sexta-feira, 24 de abril de 2020

O Anti-Fascismo de Julius Evola

"ataquei repetidamente a teoria da "socialização" que, como se sabe,
foi a santa senha do fascismo de Salò, ao qual não aderi quanto doutrina. (...)
a socialização vejo um marxismo escondido, uma tendência demagógica...".
Julius Evola

Durante o período fascista, Evola não representou um ponto de referência cultural e político para o fascismo. Foi um de tantos, que passou sua trajetória de estudioso, sem desmerecer nem louvar.

Evola não aderiu à República Social Italiana, momento em que a doutrina fascista se mostra conclusa, em sua forma mais autêntica e sincera. Evola não compartilhou, preferindo deixar para outros sobre o espírito legionário de que tanto gosta de falar em anos posteriores.

Em seu retorno à Itália, em 1948, Evola começa a escrever para o "Meridiano de Itália", dirigido por Franco Maria Servello que, já em 1945, escrevia em jornais antifascistas contra o fascismo.

Do mesmo modo, o fundador de "Meridiano de Itália", Franco De Azagio, foi preso pelos fascistas republicanos, em agosto de 45, por colaborar com a força de ocupação aliada, tendo tido permissão, dos aliados, para publicar seu jornal. 

Quando Julius Evola foi preso em 1951, constituiu como seu advogado de defesa o antifascista Francesco Carnelutti, que jactará perante os juízes de ser um "não-fascista" não querendo ainda ser apresentado, cortesia dele, como "antifascista nem como vítima do fascismo".

Afirmando posteriormente que ele defende "idéias fascistas" mas não são "fascistas" na medida em que retoma uma tradição superior e anterior ao fascismo, que seriam pertencentes ao legado da concepção hierárquica, aristocrática e tradicional do Estado, concepção possuidora de um caráter universal e que teria se mantido até a Revolução Francesa.

Em outras palavras, Evola deixa claro que ele, não tem idéias fascistas, defende idéias preexistentes ao fascismo, e não é sua culpa se ele as tiver reatualizado. Segundo como o próprio se explica:
"Na realidade, as posições que tenho defendido e que defendo, como homem independente... não são as denominadas "fascistas", mas as tradicionais e contrarrevolucionarias". - Julius Evola. 
Em resumo, através de uma linguagem ambígua, mas igualmente compreensível, Julius Evola se proclama não fascista, a-fascista, anti-fascista.

É assim que reivindica o juízo emitido sobre a sua pessoa pelo suíço A. Moer que, afirma, "faz-me a honra de chegar junto de Pareto e me considerar o principal representante italiano da chamada "revolução conservadora".

O fascismo foi tudo menos uma "revolução conservadora".

O fascismo não considerou jamais a Revolução Francesa, tão odiada por Evola, como um fato negativo, mas a considerava como um marco significativo para a afirmação de um novo mundo, assim como a revolução bolchevique.

O fascismo não condenava as duas revoluções anteriores, se colocava de fato a si mesmo como a terceira e definitiva revolução, aquela que possui a capacidade de estabelecer a síntese entre as classes sociais para criar um novo mundo no qual o capital e o trabalho tivessem igual dignidade e nenhuma classe pudesse prevalecer sobre a outra.

Idéias que, na verdade, um conservador burguês como Julius Evola não podia nem aceitar nem partilhar.

De fato, Evola sublinha o fato de ter "atacado repetidamente a teoria da "socialização" que, como se sabe, foi o santa senha do fascismo de Salò, ao qual não aderi quanto doutrina. (...) a socialização vejo um marxismo escondido, uma tendência demagógica...". A Toda uma afirmação de antifascismo tal qual!

Assim, Evola desenvolve dentro do MSI - Movimento Social Italiano uma ação de direita, ao ponto de alcançar a marginalização dos elementos de "esquerda" que, ainda nos anos 50 estavam presentes neste jogo.

Não é uma hipótese. Diz o próprio Evola: 
"A verdadeira ação que eu pretendia exercer sobre os jovens do grupo "Imperium" e as outras correntes da juventude era no sentido de uma contraposição às tendências materialistas e de esquerda presentes dentro do MSI". - Julius Evola
Portanto, Evola se situa perante os incautos jovens missinos da época, como um aristocrata que condena a revolução burguesa de 1789, a França de 1848, e em fim a fascista de 1919, proclamando sua fidelidade ao mundo anterior a elas, condenando a violência proveniente de baixo, das massas, das multidões, do povo cujos chefes não tinham nas veias o sangue dos príncipes e imperadores, mas de operários, camponeses, artesãos.

No mundo fantástico de Julius Evola, são os "senhores" que dirigem seus servos, pela vontade e graça de um Deus que não se sabe muito bem quem é.

Sobre o plano político, que é o que nos interessa, a ação de Julius Evola, incide, de forma determinante, na formação disso que, ainda hoje, define-se impropriamente como "neofascismo". Se o "mestre" desprezava o fascismo quanto doutrina, admirando nele apenas a capacidade de ter despertado em muitos italianos, a vontade e o potencial para combater o bando destinado à derrota, os alunos não podiam ser piores do que ele.

Fiéis ao Estado, como fonte de autoridade, os Rauti e companhia, acabarão todos, com pouquíssimas exceções, tornando-se confiáveis aos serviços de segurança e policiais, com o objetivo de combater a "subversão vermelha".

Pena que Evola e seus asseclas não tenham explicado qual era a fonte divina de que o "Estado italiano democrático e antifascista" extraiu sua autoridade.

Talvez, na ânsia de destruir o fascismo subversivo, se esqueceram que a autoridade desse Estado vem do V Exército americano e do VIII Exército britânico que conquistaram a península entre 1943 e 1945.

Teria que deduzir que o poder do Estado atual deriva para Evola, e seus alunos de "forças divinas" das alturas onde, efetivamente, voavam os B-29 americanos e os Lancaster da grã-bretanha, que bombardeavam a Itália.

São estas as "instituições divinas" que criaram este poder a que Julius Evola, Pino Rauti e companhia foram submetido para combater o bolchevismo, e liquidar para sempre o que restava do fascismo do que não é necessário evocar outra coisa que o "espírito legionário", do qual, de resto, nem o professor, nem os discípulos nunca deram provas, não porque as faltam, mas a maldade é inerente a essa plebe, que pretende transformar-se na aristocracia e só chega a humilhar-se perante os mestres de plantão.

A plebe evoliana que condena o "Estado ético" de Giovanni Gentile, que apura o patrimônio ideal do fascismo como "comunistizante", que rejeita a revolução fascista e, arteramente, das que a precederam e que aquela foi nutrido, não renunciou ainda a apresentar-se como "fascista", ou "neofascista", como costuma dizer-se.

Talvez tenha chegado o momento de expor a esta massa plebeia que o seu mestre, Julius Evola, tinha pelo menos o valor de definir-se como representante da "revolução conservadora" que nada tem a ver com o fascismo.

Em consequência, não é por acaso que continue com a farsa de apresentar o MSI e os grupos a ele vinculados como "neofascismo" no lugar deles, evolianos, serem um bloco reacionário e conservador que sempre lutou para defender os privilégios da classe abastada e o poder de um Estado surgido após o fascismo e contra o fascismo.

A leitura e a compreensão da história italiana do pós-guerra seria certamente mais fácil se se reconhecesse que nunca existiu um "neofascismo", que os evolianos e seus asseclas não tiveram jamais qualquer relação com o fascismo, entendido como ideologia e que, vice-versa, têm desempenhado um papel instrumental para o antifascismo de cunho conservador e reacionário.

Libertar-se para sempre destes cadafalsos de covardes, mentirosos, dissimulados, estupradores e apologistas de estupradores, é tarefa meritória para quem, como nós, o fascismo não vê o "mal absoluto", mas uma página da história italiana e universal que ainda, no que diz respeito à sua doutrina social, permanece atual. Eles são, sempre foram e continuarão sendo para as gerações futuras, os filhos da Republica italiana, nascida em 25 de abril de 1945. E, com tal Mãe, não podiam agir de modo diferente do que alguma vez foram.


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sábado, 11 de abril de 2020

A Procissão de Corpus Christi - O Milagre da Transubstanciação, Santo Sudário, e o Sangue Divino de Cristo.

No século VIII, na Igreja de São Francisco, em Lanciano na Itália, um monge cético da real presença de Cristo na Eucaristia (crença católica da transubstanciação), presenciou, em suas mãos, durante a consagração na Missa a hóstia se converter em carne e o vinho em sangue.

Nas décadas de 1970 e 1980, alguns pesquisadores submeteram, algumas amostras, a análises científicas e, dentre outras conclusões, concluiram que: a carne e o sangue eram verdadeiros, e de origem humana, que a carne era do tecido muscular do coração, que; a conservação da carne e do sangue, em estado natural passados doze séculos, expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos é inexplicável; e entre outras coisas, que o tipo de sangue era AB.

No século XIII, cerca de 500 anos depois do milagre de Lanciano, outro sacerdote descrente da presença de Cristo na Eucaristia contemplou, surpreso, como a hóstia consagrada derramava sangue sobre o corporal, o tecido colocado sobre o altar onde o sacerdote põe as ambulas e o cálice usados na comunhão.

Na década de 1990, os pesquisadores  analisaram o corporal manchado de sangue, e indicaram que era do tipo AB, assim como o do milagre eucarístico de Lanciano.

Procissão de Corpus Christi com os tradicionais
tapetes em Ouro Preto - MG 
Ambos milagres, especialmente o de Orvieto, deram origem a festa de Corpus Christi, uma das festividades mais importantes da Igreja, da presença real de Jesus na Eucaristia, que foi instituída pelo Papa Urbano IV para que se celebre na quinta-feira posterior à Solenidade da Santíssima Trindade. 

Os dois lugares são hoje epicentro de peregrinação onde é possível apreciar ambos milagres.

As investigações não terminam por aí; outras relíquias relacionadas com Jesus também constatam o mesmo tipo de sangue. Trata-se do Santo Sudário de Turim, a túnica que teria envolto o corpo de Cristo após sua crucifixão, e o Sudário de Oviedo (não confundir com Orvieto), que teria sido o tecido com o qual se cobriu seu rosto. Além das coincidências em ambas relíquias, as pesquisas realizadas nos dois tecidos, se constata o mesmo tipo de sangue: AB.

Um outro milagre Eucarístico mais recente, o ocorrido em 1996 em Buenos Aires, sob o testemunho do então Bispo Jorge Bergoglio (atual Papa Francisco I) uma hóstia se transformou em carne e sangue, e as análises concluiram ser do tipo AB. A investigação foi confiada a cientistas que não sabiam se tratar que o que tinham em suas mãos era uma hóstia. E mais do que isso! O estudo concluiu que a hóstia havia se transformado em uma parte do ventrículo esquerdo do músculo do coração, que pertencia a uma pessoa que beirava os 30 anos. A investigação também pode concluir que era parte de um coração de uma pessoa que tinha sido fortemente maltratada antes de morrer. (Veja um vídeo a respeito aqui)

Alguns relatórios também assinalam que o tipo de sangue AB foi o mesmo encontrado no sangue que brotou de algumas imagens da Virgem Maria. Sempre bom lembrar, que os grupos sanguíneos só foram descobertos em meados do século XX, e esses milagres, que apresentam o mesmo tipo sanguíneo, são centenas de séculos anteriores. 

Estas informações, permite deduzir, que o sangue de Cristo foi o tipo AB.

A Transubstanciação é um dogma católico, que vem ocorrendo ao longo de toda sua existência, como testemunho da presença de Cristo na Santa Comunhão, oque não é reconhecido pelas seitas protestantes, agora, pergunta se esse milagre acontece nessas falsas "igrejas", entre esses falsos "cristãos"...... ?!

"Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo: Pegai, comei, isto é o meu corpo.
Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lho, e todos dele beberam.
E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos."
Marcos 14:22-24
"Pegando o cálice, deu graças e disse: Servi-vos deste cálice e reparti-o entre vós.
Digo-vos: já não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus.
Depois pegou um pão, deu graças, partiu-o deu-o, aos discípulos e disse: Isto é o meu corpo, dado em favor de vós; fazei isto em memória de mim.
De igual modo, depois de servida a ceia, pegou o cálice, e disse: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, derramado em favor de muitos"
Lucas 22:17-20
"51. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne e eu a darei para a vida do mundo”.
52. A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: “Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?”.
53. Então, Jesus lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos."
54. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
55. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.
56. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele."
57. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim.
58. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente”.
São João, 6:51-52-53-54-55-56-57-58


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sexta-feira, 10 de abril de 2020

Trago Verdades: Coronavirus 19, Hidroxicloroquina e Alhures.

O tratamento do coronavírus com cloroquina ou seu equivalente hidroxicloroquina, foi trazida a tona no cenário atual pelo infectologista francês Didier Raoult, um dos maiores especialistas, se não o maior do mundo. Isso apenas para frisar, que não nos pautamos no que o energúmeno do Bozo diz, e sim naqueles que não se dobram ao lobby da indústria farmacêutica. Quase toda classe médica privada, come na mão desse restrito cartel. 

No entanto, seu emprego, não é nenhuma novidade, já havia sido lançado mão no tratamento da gripe aviária, muito mais letal do que o coronavirus 19, e há muito, amplamente empregado no tratamento da malária.

TODO MÉDICO sabe que qualquer pessoa que pretenda viajar para uma zona endêmica com malária, Pará, Amazonas, etc...  deve iniciar um tratamento profilático duas (2) semanas antes da viagem com cloroquina, para não correr o risco de morrer de malária. Então, mais uma vez, é importante frisar, que a cloroquina já é usada como tratamento profilático contra a malária há muitos anos no Brasil.

Os dados iniciais trazidos a tona pelo infectologista francês, dava conta que o emprego da cloroquina no estágio inicial da doença, é efetivo em 90% dos casos. E frise-se esse ponto, inicial, a medida que o quadro evolui, sua eficiência diminui. Na França, já numa escalada de casos do Coronavirus, o dês-governo Macron, que é um agente do establishment, após pressões, liberou o tratamento da cloroquina apenas nos estágios mais graves da doença. Logo, quando seu uso não é tão efetivo, quanto nos estágios iniciais. Uma forma salomônica, de desacreditar sua efetividade e ao mesmo tempo, não transparecer sua má vontade com o medicamento.

E porque negar o uso da hidroxicloroquina nos estágios iniciais do contágio? 

Os estudos mostram que o tratamento com hidroxicloroquina diminui o contagio entre as pessoas, Além de impedir a evolução para um quadro mais grave, conseqüentemente, menos internações, menos mortes. 

E um “detalhe”.....  ! Se fosse ministrada em massa, poderia mesmo ter bloqueado a propagação do vírus porque em 48h a pessoa fica curada. Ou seja, alguém testado como positivo, mesmo com isolamento passa 14 dias isolado, e nesse interregno passível de transmitir o vírus a alguém.

Oque sinceramente, penso eu, que quase sempre deve ocorrer. Com o agravante de 80% dos casos serem assintomáticos. E isso, é um dos motivos, deles não quererem ministrar a cloroquina. Justamente para que houvesse uma maior propagação do vírus.

Outro ponto sumamente importante a considerar, e que a imprensa hegemônica, venal e corrupta nada diz, é que esse vírus vai se perpertuar de forma continua, como até hoje o H1N1...... ou seja, ano após ano, mesmo após ter deixado seu rastro de mortes e com a maior parte da população imunizada, pessoas continuarão contraindo e morrendo de coronavirus. Oque será um fator a mais de diminuição populacional.

Outro aspecto preocupante é que, até aonde foi publicado, existem três (3) cepas diferentes do coronavirus, oque implica que uma pessoa esta suscetível de contrair, como na dengue (que são 4), as três variáveis de coronavirus. Sentiu o Drama? 

O tratamento com hidroxicloroquina era para ser OBRIGATORIAMENTE ministrado a TODOS que testassem positivo e só vem sendo ministrado em casos graves, quando o tratamento já é pouco eficaz. E ainda sim, relatos de pacientes internados em estado grave, dão conta que após a ineficácia do tratamento ordinário, só reagiram, a beira da morte, quando lhes foi ministrado Hidroxicloroquina. (Esse que vos escreve, tem três casos próximos, que assim sucedeu).

Sem meias palavras, querem o caos e mortes! Com duplo objetivo de implantar mecanismos de controle social e diminuição populacional.

De novo! Sem meias palavras, isso é assassinato em massa para redução populacional e menos gente pra receber dinheiro da previdência ante o colapso financeiro que já desaba. 

Quanto a difamação contra a administração da Cloroquina que vem se acentuando cada vez mais por patífes ligados ao mainstream, parece, esquecerem, que além do uso contra malária ela é amplamente empregada contra o Lúpus..... pois é. E ainda sim, TODO medicamente, sem exceção, pode, excepcionalmente, causar efeitos adversos, ainda que corretamente administrados. Contudo, a Cloroquina é bem conhecida e de uso seguro.

E para aqueles (cretinos!) que ecoam as mentiras da imprensa venal, quero ver quando, Deus o livre, um familiar dele for parar na UTI com coronavirus, se ele proibiria a administração da cloroquina.....  Quero ver os que são contrários, fazerem isso.



terça-feira, 7 de abril de 2020

As Terras Altas do Brasil & Sua População Montanhesa

“Só em Minas Gerais o viajante encontra uma "terra tão grande, um sólo tão fértil e um clima tão salubre quanto o da Inglaterra, uma atmosfera de "aestas et non aestus", onde se desconhece a "tirania dos ventos gélidos e das geadas matutinas", finalmente, o "habitat" conveniente - senão a antiga pátria - do mais nobre homem tropical em elaboração, que surgirá quando as chamadas regiões temperadas tiverem terminado a sua missão. A minha opinião, é que somente sob o equador, que a raça perfeita do futuro atingirá a plenitude do gozo da bela herança do homem - a terra".” 

Por Terras Altas, compreende-se os planaltos e maciços (serras) que atinjam certa altitude que configurem um clima distinto da latitude em que estão inseridos. Assim, no Brasil, as Terras Altas são aquelas situadas acima de 800m de altitude, quando acima da latitude 24º S, e de 500m de altitude quando abaixo dessa latitude. 6,75% do território brasileiro se situa acima dos 800 metros de altitude (576.949,9 Km²), e 0,54% (44.446,5 Km²) acima de 1.200 metros, totalizando 623.105,8 Km². 

De modo que o clima montanhoso no Brasil, segundo a classificação de Köppen, seria Subtropical húmido de verão temperado, com 2 (duas) subdivisões: Cfb - sem estação seca; e Cwc - com invernos secos. O Cfb ocorre nas altitudes acima de 500m na Serra Geral abaixo da latitude 24º S, e acima dessa latitude a partir de 800m, ao longo da Serra de Paranapiacaba, Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira. O clima Cwc, de invernos secos, ocorrem nos sertões, além da Serra da Mantiqueira. Na Serra da Canastra, ao longo da Serra do Espinhaço (MG) que se prolonga até a Chapada da Diamantina na Bahia, e no Planalto Central.

Os biomas montanhosos, mesmo enquadrados em uma dessas subdivisões climáticas, podem variar conforme a altitude, precipitações e tipo de solo. Assim, em um clima Cfb, poderemos ver tanto matas de araucárias, como floresta atlântica e em seus pontos culminantes, campos de altitude. Do mesmo modo ocorre no tipo Cwc, que pode variar da Mata Atlântica, ao cerrado.


As Matas de Araucárias (Floresta Ombrófila Mista)

Nas latitudes 24º e 30ºS, entre uma altitude de 600 a 1200 m das regiões leste e central do planalto meridional nos estados do Rio Grande do Sul (25%) , Santa Catarina (40%) e Paraná (31%); e, outra que se apresenta como pequenas manchas próximas a latitude 22ºS, em altitudes relativamente altas entre 1200 a 1800m, na Serra da Mantiqueira, nos estados de São Paulo (3%), sudeste de Minas Gerais (1%) e sul do Rio de Janeiro (1%), verifica-se a ocorrência da Mata de Araucária (Floresta Ombrófila Mista, dita floresta pluvial ou floresta úmida) que é um complexo vegetal integrante do Bioma de mata atlântica, que porém, se notabiliza pela presença do pinheiro do Brasil, ou pinheiro do paraná, em regiões de precipitação anual uniforme entre 1.250 e 2.200 mm, e de temperaturas médias anuais de 10 a 18 °C (tolerando bem temperaturas de até -5 °C). Prefere solos profundos, férteis e bem drenados. Também encontrado em bosques isolados em áreas de campo.

Segundo a classificação climática de Köppen, a araucária encontra-se numa área de clima mesotermal do tipo C. Relata-se a ocorrência dos tipos Cfa, Cfb (preferencialmente), sujeito, eventualmente, a precipitações de neve em áreas superiores a 800m de altitude, sendo que estes dois ocorrem na região sul do país e, também, o tipo Cwb, que ocorre na Serra da Mantiqueira.

No Brasil, até o século XIX sua área original, cobria cerca de 253.793 km², e o seu ecossistema original ocupava mais de 20 milhões de hectares. É uma área maior do que países como a Suíça (41.285 km²), Áustria (83.879 km²), Romênia (238.391 km²) ou mesmo toda a Grã-Bretanha (209.331 km²) oque inclui Inglaterra, País de Gales, Escócia, e a ilha da Irlanda.




Os Campos de Altitude e os Campos Rupestres:


Os campos de altitude e os campos rupestres ocorrem nos pontos culminantes da Cadeia do Espinhaço até a Chapada da Diamantina, Planalto Central, Serra da Mantiqueira, do Mar, até a Serra Geral ao sul.

Embora os campos rupestres e os campos de altitude apresentem certas semelhanças. Os campos rupestres são um bioma diverso dos campos de altitude. Os campos rupestres ocorrem no clima Cwc, de inverno seco, nos sertões para além da Serra da Mantiqueira. Os campos de altitude no clima Cfb sem estação seca. Os campos rupestres da Cadeia do Espinhaço estão situados em áreas de transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica, enquanto os campos de altitude das Serras do Mar e da Mantiqueira encontram-se totalmente inseridos na região de Mata Atlântica.

Em geral, os campos rupestres ocorrem principalmente acima de 900 m de altitude. Esses campos encontram-se distribuídos principalmente ao longo da Cadeia do Espinhaço, em áreas de transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica. embora áreas isoladas desse tipo de vegetação também sejam encontradas nas serras do Brasil Central (Chapada dos Veadeiros e Serra dos Pirineus, ambas em Goiás, e Serra da Canastra, no Sudoeste de Minas Gerais) ou em montanhas da região de São João Del Rei (Serra do Lenheiro), Tiradentes (Serra de São José) e Itutinga, em Minas Gerais, estas três últimas consideradas como pertencentes à Serra da Mantiqueira, mas com geologia e afinidades florísticas mais relacionadas aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço.



















Já os campos de altitude ocorrem nos pontos culminantes situados acima de 1.500 m de altitude da Serra da Mantiqueira (Serra do Itatiaia, que abriga o Pico das Agulhas Negras), Serra do Caparaó (Pico da Bandeira), Serra do Mar (Serra dos Órgãos, com a Pedra do Sino), como também em Campos do Jordão e ao longo da Serra Geral ao sul.
Campo Rupestre - Pico das Almas,
Chapada da Diamantina - Bahia.


A flora dos campos de altitude das Serras do Mar e da Mantiqueira mostra uma notável afinidade com as das serras do sul do Brasil.


Os campos de altitude são típicos dos pontos mais elevados. Ocorrem principalmente nos sistemas serranos do sudeste brasileiro: Serra da Mantiqueira (Serra do Itatiaia, que abriga o Pico das Agulhas Negras), Serra do Caparaó (que abriga o Pico da Bandeira), Serra do Mar (Serra dos Órgãos, que abriga a Pedra do Sino), mas também em Campos do Jordão e em uma variedade de picos isolados em Santa Catarina e Paraná. Estão geralmente situados acima de 1.500 m de altitude e associados a rochas ígneas e rochas metamórficas, como granito, gnaisse e, no caso particular de Itatiaia, nefelino-sienito.





A População Montanhesa

São Paulo 1827, por Debret
Foi no planalto de Piratininga, situado no interior da capitania de São Vicente, distante mais de 12 léguas do mar, circundada por altas montanhas cobertas por uma extensa e cerrada floresta, aonde "não se pode nem entrar nem sair senão por um pequeno desfiladeiro", em que se fundou a vila de São Paulo, por antigas e nobres famílias vicentinas que subiram a serra, junto a gentios, sem fé nem lei, e mamelucos, e que assim viria a ser o centro irradiador da civilização brasileira no centro-sul do Brasil a dilatar suas fronteiras.
Relevo com a localização da Vila de São Paulo de Piratininga

Os primeiros que se fazem senhores de terras nas regiões recém-descobertas são, por direito de conquista, os representantes da velha nobreza vicentina. São eles os descobridores do sertão, os seus desbravadores, os seus povoadores, os primeiros ocupantes.

Cada um desses sertanistas se torna assim um núcleo germinal. Nas minas, na carta régia, que franqueia a posse das descobertas, manda-se que se distribuam datas a eles e “aos seus sócios”. Esse processo permite que a nobreza paulista se difunda rapidamente nas novas terras descobertas e prolongue aí as tradições do seu meio originário.

Os nobres da mais pura gema, aqui aportados, não desdenham de ligar-se às estirpes das antigas famílias paulistas; vão buscar, de preferência, por esposas, as filhas de senhores de engenho. Estes, como podem dar em dote às filhas muita terra, índios e pretos – diz um cronista sobre as mulheres da nobreza paulista – “na escolha dos maridos mais atendem ao nascimento do que ao cabedal. Por isso, só se casam com gente de “nobreza reconhecida”.
"A denominação de ‘Paulista’ é considerado por todas as mulheres muito honrável, sendo os paulistas reconhecidos em todo o Brasil por serem atrativos e pelo seu aprazível caráter".  – Von Martius.
E assim, como regra, os casamentos se faziam, na nobreza local, entre os próprios parentes, de preferência. Há a contar também o fato da restrição do círculo da vicinagem sob a ação dos grandes domínios. E também que as novas famílias, emergentes da família-tronco, costumam localizar-se em domínios circundantes ao domínio ancestral, o que tudo concorre para que os entrelaçamentos entre parentes sejam inevitáveis. Formando autênticos e poderosos clãs no período vicentino.

Ainda na carta régia de 1794, esses descobridores ficam com direito aos foros de fidalgo e ao hábito de qualquer das ordens honoríficas – o que prova quão persistentes são entre eles os modos aristocráticos. Esse ambiente aristocrático exerce, aliás, sobre a integridade moral desses caudilhos, bem como sobre a sua pureza étnica, um papel principal e eficientíssimo de tutela e resguardo – o que vai ter sobre a nossa evolução nacional uma influência inestimável.

A conquista e ocupação dos Campos de Guarapuava, no atual Paraná, se liga a essa tradição, de que nos fala a ata da Câmara de São Paulo, de 2 de outubro de 1627, quando inclui o aviso enviado à metrópole — acerca dos “espanhóis de Vila Rica que vinham dentro das terras da coroa de Portugal...”. Sua população é toda oriunda de paulistas, segundo Saint-Hilaire, que a visitou em princípios do séc. XVIII, em que diz ser quase toda branca: são raros os mestiços.

Fixados ali, prolongam os paulistas nessas novas zonas de dispersão a sua civilização original. Como nos centros de formação, guardam nelas os mesmos desdéns pela mestiçagem, a mesma cultura aristocrática de sentimentos, as mesmas vaidades de fidalguia, o mesmo orgulho sombrio: “Não querem mesclar-se com os mais – diz um contemporâneo – e andam sempre no mato no seu descobrir e minerar.".
“Seria erro, diz ele, pensar que a maioria dos habitantes dos campos gerais são mestiços. É muito mais considerável nesta região o número dos brancos realmente brancos do que nos distritos de Itapeva e Itapetininga (São Paulo); e, na época da minha viagem, raro era o artesão da cidade de Castro que não pertencesse à nossa raça por todos os costados. Bem diversamente dos pobres mestiços que povoam os campos perto de Itapeva, os moradores dos campos gerais são geralmente altos e bem-feitos, de cabelos castanhos e tez corada e trazem na fisionomia o cunho da bondade e da inteligência. São as mulheres, na sua maior parte, sumamente bonitas; têm as faces cor de rosa e nos traços delicadezas tal como nunca notei em brasileira alguma.” 
"Parecerá extraordinário que os habitantes do distrito de Curitiba e os dos Campos Gerais, provindos, na maioria, de europeus, sem nenhuma mistura de sangue indígena, apliquem aos portugueses europeus uma alcunha injuriosa, a de "embuavas": mas é preciso não esquecer que os filhos não são do País de seus pais, mas daquele em que nasceram e se educaram. Os nascidos no Brasil, de português e portuguesa, são brasileiros; amam tão pouco os europeus quanto os demais compatriotas e têm contra eles os mesmos preconceitos". – Saint-Hillare.
Enquanto os paulistas conservam, persistentes, os antigos pundonores aristocráticos, de que fazem tamanho timbre os seus antepassados do período colonial. É de vê-los, em pleno II Império, absorvidos pela preocupação dos seus costados aristocráticos, da pureza do seu sangue fidalgo, de puritate sanguinis, prontos sempre a subirem, através de longas genealogias, às matrizes heráldicas da Península, até entroncarem-se nesses Lopos,  Mens,  Peros,  Vascos da época da Reconquista ou num desses heróis luminosos, que ajudaram o infante D. Henrique a pesquisar, no fundo dos horizontes de Sagres, os mistérios do Mar Tenebroso.
Habitantes de Minas Gerais - Rugendas

Com a descoberta das minas, e o afluxo de imigrantes, nortenhos, notadamente para Minas Gerais. Ao contrário, dos paulistas, a nobreza local se mostra desprendida dessas prerrogativas. Os elementos que formam ali a base histórica da população não são fidalgos de raça, mas sadios e fortes camponeses do Douro, do Minho e das Beiras, sérios, sóbrios, honrados, de feitura patriarcal e índole plácida, e tão pobres que, no dizer de um cronista, “traziam às costas tudo o que possuíam”. Eles é que, caldeando-se com o primitivo paulista, constituem o cerne étnico do povo mineiro, tal como nos aparece no Séc. XVIII.

Daí não se radicarem entre esses montanheses orgulhos de raça, preconceitos de sangue, glórias de tradições heráldicas: ao contrário, timbram pela simplicidade das maneiras e atitudes. Pela pureza dos seus costumes, pela sua modéstia, pela sua hospitalidade, pela sua imaculada honradez, são os genuínos patriarcas da nossa civilização. Gente democrática por temperamento, núcleo de ricos proprietários, modestos, íntegros, lhanos, inteiramente sem arrogância, mas cheios de hombridade e independência.

Homens de ordem e de paz, moderados, tímidos, rotineiros, são entre nós, os que melhor refletem, mais propriamente, o caráter lusitano, ante o restantes dos brasileiros, mais sanguíneos, refletindo sua maior dose de sangue espanhol.

Criadores de caminhos, obra essen­cialmente civilizadora, esses bandeirantes conduzem o Brasil para uma autonomia indestrutível, que é a de quem, por si mes­mo, por si só, adquiriu a terra em que se estabeleceu. É por tudo isso que o nome deles se tomou distinto, como os dos pernam­bucanos, e de valor internacional. Todos que conhecem e tratam de coisas sul-americanas, mencionam o povo valente, esses antigos  paulistas que, ainda nas cortes portuguesas de 1820, são nominalmente referidos como efeito de irritante pavor para aqueles que, então, pensavam reduzir-nos à simples condição de colônia.

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