Os tecnocratas oficiais alegam que as multinacionais trazem poupança externa e ajudam a promover o desenvolvimento. Ilusão..... boa parte do que elas investem no Brasil vem de lucros gerados aqui dentro. Além disso, há os lucros remetidos para o exterior e as remessas de royalties, assistência técnica, patentes, etc. Resultado: a entrada líquida de dólares é mínima. A contribuição da “poupança externa” é uma balela. E note-se que aí não estão sendo levadas em consideração as importações de mercadorias realizadas pelas multinacionais, que superam em muito as suas exportações. Se incluídas, a saída de dólares seria maior que a entrada. A poupança externa se transformará em sangria de dólares, contribuindo para piorar a situação da dívida externa.
A implantação de multinacionais em um país, aborta o desenvolvimento autônomo de empresas nacionais impedindo seu surgimento nos segmentos que exploram. O que impossibilita a criação de tecnologia nacional e conseqüentemente acarreta na dependência tecnológica criando um ciclo vicioso que atrasa de sobremaneira o país. Outro fator enormemente negativo é sua influência política para consecução de seus interesses; subornando, corrompendo, influindo nas decisões políticas internas de modo a favorecê-las em detrimento dos interesses nacionais. Os governos passam a governar nos interesses delas e não nos interesses da nação, tornam-se governos fantoches manipulados por agentes externos.
Basta recordar Jucelino Kubitchek que sacrificou todo transporte ferroviário em pró do rodoviário afim de favorecer as multinacionais. Mas, os antecedentes de ações criminosas por parte de multinacionais contra os interesses brasileiros é rico; afora os subornos, a influência externa sobre nossos políticos, a evasão de divísas, existe o “Dumping”, quando passam a vender produtos abaixo do preço de custo, com vistas a quebrar o concorrente, e terem em seguida o monopólio do mercado. Foi o que fizeram a Delmiro Gouveia, sua indústria têxtil dominou todo mercado nacional, inclusive, alguns filões externos, desbancando a inglesa “Machine Company”. Finda a I Guerra, a “Machine Company” visa o mercado perdido com a prática de “Dumping”. Delmiro Gouveia após recusar por varias vezes a venda de suas indústrias, é assassinado. Sem mencionar a sabotagem dos ingleses as indústrias de Visconde de Mauá que acabaram por conduzi-lo a falência. E mais recentemente a Gurgel. A Gurgel começou a fabricar carros 100% nacionais (Br 800). Entretanto, a empresa não produzia todas as peças, ou seja, comprava algumas peças fabricadas pelas autopeças brasileiras. As montadoras multinacionais também compravam as peças das mesmas autopeças. Deste modo, as montadoras ameaçaram parar suas compras se as autopeças continuassem a vender para a Gurgel oque acabou por leva-la à falência. Assim agem as multinacionais, a sanha do punhal traiçoeiro.
Outro caso ilustrativo e bem rescente foi em Portugal. Com a entrada de Portugal na União Europeia(UE) a Opel(GM) e a Renault se instalaram em Portugal atraídas por isenções fiscais e mão de obra barata.... durante anos usfruiram desses benefícios colhendo lucros fabulosos sem que o País compartilha-se desses dividendos, pois bem, ano passado, a Opel e a Renault resolveram deixar Portugal e se instalar na Romênia atraídos por incentivos fiscais mais duradouros e mão de obra ainda mais barata.... e Portugal da noite para o dia não tem uma única indústria de automotores(ficou a ver navios, ou seria automóveis).... se quer tecnologia para tal, pois o tempo em que as multinacionais lá estiveram suprimiu o surgimento de industrias locais nesse ramo industrial. Que ao menos fique a lição.....
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