Segue alguns apontamentos dos
últimos artigos do ex-diplomata, economista e Profº Adriano Benayon, falecido
em abril desse ano de 2016, sobre o golpe em curso no Brasil:
3. Não desminto a
responsabilidade da atual chefe do Executivo (Dilma), nem a do ex-presidente
Lula, em alguns dos fatos que têm sido difundidos e magnificados pelos mentores
do processo de desestabilização daquela e de desmoralização deste.
4. Entretanto, não se deve
ignorar que esse processo é patrocinado e teleguiado do exterior, e que
seu objetivo está longe de ser o bem do País. Muito pelo contrário.
5. Ele ganha corpo, desde o
mensalão, julgado no STF em 2012, e as manifestações de 2013, para as
quais foram divulgados os abusos nas despesas superfaturadas e desnecessárias
da construção de estádios e realização de obras para a Copa do Mundo de 2014.
6. Há corrupção em tudo isso,
como também nas relações das empresas de engenharia com a Petrobrás. Mas
isso ocorreu, em dimensões até maiores, em administrações do PSDB e outras, sem
que fosse deblaterado pela mesma mídia que vergasta os petistas. Mais grave,
ainda: sem que sofra repressão do Ministério Público, da Polícia Federal ou do
Judiciário.
17. Em artigo de 15.03.2016
- A Lavajato quer tirar Brasil do BRICS e CELAC –
Beto Almeida observa que os governos petistas retomaram políticas
valiosas para a economia e a defesa nacionais, que remontam a medidas do
presidente Geisel (1974-1978): apoio às empresas de engenharia nacionais,
que – graças ao poder de compra de Petrobrás - desenvolveram capacidade
competitiva em obras no exterior.
18. Recorde-se Henry
Kissinger: “Não podemos tolerar o surgimento de um novo Japão no Hemisfério
Ocidental.” O império assegurou seu objetivo, desde agosto de 1954,
fazendo o Brasil entregar, com subsídios, às empresas transnacionais o grosso
dos mercados da indústria, iniciando a desnacionalização da economia
brasileira.
19. Atualmente, com a
Lavajato, o império anglo-americano faz demolir as empresas nacionais que
sobreviveram à inviabilização, pela política econômica, de atividades de
elevado valor agregado.
15. [...] a desestabilização
do PT decorre de coisas como estas:
1) dos ganhos que os mentores
do golpe pretendem auferir, atribuindo só à mais recente administração
desgraças que decorrem principalmente de deformações estruturais gestadas ao
longo dos últimos 62 anos;
2) ter feito investimentos em
áreas estratégicas, como petróleo, defesa, apoiado empresas brasileiras em
obras e no exterior e se aproximado dos BRICS.
17. fazendo justiça a Lula, no
primeiro mandato, tomou medidas favoráveis à economia e deteve temporariamente
a destruição da Petrobrás, encetada por FHC, desde a Lei 9.478/1997 e a
infiltração de agentes de interesses externos na na ANP e na estatal.
18. Lula chegou a pôr em
posições executivas da Petrobrás, técnicos, como Guilherme Estrella e Ildo
Sauer, que dirigiram as descobertas das grandiosas reservas do pré-sal, além de
ter conseguido aprovar a Lei que instituiu regime especial para a exploração
dessas reservas.
19. Mas a qualidade das
administrações da Petrobrás voltou a deteriorar-se sob Dilma, com Graça Foster
e muito mais com o atual Bendine, que só parece pensar em liquidar a empresa.
21. Então, é desastrosa a
atuação da presidente Dilma, em áreas cruciais como o petróleo e a
eletricidade, em manteve o sistema de caos programado, instituído por FHC, e
acabou tornando a Eletrobrás praticamente falida? Sim.
22. Entretanto, constatar
esses fracassos não leva a concluir que a devastação do patrimônio do País não
será ainda mais incrementada, se o Executivo for assumido por qualquer dos
opositores.
Em seu último artigo,
publicado em 05 abril, “Antecedentes da enganação”, Dr. Adriano termina com uma
nota sobre a votação ocorrida na câmara no processo do Impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff:
“O
que mais impressionou, afora a ignorância de tantos representantes da
prostituição política reinante, foi o cinismo: enrolados na bandeira pátria,
gritando 'Viva o Brasil!', enquanto aceleram a demolição do pouco que falta
para completar a alienação da soberania nacional, operada de 1954 até hoje... O
império angloamericano vale-se de irrecuperável regime político, formado e
controlado por ele, e colhe mais frutos dos investimentos em ignorância e
corrupção que realiza, há mais de 70 anos, no País.” - Adriano Benayon.
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