Em sua obra "O Sobrado", Érico Veríssimo, escritor que melhor retratou a formação castilhista de Getúlio, remete-nos ao mitogema da Fundação do Estado Castilhista em analogia a fundação do Estado Espartano na figura do personagem Licurgo Cambará. Licurgo foi o legislador espartano que fundou as duras leis que consagraram Esparta. Como Licurgo, Júlio de Castilhos redigiu a constituição do Estado do Rio Grande do Sul que vigoraria durante 4 (quatro) décadas e influenciaria a ulterior Constituição de 1937. No dizer de Miguel Lemos: "o mais avançado código do ocidente". Mais do que uma constituição, Júlio de Castilhos, fundou um Regime Político que congregou oque de melhor havia em Esparta e Atenas, o militarismo espartano juntamente a Democracia ateniense.
Commte absorveu muito de Platão, que por sua vez, se inspirou em Esparta. Não é de se admirar as semelhanças entre o Estado Castilhista e o Espartano. A isso une a tradição militarista do Rio Grande do Sul, uma província de longa data com permanentes postos militares brasileiros como contenção aos castelhanos.
A figura de Júlio de Castilhos como Caudilho, em sua verdadeira acepção da palavra: a de um chefe militar em defesa do povo, segue a tradição de Rafael Pinto Bandeira, O Centauro dos Pampas, que varreu a presença castelhana do sul do Brasil. A absoluta fidelidade de seus séquitos aos seus chefes, leais até a morte, e sempre prontos para de punho em armas defender suas chefaturas. Que não se confunde com "personalismo" como acusam os liberais. O "personalismo" implica na defesa irrestrita da pessoa política independente do que ela venha a defender. Oque não ocorre no Castilhismo. No Castilhismo seus chefes são servos do povo, e dos ideais instituídos, não se concebe nunca que um chefe castilhista transgrida o credo que aderiu, se assim o fizer, cessa o apoio de seus seguidores, e antes, deve ser objeto de exemplar punição.
Traços também observados com Floriano Peixoto, na formação dos Batalhões Patrióticos, voluntários que aderem a Floriano, em defesa da República.
É nesse esteio que o Rio Grande se tornará sob a égide do castilhismo o Estado mais militarizado do Brasil. Júlio de Castilhos funda a Brigada Militar, que ainda hoje conserva o nome, organizou e mordenizou, as
táticas e os armamentos do exército. Enquanto as tropas
maragatas, formadas por fazendeiros e seus agregados, estavam
precariamente armadas, ainda se utilizando das cavalhadas para a
locomoção. Os republicanos possuíam tropas militares modernas, formadas
em boa parte por soldados, sub-oficiais e oficiais profissionais, que se
serviam das ferrovias para locomoverem-se e conheciam divisão e
especialização de funções – infantaria, cavalaria, artilharia,
intendência, etc.... foi todo esse aparato militar, superior as deprimidas forças federais, que deram a superioridade militar do Rio Grande do Sul na gloriosa Revolução de 30.
Ver também:
Os Valores Clássicos nas Personagens Femininas do Filme Tropas Estrelares.
Uma Grécia nas Ribeiras do Atlântico Sul.
Por um Novo Século de Péricles.
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