domingo, 9 de fevereiro de 2014

Por uma Base Aero-Naval em Trindade



A descoberta dos campos petrolíferos brasileiros em seu pré-sal ativou a cobiça do eixo imperialista(EUA, Inglaterra) sobre o Brasil com a reativação da IV Frota. Mas não só o pré-sal esta na mira dos EUA/Inglaterra, o Golfo da Guiné também tem se convertido em um importante campo de extração petrolífera, bem como o litoral angolano e o leito submarino das ilhas sub-antárticas  já começam ser exploradas pela Inglaterra ao arrepio do Tratado Antártico. Sem mencionar que a posse dessas ditas ilhas sub-antárticas(Geórgia do Sul, Orcadas do Sul e ilhas Sandwich, além das Malvinas) dão o virtual controle à Inglaterra da passagem do Atlântico para o Pacífico.

Diante desse quadro a ilha da Trindade ganha especial relevância na defesa dos campos petrolíferos brasileiros, a instalação de uma base aero-naval na ilha se constituiria em um posto avançado de defesa e controle, capaz de manter à distância eventuais forças hostis. 

Não é de hoje que a Ilha da Trindade é cogitada para vir a ser uma base naval, em 1950 ela foi objeto de uma expedição científica com propósito de instalação de uma base aeronaval. Antes, no curso da II Guerra, pelo seu abandono, chegou a ser usada por submarinos alemães como base de reabastecimento. 

Em 1980, a ilha voltou a ser objeto de atenção. Com o envio de engenheiros de uma empreiteira brasileira encarregados de preparar o estudo de implantação da base aero-naval. Segundo notícia da época:

“O resultado esta contido em três volumes que traçam o perfil, em etapas de um poderoso centro de vigilância eletrônica e alerta avançado. Na primeira fase, a intenção é construir uma atracadouro capaz de receber navios de grande deslocamento (um porta-aviões, por exemplo, ou cargueiros), alojamentos, depósitos, instalações de detecção aérea e marítima de longo alcance (com raio de cobertura da ordem de 400 a 1000 Km) e uma pista para pousos e decolagem com 1500 metros, mas que deverá ter pelo menos 2800 quando concluído o terceiro estágio. Inicialmenteo aeroporto deverá poder receber aviões de carga, tipo Hércules C-130; mais tarde, provavelmente aeronaves de combate e, com certeza, de patrulha.”

Em 82 a ilha foi visitada por técnicos estadunidenses que teriam considerado o projeto brasileiro para aproveitamento militar da área como “perfeito”. Os EUA chegaram a oferecer financiamento para consecução da base, no valor de US$ 300 milhões(na época), com fito, velado, de descapitalizar o programa nuclear brasileiro, direcionando verbas para a construção da base ao passo que o programa nuclear ficaria em um 2º plano, sem verbas.

Recentemente a Marinha converteu Trindade em uma Estação Científica da ilha da Trindade(ECIT). A iniciativa é tímida.

 A Posição Diplomática Brasilera

A posição estratégica do Brasil sempre foi ter o Atlântico Sul como área desmilitarizada. Oque explica a cautela da Marinha em converter Trindade em "Estação científica". Contudo, com a conversão do atlântico sul em uma área petrolífera, a Inglaterra e os EUA cada vez mais militarizam a região: A Ilha de Ascenção, sob posse da Inglaterra, é uma base militar permanente de monitoramento do Atlântico e da América do Sul, foi desse posto que partiram as ações de espionagem dos EUA sobre o Brasil divulgadas pelo wikileaks. A IV Frota foi reativada e a Inglaterra tem militarizado as malvinas posicionando aviões de caça de forma permanente na ilha bem como despachando seus submarinos nucleares para região. 

Conjectura

Diante desse cenário, não há como permanecer com o mesmo discurso nem muito menos deixar desguarnecido nossas ilhas oceânicas que se constituem em naturais postos avançados de defesa. 
No caso da ilha da Trindade, ela se encontra a 1.200 Km da base aeronaval de São Pedro da Aldeia(RJ). Os caças Gripens a serem construídos no Brasil, cobrem um pouco mais dessa distância em combate(1.300 Km) de modo que essa conexão Base de São Pedro e Trindade se complementam de forma perfeita.

Trindade também é fundamental para operação conjunta com o porta aviões brasileiro. Um porta aviões é um vetor de ataque por excelência, porém, extremamente vulnerável, de modo que exige uma considerável força em seu entorno atuando em sua defesa. A base aeronaval da Trindade possibilitaria esse controle sobre toda área de atuação do porta aviões nos campos petrolíferos brasileiros cobrindo, inclusive, sua retaguarda quando esse atuasse mais além da ilha de trindade, possibilitando o virtual controle de ponta à ponta da costa africana à brasileira.


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