A Petrobrás comprou em 2006, 50%
da refinaria Pasadena Refining System Inc.,
da Transcor Astra Group SA (um grupo
Belga), no Texas-EUA por US$ 415,8 milhões, avaliada segundo o preço do barril
processado na época em US$ 7.200 o barril. Em 2012, após divergências jurídicas
iniciadas desde 2008 pelo não cumprimento de cláusulas pela Astra, a Petrobras
acordou pagar à Astra US$ 820,5 milhões pelos outros 50% da refinaria, tendo ao
final custado essa refinaria US$ 1.239 bilhões (415,8 + 820,5), oque teria sido
um preço final bem acima do de mercado.
A compra da refinaria Pasadena na época foi um bom negócio,
ocorre que o cenário do preço do petróleo se alteraram e principalmente 2
cláusulas contratuais cláusula Marlin e “put option” oneraram a Petrobrás. E
no que pese essas cláusulas, hoje já volta a ser um bom negócio.
O Cenário do Mercado na Época da Compra da Refinaria Pasadena.
De 1998 a 2005 o mercado interno brasileiro de
combustíveis permaneceu estagnado.
A produção interna de petróleo crescia pouco e era
preciso incrementar o refino de petróleo pesado na produção total. (Atualmente,
ainda, o Brasil não tem refinarias suficientes para o refino do petróleo demandado).
E a compra de uma refinaria nos EUA que desde 1995 que vinham aumentando a
importação de petróleo pesado e aonde os preços do petróleo cresciam menos do
que o dos combustíveis, ofereciam uma margem de lucros na ordem de 14%, algo
altíssimo para época e ainda hoje, bem como uma plataforma de expansão da
Petrobrás a nível mundial.
Foi com esse cenário que em 2006, que a Petrobras
adquiriu a refinaria Pasadena por US$
7.200 o barril processado.
Houveram quatro refinarias adquiridas naquele ano
nos Estados Unidos por outros grupos, respectivamente por US$ 6.470, US$
13.801, US$ 13.913 e US$ 15.515 o barril.
Nesse sentido, a compra da Pasadena, por US$ 7.200, foi um preço bastante competitivo para
aquele ano fatídico de 2006.
Um ponto a mencionar e que virá a gerar os
atritos futuros entre a Petrobrás e a Astra. É que a refinaria de Pasadena processava
essencialmente óleo leve. A Petrobrás comprou sabedora disso, e pretendia e
acordou antes de efetivar a compra, um plano de negócios conjunto de
investimentos para dobrar o processamento de óleo pesado.
Contudo a partir de 2007, os preços sofreram
variações. No Brasil, houve as descobertas das enormes jazidas do pré-sal, a
maioria constituída de óleo leve. O consumo de petróleo nos Estados Unidos caiu
de um pico de 20,8 milhões de barris dia em 2005 para 18,6 milhões em 2012. O
preço do petróleo passou a aumentar mais do que o de derivados. No golfo do
México, as margens de lucro do refino despencaram de 4,3% em 2005, 3,9% em 2006
e 4,1% em 2007 para taxas negativas entre 2008 e 2010.
As Divergências Contratuais.
Em 2008 começaram as divergências entre a
Petrobras e a Astra em relação aos investimentos previstos.
A Petrobras cobrou da Astra sua participação na
modernização da planta da refinaria. A Astra se recusou alegando prejuízo, e ao
mesmo tempo pois a venda seus 50% restantes de ações se apoiando na cláusula “put
option”.
É aí que entra a cláusula “Marlin” e a “put
option”.
Pela cláusula Márlin, a Petrobras teria que
garantir à Astra, um retorno mínimo de 6,9%, mesmo que o negócio não
registrasse resultado positivo.
Já a cláusula “put option” obriga um dos sócios a
adquirir a parte do outro em caso de discordâncias na condução do negócio.
E com base nisso a Astra recorreu ao judiciário,
alegando que a Petrobrás lhe devia um montante em cima dos 6,9% do faturamento
da empresa, independente de lucro(cláusula Marlin) e o direito de vender a
Petrobrás o restante de suas ações (cláusula “put option”).
A Petrobrás em contrapartida recorreu a
arbitragem alegando, com razão, que a cláusula Marlin só se aplicaria aos
investimentos que deveriam ser feitos na refinaria. Como não houve, a cláusula
não deveria ser aplicada.
Em 2012, a Petrobrás e a Astra fizeram um acordo
extra-judicial, acordando pagar pelos 50% das ações remanescentes da Astra US$
492 milhões, ou US$ 4.920 o barril(Valor mais baixo do que os pagos pelos 50% iniciais:
US$ 7.200), mais os 6,9% que alegava a Astra, concomitante ao pagamento das
custas judiciais. Ou seja US$ 328,5 milhões, que ao final resultou nos US$ 820,5 milhões
As Cláusulas Marlin e “put option”.
Oque onerou o negócio da Petrobrás foram a
combinação dessas duas cláusulas e os custos judiciais que teve que desembolsar
por conta delas e claro a oscilação de preços do mercado.
A cláusula Marlin surgiu na época do governo FHC,
é uma cláusula atípica, e ao que parece permaneceu veladamente nos contratos
padrões da Petrobrás.
As Atas oriundas do conselho que decidiu pela
compra da refinaria Pasadena comprovam que tanto a cláusula "Marlim"
quanto a "Put Option" não constavam do sumário executivo submetido ao
conselho de administração da Petrobras, em 2006, que sugeria a aprovação da
compra de 50% da refinaria no Texas.
Ao passo que a cláusula “put option” é uma
cláusula padrão nesse tipo de compra, contudo sua combinação com a cláusula
Marlin, remanescente da tenebrosa época FHC levou a essas onerações contratuais.
Ainda que tenha havido custos a refinaria
Pasadena pode ainda vir a ser um bom negócio tão logo melhore o cenário
econômico como tem se mostrado esse ano de 2014, quando no primeiro semestre
apresentou lucro de US$ 68 milhões.
Artigos correlatos:
A Operação "Lava-jato" como Plano de Destruição da Petrobrás e da Indústria Nacional.
Os Criminosos Leilões da ANP - Roubando o Futuro dos Brasileiros
A Criação da Petrobrás
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Nenhum governo teve a ousadia de ariscar solução externa para os problemas Brasileiro, a não ser endivida-lo com empréstimos junto ao FMI ou vender as nossas empresas a troco de migalhas! Foi só a PETROBRAS corajosamente investir em reforço de produção desse crucial produto chamado petróleo, para que os incompetentes se levantassem com criticas e acusações contro a BR Petrobras e o Governo Federal; Parabéns a Petrobras pela iniciativa!!. PASADENA, ainda gerará muitas divisas positivas para o nosso País!
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