sábado, 23 de abril de 2011

Os Governos Castilhistas


"Se no resto do Brasil, em todas as Províncias, a passagem do Império para a República foi rigorosamente uma simples troca de tabuleta, na Província meridional(RS) houve uma modificação radical e definitiva. Nenhum quadro monarquista permaneceu no poder. Muito menos os liberais, e menos ainda os vacilantes liberais republicanos. Os piolhos da monarquia deram lugar à novíssima geração do Partido Republicano Rio-grandense. Como se dizia na época, era uma “plêiade de jovens idealistas radicalizados” positivistas anti-liberais, anti-monarquistas, favoráveis a um Estado forte e centralizado, desfavoráveis ao Poder Legislativo (que nunca prosperou com o castilhismo), modernizadores burgueses, politizados e, apesar de militarizados, sempre, radicalmente civilistas. Entretanto, o traço fundamental, foi o marcado caráter anti-oligárquico e anti-patrimonialista dos seus governos de quase quatro décadas."

O castilhismo-borgismo implementou a modernização do Rio Grande apoiada no desenvolvimento da produção e do mercado interno, tendo inclusive promovido o intervencionismo do Estado na economia e a expropriado do grande capital internacional. Ampliando fortemente o aparelho do Estado e sua intervenção reguladora, organizadora e distributiva, invertendo assim o minimalismo estatal, o liberalismo social extremado, e o não intervencionismo econômico pregado pelos liberais conservadores(Federalistas/Maragatos).

O castilhismo fundou o moderno Estado gaúcho; ampliou a produção, a circulação e a realização de mercadorias; combateu as supervivências pré-capitalistas sobretudo na produção latifundiária.

O castilhismo-borgismo limitou a apropriação das terras públicas do norte do Estado pelos latifundiários; taxou a transmissão da propriedade, os imóveis rurais, a propriedade da terra; cobrou a dívida colonial; investiu nos meios de transportes. Quando a melhoria da produção, circulação e realização capitalista sulina exigiu, expropriou capitais privados, sobretudo internacionais, renegando sem pruridos o axioma comtiano de realismo orçamentário, ao contrair importante dívida pública, para passar ao controle do Estado a rede ferroviária e portuária sulina explorada em forma predatória por capitais estrangeiros. e na educação; apoiou a policultura, a agricultura capitalista, a manufatura e a indústria.
Tropa Castilhista - Revolução Federalista(1893-95)
Em 1893-5, a defesa de projetos econômico-sociais diversos dos federalistas e republicanos expressou-se igualmente na organização, nas táticas e nos armamentos dos exércitos antagônicos. Enquanto as tropas maragatas, formadas por fazendeiros e seus agregados, estavam precariamente armadas, ainda se utilizando das cavalhadas para a locomoção. Os republicanos possuíam tropas militares modernas, formadas em boa parte por soldados, suboficiais e oficiais profissionais, que se serviam das ferrovias para locomoverem-se e conheciam divisão e especialização de funções – infantaria, cavalaria, artilharia, intendência, etc.

A construção do Rio Grande moderno foi em grande parte obra do castilhismo-borgismo. E ainda hoje sobretudo no subconsciente da classe média regional subsiste avaliação positiva da ação, das obras, dos serviços, da administração honesta e econômica, etc. por ele promovida. São tempos ainda vistos como uma espécie de idade de ouro que fez do Rio Grande do Sul a província com menor índice de analfabetismo e a segunda maior economia do país em fins do Séc. XIX.

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