A História recente da Resistência Nacionalista. A deposição de Vargas em 1945; seu suicídio em 1954; a deposição de Jango em 1964; a lei de anistia em 1979 e as eleições de 1989 são eventos completamente interligados.
1945 foi o marco da dominação imperialista. Até então os ianques não tinham obtido êxito em seus intentos. Getúlio foi deposto sob a sombra de Trumam.
Em 1954 , o imperialismo já estava completamente infiltrado no Estado, em meio as instituições democráticas, como as Forças Armadas. Tramaram outro Golpe contra Getúlio, exigiram sua renúncia, mas esse, com um golpe de mestre, reverteu o jogo e impediu que o golpe, que viria depois de 10 anos derrubar Jango, vingasse.
Ora, mas o que Jango teria haver com Getúlio? Era um comunista!! Não é verdade. Jango foi introduzido na politica por Vargas. Era um representante do getulismo. Sua politica se pautou fielmente na Carta Testamento de Vargas. Essa carta é o que selou os ideais de Getúlio a Jango e Brizola. Sim. Os comunistas apoiaram Jango. Assim como os integralista apoiaram Vargas em 1937 na instauração do Estado Novo. Mas não significa que eram comunistas. Sua ideologia eram pautadas no Castilhismo-Trabalhista. Tanto é que a proposta de reforma de bases de Jango não carregava em seu bojo a extinção da propriedade privada, pressuposto básico para uma suposta "ditadura marxista".
O Golpe de 64 foi um novo tiro no peito de Getúlio. Seguiram-se os anos pós-64 e o objetivo de sepultar a ideologia trabalhista continuou. Passaram a taxar Getúlio, como um: "ditador com tendência nazi-fascista"; e Goulart e Brizola como: "comunistas". A intelectualidade paulista (notadamente egressa da USP) se uniu aos militares entreguistas, tratando de cumprir o designo ianque.
Paralelamente a isso, um nicho maçônico no seio militar, vendidos aos EUA, cuidaram pra que se criasse uma liderança que desse continuidade no processo de desnacionalização do país. O general Golbery, e Delfim Neto, cuidaram pra que Brizola, único descendente do Getulismo vivo, não conseguisse agregar a liderança trabalhadora, tal como haviam sido Getúlio e Goulart. Cooptaram Luiz Inácio da Silva, o Lula, para missão, dando-lhe a oportunidade de fazer cursos de sindicalismo em Baltimore Estados Unidos, na Johns Hopkins University em 1972/73.
Como diz seu amigo, Mário Garnero, em seu livro Jogo-Duro:
[..] Na universidade americana, até hoje, todos se lembram de um certo Lula com enorme carinho... Além dos fatos que passarei a narrar, sinto-me no direito de externar minha estranheza quanto à facilidade com que se procedeu a ascensão irresistível de Lula, nos anos 70, época em que outros adversários do governo, às vezes muito mais inofensivos, foram tratados com impiedade. Lula, não – foi em frente, progrediu...Lula foi a peça sindical na estratégia de distensão tramada pelo Golbery – o que não sei dizer é se Lula sabia ou não sabia que estava desempenhando esse papel. Só isso pode explicar que, naquele mesmo ano, o governo Geisel tenha cassado o deputado Alencar Furtado, que falou uma ou outra besteira, e uns políticos inofensivos de Santos, e tenha poupado o Lula, que levantava a massa em São Bernardo. É provável que, no ABC, o governo quisesse experimentar, de fato, a distensão. Lula fez a sua parte [..]
1979 vem a lei de anistia. Curiosamente, permitem que partidos comunistas, que motivou o golpe, entrassem para a legalidade. Partidos que abrigavam esquerdistas marxistas. Uma contradição? Não não.. o objetivo dos orquestradores do golpe não era atacar o comunismo, mas sim o Getulismo.
Com Brizola ainda vivo, cuidaram para impedir que ele herdasse sua natural sigla do PTB. Criaram o estigma de velho, ultrapassado, rancoroso ao mesmo tempo em que se consolidava na mídia a subcultura do Jovem.
Em 1989 essa subcultura do jovem triunfou. Fora a dupla derrota. Do getulismo e do artificialismo de lula. Pragmaticamente, foi a derrota do Brasil.
No poder, Lula mostrou quem é. Nomeou desde o início um neoliberal, ex-presidente do Bank Boston, PSDBista, para exercer o comando do Banco Central (órgão vital para a economia), levando sua estirpe, os banqueiros, a obter lucros inimagináveis; praticou uma politica fiscal superavitária, quitando dívidas antecipadamente com o FMI, em valores mais altos do que seriam devidos a longo prazo, e redistribuindo nossos impostos para as oligarquias ávidas por títulos públicos. Os bancos regionais, com cumplicidade dos respectivos governadores, foram privatizados, se solidificando o cartel de Bancos no Brasil.
Se a politica econômica é composta pela politica fiscal e monetária, podemos afirmar que a politica PTista é uma politica neoliberal, apoiada numa bandeira vermelha que venda os olhos dos trabalhadores e dá continuidade ao processo de desnacionalização do nosso País.
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