Cipriano Barata |
No
quadro de Albert Eckout, o mameluco veste um “saio”, e encontra-se descalços e
com as pernas despidas, oque denuncia sua baixa condição social, apesar de
portar armas. Apenas homens livres com certo status portavam. No entanto, no
Brasil, mesmo pessoas de baixa estirpe sempre portaram armas. Daí o dizer comum
que em Pernambuco todos são “homens
d´armas”.
Seu
cabelo é revolto, ostentando ainda um estreito calvanhaque, seguindo a
tendência da época.
Notar a faixa de pele de onça que
embainha a espada. Entre os tupis a passagem da infância para a idade adulto se
dava com a primeira onça caçada, razão pela qual muitos a ostentavam
orgulhosos.
O uso de gibões de couro de anta
ou alcochoados de algodão, também é algo bem peculiar das tropas brasileiras. Embora,
emblematizadas pelos bandeirantes paulistas, era de uso franco por todo o
Brasil, como fica patenteado na relação de armamentos usados pelas tropas
pernambucanas enviadas para Angola em 1665, oportunidade que tomaram parte na
Batalha de Ambuíla reconquistando Angola e ampliando seu território sobre o
Congo.
O
couro de anta é de tal modo resistente, são paquidermes, tais como os rinocerontes
embora o couro desses seja ainda mais resistente porém pouco maleável do que os
das antas, que são capazes mesmo de resistir a tiros dos mosquetes da época.
Os
chapéus de abas largas era uma tendência europeia, porém muito adequado para o
sol, embora os mais refinados fossem de material impróprio para os trópicos.
Como adornos dos chapéus, estava em voga o uso de plumas adotado pelos
franceses dos tupis.
Nos adiantando para o Séc. XIX,
podemos observar uma peça tipicamente brasileira de uso dos tropeiros, que
transitavam entre as frias montanhas de Minas, as garoas paulistas aos rigorosos
invernos dos pampas, o Poncho.
O
poncho era uma peça única que cobria dos ombros aos calcanhares, quando
impermeabilizada, protegia os tropeiros também da chuva.
típico tropeiro paulista do Séc. XIX, com faca na bota, esporas chilenas, chapéu de abas largas e o tradicional poncho. |
É
de se assinalar ainda por parte tanto dos tropeiros como da população pastoril
de um modo geral o uso dos lenços. O lenço é um apretexto generalizado por
essas populações, pela sua utilidade na lida com o gado, por proteger o dorso
da insolação nas grandes distancias que singram conduzindo o gado, bem como por
vezes levado ao nariz para proteger da poeira levantada pelo gado dos que
seguem atrás da boiada.
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