segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A Descoberta da Antártica Pela Coroa Portuguesa.

Anotações que aparecem nos mapas do século XVI, mostram que navegadores portugueses teriam sidos os primeiros a chegar na Antártica.
Américo Vespúcio em sua segunda viagem ao Brasil, em 1502, relata ter avistado altas montanhas cobertas de neve além dos 50º graus de latitude sul, oque supõe-se ser a atual ilha “Georgia do Sul”, dando como certo a existência de terras mais ao sul pelos indícios observados como aves e algas. A descoberta foi lavrada em cartório e transcrita por tabelião alemão, colocando sob a coroa portuguesa segundo Tereza de Castro: “os arquipélagos subantárticos, por quase setecentas léguas [....] até a altura do Polo Antártico, a 53º”.

O famoso Mapa do almirante otomando Piri Re'is, de 1513, consta inscrito na altura do estreito de Magalhães: "dos infiéis portugueses" (isso antes da viagem de Magalhães), anota ainda que os dias e as noites tinham 22 horas, revelando que as expedições portuguesas estiveram no círculo polar antártico.
João Afonso, navegador português do início do século XVI, afirma em seu livro Les Voyages Aventureux (As Viagens Aventureiras), ter estado numa região austral na qual o dia durava três meses.  Obviamente isso só poderia ocorrer numa área situada a mais de 70º graus de latitude, portanto, em pleno continente antártico.
João Afonso veio a se desentender com o Rei português Dom Manoel e foi aliciado pela França, em 1528, como fonte de informações dos segredos marítimos de Portugal. Num País(França) que não sabia nada sobre a arte da navegação, o experiente João Afonso foi recebido como uma aquisição preciosa.
Em 1531, foi publicado em Paris um mapa mundi por Oronce Finé, que delineia a Antártica de uma forma incrivelmente próxima da sua atual configuração. Essa carta traz a inscrição: "Terra Austral recentemente descoberta, mas não plenamente conhecida".
“TERRA AVSTRALIS REcenter inventa, fed nondu plene cognita.”
Nesse mesmo mapa a porção leste do continente é denominada “Brasielie Regio” (Região do Brasil).

Atualmente ainda não há como comprovar as ligações entre Finé e Afonso, mas é muito provável que o navegador português seja a fonte das informações utilizadas pelo astrônomo.
Um outro mapa de 1597, desenhada pelo geógrafo João Baptista Lavanha, como outros do período, mostra uma vasta extensão de terra na porção meridional do mundo. Até aí, nada de mais: a existência de um hipotético continente austral era admitida, então, por todos os geógrafos.
 
O que chama a atenção na carta de Lavanha é uma inscrição em latim sobre a praia do tal continente situada bem abaixo da África. Diz ela: "Região dos Papagaios, assim chamada pelos Lusitanos, devido ao incrível tamanho que nela têm as ditas aves". O historiador Luís Thomas, da Universidade Nova de Lisboa, diz serem as tais aves na verdade pingüins. Pingüins Imperadores tem peitos e bicos em tons laranjas e amarelo fortes atigindo 1,20 metro de altura, essas aves coloridas teriam realmente um tamanho incrível comparado a um papagaio.  

Pfitacorum Regio, fit á Lufitanis appellata ob incredibilem earum avium ibidem magnitudinem
Se a inscrição de Lavanha ainda dá margem a alguma controvérsia, o mesmo não pode ser dito de uma outra, que aparece num mapa elaborado por Manuel Godinho de Erédia.






Navegador e cartógrafo de prestígio, Erédia foi criado em Goa, na Índia, e participou da exploração das ilhas da atual Indonésia. Em sua carta, ele registra a data de um pretenso desembarque português na costa antártica: 1606.

E o historiador Luís Thomas menciona ainda outra prova a favor da primazia portuguesa. Trata-se de um esboço desenhado por um certo Alexandre Zorzi. Dele, pouco se sabe: apenas que era veneziano e, anos antes, teria colaborado na produção das cartas náuticas da expedição de Cristóvão Colombo à América. Em seu esboço, Zorzi apresenta o continente antártico com a denominação costumeira de Terra Australis Incognita. E acrescenta: "Vista pelos portugueses, 600 milhas ao  sul do dito Brasil".
O relato de João Afonso em conjunto com os mapas é uma prova definitiva da presença lusitana no que se designou nos mapas antigos como "Brasilia Australis" atual Antártica.



Artigos relacionados:

BRASILIE REGIO, BRASILIA INFERIOR, BRASILIA AVSTRALIS - Os Nomes do Continente Antártico nos Mapas Antigos:
http://ressurreicaonacionalista.blogspot.com/2012/03/brasilie-regio-brasilia-inferior.html

Território Antártico Brasileiro:
http://ressurreicaonacionalista.blogspot.com/2009/05/territorio-antartico-brasileiro.html

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Primeiro Governo Nacionalista da Nossa História, Floriano Peixoto (1891-94)


O Governo de Floriano Peixoto, além de consolidar a República, é um marco, por se verificar pela primeira vez em toda História Brasileira, um governo nacionalista, assim entendido como de viés ideológico de beneficiamento consciente e dirigido dos interesses brasileiros.

O projeto republicano idealizado por estes consagrava justamente esse fim, uma instituição (a República) capaz de concretizar os anseios nacionalistas, em contestação a monarquia ligada aos interesses estrangeiros. De modo que ser republicano significava ser nacionalista, ao menos para os republicanos históricos que idealizaram a República Brasileira, como Benjamin Constant, Júlio de Castilhos com quem será aliado e o próprio Floriano Peixoto, abolucionista e republicano desde o curso da monarquia.

Uma das primeiras medidas de Floriano no dia em que assumiu o governo, foi revogar um decreto de Deodoro da Fonseca que arrendava a estrada de ferro Central do Brasil e a incorporação das ações da Companhia da Estrada de Ferro.

O programa de governo de Floriano Peixoto é apresentado formalmente em 12 de maio de 1892, uma explícita política de desenvolvimento nacional (estímulo à indústria, investimento em ferrovias, em educação, etc.), é a afirmação ideológica nacionalista de Floriano, herdeira do progressismo militar da segunda metade do século XIX.

O Governo de Floriano, fará uma política de fornecimento de crédito à indústria e de medidas protecionistas para determinados setores da atividade industrial. No que diz respeito a esta última, o governo, através de uma lei aprovada pelo Congresso em novembro de 1892, eleva em 30% as tarifas alfandegárias sobre produtos têxteis, móveis de luxo e mercadorias de luxo em geral, ao mesmo tempo em que reduz em 30% as tarifas sobre máquinas importadas, implementos agrícolas e gêneros alimentícios básicos; a redução da taxação sobre esses produtos se explica pelo fato de que o Brasil do final do século XIX, um país essencialmente agrário e com uma burguesia industrial incipiente e precária, era carente de um setor produtor de bens de capital., oque faria com que a indústria nacional saísse prejudicada de uma política de protecionismo generalizado, que encareceria, por exemplo, a maquinaria estrangeira da qual aquela necessitaria para seu maior desenvolvimento. 

Quanto a política de fornecimento de crédito, ela se fará através dos bancos, aos quais caberá repassar o dinheiro fornecido pelo governo, à indústria. Embora, à primeira vista, esta política possa parecer um retorno ao emissionismo de Rui Barbosa e do Barão de Lucena, no fundo ela é radicalmente diferente. Em primeiro lugar porque sua finalidade é desenvolver a industria nacional, enquanto que no período de Deodoro oque encontrávamos era uma política de indenização aos antigos proprietários de escravos e de aumento do meio circulante visando beneficiar a burguesia bancária do Rio de Janeiro. Por outro lado, enquanto que no Período Deodoro o poder de emissão era ilimitado e sem nenhum controle, com Floriano e Serpzerdelo, seu ministro, ele passa a ser controlado pelo Estado: além de exigir, por parte dos bancos encarregados de repassar dinheiro, títulos que garantissem os adiantamentos, Floriano decretará, em 17 de dezembro de 1982, a fusão do Banco do Brasil e do Banco da República num novo Banco da República do Brasil, o único com o privilégio de emitir dinheiro e que, embora permanecendo privado, terá seu presidente, seu vice-presidente e um de seus diretores nomeados pelo governo(que ainda terá o poder de veto sobre todas as suas decisões e que exigirá que dois terços dos industriais beneficiados por essa política de fornecimento de crédito tenham suas fábricas fora da Capital Federal). Depois da política de emissionismo desenfreado de Rui Barbosa e Lucena e do liberalismo ortodoxo de Rodrigues Alves, passamos a um dirigismo econômico (ainda que bem longe do dirigismo econômico do período do Estado Novo) visando o desenvolvimento da indústria nacional. Quanto à alta finança européia, ela já teria demonstrado insatisfação para com a nova orientação econômica, como nos faz supor  o telegrama, exposto pelo Jornal do comércio, dos Rothschild (os mesmos que viram com bons olhos a derrubada de Deodoro) ao Ministro da Fazenda, no qual alertavam para os efeitos maléficos da emissão de apólice para auxiliar às indústrias brasileiras.

Por tudo isso, Getúlio Vargas que nutria grande admiração por Floriano, desde que promovera seu pai a General honorário por sua destacada atuação na guerra contra os reacionários maragatos. Como Presidente ergueu monumento à Floriano Peixoto no Rio de Janeiro, quando fez publicar seus arquivos em resgate a sua memória.



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