sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Una, Santa, Católica e Apostólica - A Verdadeira Igreja de Cristo.

"Cristão, só existe católico, o resto é herege!"

As Quatro Características/Atributos da Igreja, descrevem as marcas distintivas da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, que são: una, santa, católica e apostólica.

Estas características foram dogmatizadas pelo Credo niceno-constantinopolitano, em 381, que professa: "Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica". Estas palavras foram usadas durante a Reforma Católica para distinguir a Igreja Católica das demais denominações surgidas da Reforma Protestante, ditas "falsas igrejas".

A parábola do bom pastor (João 10:1-30), será determinante como fundamentação para rejeição das teses "arianas", que dominarão os debates do Concílio de Nicéia, como a alusão de haver "um só rebanho e um só pastor", que concomitante, a outorga de Cristo a Pedro, ser a pedra sob a qual fundará sua igreja (Mt 16, 17-19), prediz a Unidade da igreja de Cristo e sua natureza divina (princípio da santíssima trindade).
"Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas nunca seguirão um estranho; na verdade, fugirão dele, porque não reconhecem a voz de estranhos". Jesus usou essa comparação, mas eles não compreenderam o que lhes estava falando. Então Jesus afirmou de novo: "Digo-lhes a verdade: Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram.Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem. O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente."Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhasO assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo vem, abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca o rebanho e o dispersa. Ele foge porque é assalariado e não se importa com as ovelhas. "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem;assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhasTenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la.Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai".Diante dessas palavras, os judeus ficaram outra vez divididos.Muitos deles diziam: "Ele está endemoninhado e enlouqueceu. Por que ouvi-lo? "Mas outros diziam: "Essas palavras não são de um endemoninhado. Pode um demônio abrir os olhos dos cegos? " Celebrava-se a festa da Dedicação, em Jerusalém. Era inverno, e Jesus estava no templo, caminhando pelo Pórtico de Salomão. Os judeus reuniram-se ao redor dele e perguntaram: "Até quando nos deixará em suspense? Se é você o Cristo, diga-nos abertamente". Jesus respondeu: "Eu já lhes disse, mas vocês não crêem. As obras que eu realizo em nome de meu Pai falam por mim, mas vocês não crêem, porque não são minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um".
João 10:1-30

Pedro - A pedra sob a qual Cristo edificou sua Igreja



“[....] Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.” Mt 16, 17-19

A sentença de Cristo a Pedro, evoca a profecia de Isaías, onde o Rei Ezequias remove de Sobna as chaves da casa de Davi e as entrega ao seu novo sucessor Eliacim (Is 22, 22): 
“Porei sobre os seus ombros a chave da casa de Davi: quando ele abrir, ninguém fechará; quando ele fechar, ninguém abrirá.”
Eliacim (Cf. 2Re 18, 37) é o vizir do reino de Israel e Judá. Uma espécie de cargo administrativo análogo ao de primeiro-ministro que conhecemos hoje, comum nos reinos da época. Basta recordar que no Antigo Testamento, o Faraó constituiu José administrador de todo Egito (Cf. Gn 41-47), lhe conferindo todo poder exceto o seu próprio trono.

A analogia com o episódio de José também ilumina as palavras de Cristo em Mt 16. José foi escolhido pelo Faraó a causa de uma revelação divina. Também Cristo escolhe Simão por ter revelado a sua natureza divina “Tu es o Cristo, Filho do Deus Altíssimo“. Paralelamente, como José, que recebe um novo nome do Faraó para a sua nova incumbência, também Cristo, para significar a nova missão de Simão, lhe chama Pedro, a “pedra” sob a qual se edificará sua igreja.

No contexto bíblico de Is 22 e Mt 16, as chaves são símbolo de autoridade jurídica e doutrinal. Cristo é o detentor das chaves do Reino dos céus (Ap 3, 7-8) e, em Mt 16 as delega a Pedro, seu vigário. Um oráculo do Senhor anunciava que Eliacim receberia a autoridade do reino de Israel. Assim também no Novo Testamento, Cristo, fundando o seu Reino, restaura tanto o reino davídico quanto o ofício de vizir e confere a Pedro a autoridade para guiar o povo na nova aliança.


A Primazia de Roma 

Os concílios ecumênicos dos séculos IV e V da era cristã se espelharam na primeira reunião eclesiástica de Jerusalém. O Concílio foi a forma em que a igreja cristã, enquanto organização estabelecida e espalhada por todo o Império, encontrou para dirimir os problemas de ordem eclesiológica, doutrinária e litúrgica.

Dependendo da tradição cristã, há a aceitação de uns em detrimento de outros:

·       Os protestantes históricos, aceitam apenas os quatro primeiros: Niceia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedônia (451).
·       A Igreja Ortodoxa do Oriente aceita apenas os sete primeiros, incluindo 2º e o 3º de Constantinopla (553 e 680–681) e o 2º de Niceia (787).
·       Já a Igreja Assíria do Oriente, rejeita tanto Éfeso (431) quanto os posteriores.

Houveram ao todo 21 Concílios ao longo da história cristã, contudo, há uma concordância unanime entre as outras três tradições (protestante, ortodoxa, e Assíria) além da Católica (que reconhece todas as 21) quanto às decisões doutrinárias maiores tomadas somente nas seis primeiras, que vai de Nicéia à Constantinopla III.
Niceia (325), é o primeiro a reunir quase toda a cristandade para discutir sobre a divindade de Cristo, ante as teses heréticas do presbitero de Alexandria, Ário, e por assim dizer "arianismo". Para Ário, Jesus foi uma criatura de Deus. Ele acaba sendo condenado como herético e momentaneamente exilado. O Concílio proclama a igualdade de natureza entre o Pai e o Filho e redige o credo niceno.
Constantinopla (381), reafirma o credo niceno e expande ainda mais a compreensão sobre a doutrina da Trindade afirmando a natureza divina do Espírito Santo. Estabelece que o bispo de Constantinopla receberá as honras logo após o de Roma. Ele condena o apolinarismo, doutrina do bispo Apolinário que ensinava não haver alma ou mente humana em Cristo.
Éfeso (431), reafirma os cânones de Constantinopla e condena o nestorianismo, doutrina ensinada pelo bispo Nestor de que havia duas pessoas em Cristo, portanto Maria nunca poderia ser chamada de Theotokos, isto é, mãe de Deus,  pois ela gerou apenas a parte humana de Cristo. O concílio afirma a unidade pessoal de Cristo e a maternidade divina de Maria.
Calcedônia (451) Condenação do monofisismo, doutrina de um certo Eutikes que afirma haver em Cristo apenas uma natureza. O Concílio afirma a unidade completa das duas naturezas em Jesus Cristo – humana e divina.
Constantinopla II (553) Condena os ensinamentos de Orígenes e outros. Condena os documentos nestorianos designados “Os três Capítulos”.
Constantinopla III (680-1) Dogmatiza as duas naturezas do Cristo. Condena o monotelismo, doutrina que ensinava haver em Cristo duas naturezas distintas, mas apenas uma vontade divina.
No concílio de Éfeso (431) ocorreu uma solene proclamação da primazia petrina, chamando Pedro de Príncipe e cabeça dos apóstolos, e a coluna e fundamento da Igreja Católica, e ao mesmo tempo reconhece o bispo de Roma como seu sucessor, vejamos:
“Não há Duvida,e de fato, por todos os séculos é conhecido que o Santo e muito bem aventurado Pedro príncipe e Cabeça dos apóstolos, coluna da fé e fundamento da Igreja Católica, recebeu as chaves do reino das mãos do nosso senhor Jesus Cristo, salvador e Redentor do gênero humano, e a ele foi dado o poder de perdoar os pecados; e ele, em seus sucessores, vive e julga até o presente e para sempre ” (Concilio de Éfeso, 431. Discurso de Felipe, Legado del Romano Pontífice, Sessão III)
O mesmo ocorreu no concílio de Calcedônia, de onde havia aproximadamente 150 bispos, todos orientais e somente dois ocidentais (enviados pelo Papa) 
“Está é a fé dos Padres! Está é a fé dos apóstolos! Devemos crê-la! Seja anátema quem não crê! Pedro nos fala por meio de Leão... está é a verdadeira fé!” (Concilio de Calcedônia, Atas do Concilio, Sessão 2.)
“Por que o Santíssimo e bem aventurado Leão, Arcebispo da grande e Antiga Roma, através de nós, e através deste presente Sacrossanto Sínodo, junto com o três vezes bem aventurado e glorioso Pedro, o Apóstolo que é a Rocha e fundação da Igreja Católica, e a fundação da fé ortodoxa...”(Concilio de Calcedônia, Atas do Concilio, Sessão 3.)
Os concílios são tão importantes, porque consolidam a unidade doutrinária da igreja, rejeitando as heresias, muitas das quais que voltam a tona como é o caso das Testemunhas de Jeová que retomam as teses arianas de que Cristo não era igual a Deus, mas uma criatura do Deus verdadeiro. Tese rejeitada pelo Concílio de Nisseia, ou as teses protestantes que simplesmente ignoram o reconhecimento do primado de Roma sobre as outras igrejas reconhecido expressamente no Concílio de Éfeso, bem como a divinidade da maternidade de Maria. Todas essas questões, que há muito, já foram rejeitadas e que, mais de uma vez, fizeram prevalecer a doutrina de Roma, todas as vezes, reconhecidas pelas igrejas primitivas.


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