Segue uma seqüência de textos em que exporemos de maneira irrefutável, como o comunismo serviu de linha auxiliar ao imperialismo, especialmente estadunidense pós Segunda Guerra em toda ibero-américa. Começaremos pela Argentina, que pelo Peronismo ter se prolongado mais no tempo, até meados da década de 70', melhor pode se observar a atuação dos comunistas macomunados com os liberais.
Editorial
Até antes de 1945, data do advento do Justicialismo/Peronismo na Argentina, o comunismo tinha grande penetração no país, especialmente nos setores universitários e operários.
Nas eleições de 1946, os comunistas formaram a "União Democrática", concentração de partidos de oposição ao Peronismo, em que, se misturaram radicais, comunistas, conservadores, democratas progressistas, etc., Em outras palavras, todos os partidos que viriam a apoiar o golpe que levou a instauração da ditadura na Argentina em 55. Nas eleições de 46, em que foi eleito, pela primeira vez, o General Perón, os comunistas tiveram em torno de 170.000 votos no total.
A política social de Peron, mudou esse quadro, provocando o esvaziamento nos sindicatos e movimentos estudantis das idéias comunistas. Vindo os comunistas, a serem os mais purulentos inimigos do peronismo, porque viram diminuir aceleradamente sua influência nas massas que, melhor atendidas em suas reivindicações e incorporadas à Nação através dos "Direitos do Trabalhador", logo se apressaram em dar as costas. É assim que, nas eleições realizadas em 1954, todos os votos comunistas, não atingiram 80.000.
É claro, então, que, entre os elementos que, nesse momento, preparavam uma revolução contra o Governo Constitucional, os comunistas constituíam um setor de agitações. É assim que os "generais argetinos que viriam futuramente depor Peron" já utilizavam os serviços comunistas antes, durante e depois do golpe de 1955.
Na Argentina, como em quase todas as partes, os comunistas revolucionários, que formaram o elenco da atual ditadura militar, se interessaram especialmente pelas universidades e sindicatos de trabalhadores, entidades que cooptaram através de colaterais comunistas organizadas tanto nas Universidades (Federação Universitária de Buenos Aires, F. U. B. A.), como as organizações sindicais dos trabalhadores (Organização Mundial de Trabalhadores de Praga, Confederação latino-Americana de Trabalhadores de Lombardo Toledano e Sindicatos Livres dominados pelo partido Comunista). Não é preciso dizer que, nessa ação, os comunistas não estava, mas dirigentes, desde que se tratava de uma organização de "muitos gerais e poucos soldados".
Ao sobrevir o golpe de 55, a ditadura entregou a direção da Federação Universitária de Buenos Aires, F. U. B. A. aos comunistas.
Os sindicatos aconteceu algo semelhante: as organizações operárias argentinas eram, em sua totalidade justicialistas e os dirigentes comunistas haviam sido literalmente varrido dos sindicatos. No entanto, os comunistas, consistentes em seu hábito de copa organizações, mantinham em disponibilidade seus quadros de dirigentes, que eram pagos pelo Partido, esperando o momento em que pudesse apresentar-se através do que se planejava contra o Governo Constitucional.
Produzida a revolução dos "gorilas", em 1955, uma de suas primeiras medidas foi a ação da Confederação Geral do Trabalho (C. G. T.) ocupando-a com marinheiros e colocando na sua intervenção a um marinheiro que dissolveu praticamente a todos os grêmios, utilizando para isso os elementos comunistas dirigentes e usando o fácil processo de fazer invadir os locais por indivíduos armados, policiais e marinheiros, vestidos com roupas civis, que uma vez despejados os verdadeiros líderes (peronistas), entregavam aos dirigentes comunistas. Tratar-se-ia depois de ir ganhando os trabalhadores por diversos sistemas, ligar depois das eleições e assim reconstruir as organizações sindicais, com elementos comunistas como líderes.
No entanto, tanto os "gorilas" como os comunistas não contaram que os justicialistas iam a defender criando organizações clandestinas, a partir das quais se iniciaram as ações de resistência.
A ditadura viu aparecer aqui várias organizações extrajudiciais que foram as efetivamente dirigidas aos trabalhadores . Nelas continha o que se chamou "a C. G. T." Negra "de C. G. T." única e intransigente, o "Comando Revolucionário dos Trabalhadores", etc., que não eram senão novas organizações ilegais criadas para manter a coesão dos trabalhadores justicialistas e defender as verdadeiras organizações sindicais contra a destruição que visavam a ditadura e os comunistas.
Quando a ditadura acreditou que havia preparado suficientemente o ambiente, através da desativação de todos os nossos dirigentes, que foram declarados fora da lei, dispôs as listas dos que deveriam votar para a eleição de dirigentes, que estavam excluídos, naturalmente, os peronistas e decidiram chamar eleições, sem se dar conta de que a massa continuava a ser cada dia mais peronista, graças à mesma conduta que a ditadura havia seguido com os trabalhadores e suas organizações. Para isso, constituiu uma entidade que chamou de "Intersindical", na qual, segundo seus desejos, deviam entrar os sindicatos que decidirem pelo disposto pela ditadura através de seu interventor. Mas esqueceram-se de que, se bem que contavam com os dirigentes comunistas, a massa ainda estava repudiando suas manobras. É assim que a referida "Intersindical", apesar das pressões e limitações, não os escolheu como eram os seus desejos, porque os sindicalistas infiltrados tendência justicialista, lhes malograram a fraude preparado nas eleições. Descobriu-se, assim, uma conjuntura peronista, apesar de ter votado apenas cinco ou dez por cento dos sindicatos, minuciosamente escolhidos pelos dirigentes comunistas.
Frente a esta experiência a ditadura não teve mais remédio que manter a intervenção e lidar com a agitação generalizada no interior sindical, que teve o governo de ditadura ligado permanentemente a graves conflitos de trabalho, em que as greves, o trabalho de desgano, a paralisação de grandes setores, a sabotagem e a resistência passiva e ativa, são alternadas com verdadeiras ações de insurreição.
Na década de setenta e um sindicatos que compõem a "Intersindical", apenas dezoito conseguiram enquadrar com dirigentes comunistas, em ambos os cinqüenta e três restantes, apesar realizado pela ditadura, foram copados por peronistas.
Há que ter em conta que se trata de uma minoria, pois os sindicatos argentinos passam de 2.500. Quer dizer que o resto está agrupado nas organizações peronistas clandestinas mencionadas antes.
Na atualidade, tanto na universidade, como nas organizações operárias, a aliança dos "gorilas" com o comunismo deu um resultado contraproducente para ambos, porque as arbitrariedades, massacres e perseguições que a ditadura fez com os trabalhadores, são elementais não só os militares que exercem o governo, mas também, os dirigentes comunistas que apoiam, estes campos, a ação dessa tirania. Os justicialistas, neste conceito, temos colhido ainda não temos semeado.
O cenário atual é muito favorável porque a Conjuntura criada pela ditadura para romper a frente peronista, foi bem localizado por nós, bem, nós temos não só nossas organizações na ilegalidade, mas também no que a ditadura considera como legal. Pouco a pouco se vai varrendo o comunismo, o endereço de alguns sindicatos e, finalmente, todas as organizações operárias serão justicialistas, qualquer que seja a manobra que a ditadura cria poder fazer para impedi-lo.
Algumas verificações comunistas na Argentina
Na última eleição realizada sob o Governo Constitucional, em 1954, para escolher o vice-presidente da Nação, votaram 89.624 comunistas em toda a República. Nas eleições realizadas em 28 de julho de 1957, para constituintes, ou seja, depois de dois anos de ditadura, os votos dos comunistas chegaram a 228.451, ou seja, que aumentaram quase duas vezes e meia a sua vazão. Isso explica muito claramente oque enumeramos na alínea anterior.
No entanto, isso não é tudo. Os marxistas, que em 1951 tiraram apenas 54.920 votos obtidos nas eleições previstas de 1957, o número de 525.565 votos, ou seja, mais de dez vezes o seu anterior caudal eleitoral. Isso mostra que entre comunistas e comunoides somam 754.016 votos que, em 1954, não passavam de 140.000, é dizer que o comunismo foi multiplicado na Argentina pós golpe.
Até meados de 1957, os moderados do Exército e da Marinha haviam preparado uma razzia de comunistas, que realizada de forma intensa, foi a causa de que se clausuraran todos os locais e seus líderes fossem confinados em uma das inúmeras prisões flutuantes que a tirania mantém em diversos barco no Rio da Prata. Mais de 500 dirigentes comunistas foram aprisionados, entre os quais caiu Pablo Neruda que, aproveitando a jauja que era a Argentina, para os comunistas, teve a má idéia de passar uma temporada no país.
O Sr. Aramburu (mais conhecido por "A Vaca"), que não é senão um fantoche das forças que se movem "para trás do trono", se mantendo firme, ordenou que os comunistas fossem exterminados porque queria agradar os americanos, que ficaram irritados com o "recrudescimento do comunismo". Assim fez prometer a seu embaixador em Washington, que o comunismo seria declarado fora da lei e que se iniciaria imediatamente a sua perseguição, apesar de ser necessário fuzilar metade deles.
O que "A Vaca", não havia "rumiado" era se realmente poderia cumprir com o que prometeu aos americanos do norte; se os comunistas, já colocados em postos-chave do governo e da administração, lhe permitiria realizar seus desígnios ou se faria um papel de jornal mais dos tantos a que estamos acostumados (total, o que lhe faz ao tigre uma mancha mais). Efetivamente, aproveitando o 1° de maio, os comunistas promoveram, de acordo com os "gorilas", uma grande agitação dos detidos comunistas: Pablo Neruda foi posto em liberdade imediatamente, ajudado por suas musas e os quinhentos restantes planejaram o problema que o governo teve que ceder pressionado mais uma vez os "gorilas" que lhe exigiram, não só a libertação dos quinhentos comunistas, mas a abertura de todos os seus locais, e a declaração de que o comunismo era legal e que poderia concorrer à eleição, da mesma forma que os outros partidos democráticos. Se a Argentina votara um maior número de comunistas, essa ajuda não tardaria em chegar. Esse tipo de incongruências está pavimentado o caminho que conduz ao desastre em todos os fatos da história.
Enquanto foram postos em liberdade quinhentos comunistas, milhares de dirigentes peronistas e trabalhadores eram mantidos presos em todo o país.
Quando criamos a doutrina justicialista e pusemos em execução os seus postulados, desde o Governo Constitucional, aumentando ainda mais o Povo, e assegurando a seus homens o acesso à propriedade privada, em pouco tempo, quase acabamos com os comunistas. Quando usando o plano de habitação, a cada trabalhador, conseguiu comprar sua casa. Quando, através da reforma universal, cada cidadão garantiu seu futuro contra o infortúnio. Quando os operários mediante o pagamento de salários justos e humanos e o controle dos preços ajustados ao real, puderam fazer economias e chegaram a possuir economias. O comunismo não tinha razão de ser e a gente do Povo chegou a rir, como nos ríamos nós, de sua pregação.
Nós, com o Justicialismo nós oferecemos uma experiência e a realidade foi muito mais além do que nós mesmos havíamos imaginado. Por isso, a nossa espada popular foi tão grande, não só em nosso país mas no mundo inteiro. É que os povos anseiam obter justiça, mas o egoísmo torna impossível tão justa demanda.
O Comunismo na América Latina
Desde os fenícios até nossos dias, o imperialismo, foi tecido a imensa tela em que ficaram aprisionados os homens de todas as raças, em todos os tempos. O mundo não muda, mudam os imperialismos, que muitas vezes se escondem atrás de palavras. Por isso, o homem tem sido insectificado pelos sistemas, liberal ou comunista, que como os extremos se tocam. O comunismo, em nome da comunidade e a socialização integral, mantém a propriedade estatal. O homem trabalha para o Estado, o que lhe entrega a dez por cento de sua produção, para a sua subsistência em retribuição. O liberalismo, em nome da livre empresa e da democracia, respeita a propriedade, cada um trabalha o que era seu, mas, no fim do ano, o Estado, em nome dos superiores interesses de "sobrevivência democrática" ele tira de noventa por cento do que o produzido, para ser empregado na defesa da comunidade democrática. Para o homem do povo que trabalha, enquadrado na célula de seu papel humano, em uma insectificación semelhante resultante do Taylorismo ou do Stajanovismo, que diferença pode haver entre um e outro sistema?
Isso é o que, frequentemente, se pergunta o homem do Povo, que é, na verdade, quem sofre as conseqüências, mas, que será também que, em última análise, terá de decidir.
Essa é a razão de ser do justicialismo, que, na Argentina, resolveu o problema e que a reação, representada pela ignorância e o medo de um bando de irresponsáveis, não foi feito se não verificar e consolidar por meio de dois anos de crimes e erros.
A sorte da oligarquia Argentina e dos representantes do capitalismo e colonialismo estrangeiro foi selada por a evolução e os fatos produzidos. É só uma questão de tempo: ou os colgamos antes ou suspensão dos comunistas em seguida. O que se pode assegurar é que seu destino está sempre em uma árvore.
Vimos no "caso argentino" antes descrito, como se deu ali um lugar para que o comunismo representa o seu mais alto expoente representativo, graças às facilidades que a ditadura colocou ao seu alcance, permitindo que você participar de um dos mais cobiçados dos setores para sua ação: a Universidade e os sindicatos de trabalhadores. Isso foi possível somente porque a ditadura que preferiu entregar ao comunismo esses setores, a fim de "desperoniza-las". E o que o comunismo tem feito no mundo não se deve à sua própria ação, se não, mais as valiosas que os seus inimigos lhe têm dado. O mesmo ocorre na política interna onde os partidos comunistas, desenvolve-se pela ação de outros partidos que cometem a ingenuidade de pensar que eles podem servir do comunismo.
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