na realidade, fruto de mentes metafísicas, que
fantasiam e não se atem a realidade. Com graves repercussão no desenvolvimento
nacional além da distorção interpretativa.
Só o desenvolvimento baseado no capital nacional é capaz de gerar um desenvolvimento sustentável, sem sobressaltos, de forma efetiva, ao fomentar a produção e seu desenvolvimento tecnológico. Elevando assim o estágio civilizacional de um país, e possibilitando garantir-lhe soberania e prosperidade para seus nacionais. Como assim nos ensina Barbosa Lima Sobrinho:
"o desenvolvimento econômico, sendo acumulação de capital, só se realizará com poupanças e capitais nacionais. Não há lei que possa desviar o capital estrangeiro de seu roteiro natural, orientado para o rumo que mais convier aos seus donos, aos homens que na verdade o comandam. Ao passo que o capital autóctone terá sua tarefa e o seu destino incorporados ao processo de desenvolvimento nacional" ( SOBRINHO, p. 285)
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Como posso ajudar no movimento?
ResponderExcluirEntre em contato conosco pelo caixa de mensagem da página Getúlio Vargas: https://www.facebook.com/getuliovargas30/
ResponderExcluirSalve Getúlio! Melhor presidente da história do Brasil. Saudações monarquistas!
ResponderExcluirNão tem sentido ser monarquista, que era liberal, com Getúlio que era nacionalista. que era esse a razão dos republicanos (nacionalistas) se oporem a monarquia (liberal).
ExcluirOs republicanos eram tão nacionalistas que adotaram uma bandeira semelhante a dos EUA. Os republicanos eram tão nacionalistas que Quintino Boicauva queria entregar o oeste de SC para Argentina... Não sei o que é esse nacionalismo...
ResponderExcluirNão os Republicanos Históricos, positivistas, completamente antagônicos aos republicanos liberais (compostos por ex-monarquistas) e responsáveis por terem nos imposto essa republiqueta liberal. Episódio célebre quando floriano ao deixar o governo, ao fim do seu mandato, ter deixado a então sede da República, o Itamaraty, completamente vazio ao Senhor que lhe sucedia, justamente por ser um pilantra liberal.
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