“automóvel não se fabrica, se compra. E tecnologia de carro é coisa de multinacional". Foi oque João Amaral Gurgel, o homem que construiu o 1° carro 100% nacional de sangue caboclo ouviu de seu professor da Escola Politécnica de São Paulo que quase o reprovou, por ter apresentado seu projeto de um carro nacional ao invés de um guindaste. Aquilo o soou como um desafio, fez o guindaste, mas, ficou a idéia do carro.
Foi para a General Motors Institute nos EUA, renunciando um salário de 10 milhões na COBRASMA, para ganhar 2,5 milhões na General Motors onde passou 2 anos, tempo que lhe serviu de aprendizado. Depois foi convidado para trabalhar na FORD até pedir demissão depois de uma discussão com o vice-presidente da companhia sobre a insistência do executivo em não trazer carros para o Brasil.
Foi quando decidiu fazer ele mesmo seus próprios carros: "Vou trabalhar em uma fábrica nova. Acho que vai se chamar Gurgel. Tenho US$ 50 mil para começar". Em 1969, criou, em São Paulo, a Gurgel Indústria e Comércio de Veículos, com quatro funcionários e produção mensal de quatro automóveis. Era o começo de uma história heróica, marco da história automobilística nacional!
Foi quando decidiu fazer ele mesmo seus próprios carros: "Vou trabalhar em uma fábrica nova. Acho que vai se chamar Gurgel. Tenho US$ 50 mil para começar". Em 1969, criou, em São Paulo, a Gurgel Indústria e Comércio de Veículos, com quatro funcionários e produção mensal de quatro automóveis. Era o começo de uma história heróica, marco da história automobilística nacional!
A Gurgel começou a fabricar carros 100% nacionais (Br 800). Entretanto, a empresa não produzia todas as peças, ou seja, comprava algumas peças fabricadas pelas autopeças brasileiras. As montadoras multinacionais também compravam peças das mesmas autopeças. Deste modo, ameaçaram parar suas compras se as autopeças continuassem a vender para a Gurgel. É claro que a Gurgel não teve mais de onde tirar as peças de que necessitava e acabou por ir à falência. Assim agem as multinacionais, a sanha do punhal traiçoeiro.
Em 1994 veio a abertura do mercado e as portas foram escancaradas: o imposto de importação, da noite pro dia, despencou de 70% para 20%. Então a invasão dos japoneses, coreanos (e das próprias multinacionais instaladas no país) simplesmente esmagou as empresas brasileiras, e o sonho da tecnologia brasileira virou pesadelo: todas elas encontraram a bancarrota quase ao mesmo tempo.
Alguns podem considerar a tecnologia brasileira como um mero delírio ufanista, e talvez aludir ao célebre personagem Policarpo Quaresma, que no livro de Lima Barreto defendeu as cousas do Brasil até a morte. Mas não é bem assim: o Japão e a Alemanha reergueram suas empresas (e por conseguinte sua autonomia tecnológica) após a segunda guerra às custas de muita proteção e financiamentos por parte do estado; a Chrysler só sobreviveu à crise pela qual passou no final da década de setenta graças à ajuda do governo dos EUA. E mais recentemente, eis aí novamente o governo estadunidense salvando a GM e a FORD das portas da bancarrota!
Já os governos neo-liberais entreguistas do Brasil se orgulham de trazer para cá multinacionais estrangeiras aos montes, com vantagens fiscais que nenhum brasileiro jamais teve. Ou seja: exportamos os empregos no campo de ciência e tecnologia que tínhamos para outros países. Enquanto o governo propagandeia os mixos empregos para metalúrgicos criados pelas estrangeiras, nossos engenheiros dirigem taxis ou vendem pipoca para sobreviver.
Alguns podem considerar a tecnologia brasileira como um mero delírio ufanista, e talvez aludir ao célebre personagem Policarpo Quaresma, que no livro de Lima Barreto defendeu as cousas do Brasil até a morte. Mas não é bem assim: o Japão e a Alemanha reergueram suas empresas (e por conseguinte sua autonomia tecnológica) após a segunda guerra às custas de muita proteção e financiamentos por parte do estado; a Chrysler só sobreviveu à crise pela qual passou no final da década de setenta graças à ajuda do governo dos EUA. E mais recentemente, eis aí novamente o governo estadunidense salvando a GM e a FORD das portas da bancarrota!
Já os governos neo-liberais entreguistas do Brasil se orgulham de trazer para cá multinacionais estrangeiras aos montes, com vantagens fiscais que nenhum brasileiro jamais teve. Ou seja: exportamos os empregos no campo de ciência e tecnologia que tínhamos para outros países. Enquanto o governo propagandeia os mixos empregos para metalúrgicos criados pelas estrangeiras, nossos engenheiros dirigem taxis ou vendem pipoca para sobreviver.
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