sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Exegeses De Adriano Benayon Sobre O Golpe Em Curso No Brasil.

Segue alguns apontamentos dos últimos artigos do ex-diplomata, economista e Profº Adriano Benayon, falecido em abril desse ano de 2016, sobre o golpe em curso no Brasil:

3. Não desminto a responsabilidade da atual chefe do Executivo (Dilma), nem a do ex-presidente Lula, em alguns dos fatos que têm sido difundidos e magnificados pelos mentores do processo de desestabilização daquela e de desmoralização deste.
4. Entretanto, não se deve ignorar que esse processo é patrocinado e teleguiado do exterior,  e que seu objetivo está longe de ser o bem do País. Muito pelo contrário.
5. Ele ganha corpo, desde o mensalão, julgado  no STF em 2012, e as manifestações de 2013, para as quais foram divulgados os abusos nas despesas superfaturadas e desnecessárias da construção de estádios e realização de obras para a Copa do Mundo de 2014.
6. Há corrupção em tudo isso, como também nas relações das empresas de engenharia com a Petrobrás.  Mas isso ocorreu, em dimensões até maiores, em administrações do PSDB e outras, sem que fosse deblaterado pela mesma mídia que vergasta os petistas. Mais grave, ainda: sem que sofra repressão do Ministério Público, da Polícia Federal ou do Judiciário.
17. Em artigo de 15.03.2016 -  A  Lavajato quer tirar Brasil do BRICS e CELAC – Beto Almeida observa que os governos petistas retomaram   políticas valiosas para a economia e a defesa nacionais,  que remontam a medidas do presidente Geisel (1974-1978):  apoio às empresas de engenharia nacionais, que – graças ao poder de compra de Petrobrás - desenvolveram capacidade competitiva em obras no exterior.
18. Recorde-se Henry Kissinger: “Não podemos tolerar o surgimento de um novo Japão no Hemisfério Ocidental.” O  império assegurou seu objetivo, desde agosto de 1954, fazendo o Brasil entregar, com subsídios, às empresas transnacionais o grosso dos mercados da indústria, iniciando a desnacionalização da economia brasileira.
19. Atualmente, com a Lavajato, o império anglo-americano faz demolir as empresas nacionais que sobreviveram à inviabilização, pela política econômica, de atividades de elevado valor agregado.

15. [...] a desestabilização do PT decorre de coisas como estas:
1) dos ganhos que os mentores do golpe pretendem auferir, atribuindo só à mais recente administração desgraças que decorrem principalmente de deformações estruturais gestadas ao longo dos últimos 62 anos;
2) ter feito investimentos em áreas estratégicas, como petróleo, defesa, apoiado empresas brasileiras em obras e no exterior e se aproximado dos BRICS.

17. fazendo justiça a Lula, no primeiro mandato, tomou medidas favoráveis à economia e deteve temporariamente a destruição da Petrobrás, encetada por FHC, desde a Lei 9.478/1997 e a infiltração de agentes de interesses externos na na ANP e na estatal.
18. Lula chegou a pôr em posições executivas da Petrobrás, técnicos, como Guilherme Estrella e Ildo Sauer, que dirigiram as descobertas das grandiosas reservas do pré-sal, além de ter conseguido aprovar a Lei que instituiu regime especial para a exploração dessas reservas.
19. Mas a qualidade das administrações da Petrobrás voltou a deteriorar-se sob Dilma, com Graça Foster e muito mais com o atual Bendine, que só parece pensar em liquidar a empresa.
21. Então, é desastrosa a atuação da presidente Dilma, em áreas cruciais como o petróleo e a eletricidade, em manteve o sistema de caos programado, instituído por FHC, e acabou tornando a Eletrobrás praticamente falida? Sim.
22. Entretanto, constatar esses fracassos não leva a concluir que a devastação do patrimônio do País não será ainda mais incrementada, se o Executivo for assumido por qualquer dos opositores.

Em seu último artigo, publicado em 05 abril, “Antecedentes da enganação”, Dr. Adriano termina com uma nota sobre a votação ocorrida na câmara no processo do Impeachment contra a presidente Dilma Rousseff:

“O que mais impressionou, afora a ignorância de tantos representantes da prostituição política reinante, foi o cinismo: enrolados na bandeira pátria, gritando 'Viva o Brasil!', enquanto aceleram a demolição do pouco que falta para completar a alienação da soberania nacional, operada de 1954 até hoje... O império angloamericano vale-se de irrecuperável regime político, formado e controlado por ele, e colhe mais frutos dos investimentos em ignorância e corrupção que realiza, há mais de 70 anos, no País.” - Adriano Benayon.

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