Em meados de 1945, Heinrich Focke, ex-AG Flugzeugbau Focke-Wulf, engenheiro que projetou e construiu os primeiros helicopteros da história, proporcionando a Alemanha aeronaves revolucionárias, foi contactado pelo governo de Getúlio Vargas via Casimiro Montenegro, que viria a fundar o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), e em 1950 Heinrich Focke veio para o Brasil afim de auxiliar a fundação do CTA e trabalhar no projeto de um helicoptero-avião que poria o Brasil na vanguarda da indústria aeronáutica mundial, o "Heliconair HC-II Convertiplano".
Helicoptero projetado por Heinrich Focker durante a II Guerra |
Estrutura interna do motor e maquete no canto inferior direito |
No protótipo foi utilizado a fuselagem de um "Supermarine Spitfire Mk", inserindo um duplo motor de turbina a gás ligando a 4 asas, pequenas conduções hélices em contra-rotação de cada lado, 2 hélices na frente em cada lado da asa da cabine do piloto e outras 2 hélices nas asas da calda do avião.
A Inglaterra sabotou a venda do motor "Mamba" para o Brasil, curiosamente.... forneceu o mesmo motor para a Argentina e para a União Soviética, um Estado comunista, através da Roll-Royce Nene II. Ante esse fato, foi reprojetado a estrutura do Convertiplano para aceitar um "R Wright -3350-DA3 Turbo Composto de 18 cilindros sobrealimentado radial tirada de um Super Lockheed Constellation",
com a mudança a fuselagem se mostrou muito pesada porque o motor a jato originalmente que seria posto pesava 320 Kgs e o substituto pesava 1.212 Kgs.
Heliconair CTA HC-I Convertiplano em transição para o HC-Ib. |
Foi adquirido nos EUA um motor da General Electric GE T-58, motor a jato de turbina a gás de 250 kg, o projeto original, com o compartimento de passageiros, foi restaurada, com nova designação do HC-II. Quatro motores foram ligados, um para cada turboélice. Peso do motor combinado foi de 450 kgs., menos de 50% do motor a pistão e apenas 30% a mais que o motor a jato original.
Após a conclusão do Heliconair HC-II Convertiplano foi capaz de atingir velocidades de até 500 km/h, assim como decolagens e pousos quase diretamente verticais. Contudo a capacidade de carga ficou comprometida ante o peso do motor General Eletric, superior ao originalmente previsto, e a elevada trepidação que produzia.
Após a conclusão dos testes Heinrich Focke voltou para a Alemanha, e com o martírio de Vargas e a mudança de governos, ineptos, a aeronave foi posta em armazenamento e praticamente esquecida.
Ainda em 1954, antes de voltar para a Alemanha, Heinrich Focke de par com o CTA, projetou 2 helicopteros: o Beija-flor I e o Beija-Flor II. Projetos posteriormente igualmente abandonados pelos des-governos, pós-Vargas, que se seguiram.